AMIGOS DO PROFESSOR ZÉ WILSON

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ensino Religioso uma nova proposta

Para um mundo plural e diversificado, completamente carregado de ilusões e emoções, devemos estar abertos e atentos para que possamos estar engajados neste movimento e processo de mudanças que ocorrem neste final de século.
O mundo mudou, a natureza continua sofrendo os desmandos do homem e o homem tenta buscar explicação para o seu próprio ser, para sua vida, para a existência da vida e para a continuação da vida.
É neste contexto que entra o Ensino Religioso, que deva trazer ou pelo menos apontar um caminho para o transcendente, uma forma de vida adequada para todos os habitantes deste extenso planeta.
Claro que com a diversidade religiosa, e não é somente com esta parte que devemos nos preocupar, não é muito fácil explicar a própria existência do homem, muito menos a existência do transcendente, mas simplesmente se ter uma forma, uma luz que traga algo de reconfortante para o ser humano em sua concepção religiosa.
O ensino religioso deverá ser esta luz, este caminho de iluminação, fazendo com que o educando tente entender-se como ser humano junto aos demais seres humanos, não apenas no aspecto religioso, não apenas na concepção religiosa, não apenas na dimensão religiosa, mas também aspectos, concepções e dimensões políticas, social, econômica, cultural, etc.
O homem não pode ser completo apenas no sentido religioso, pois possui muitas outras dimensões, sem falar concepções, ideologias, necessárias para a explicação de si mesmo.
O ensino religioso deverá ser capaz de abordar os mais diversos aspectos do ser humano para que o mesmo possa ser completo e se realizar como homem/mulher.
Para que o ensino religioso seja capaz de realizar o ser humano, ele precisa estar dentro da estrutura e conjuntura sócio, político­, econômico, cultural e religioso da sociedade atual, mostrando caminhos para libertar o homem das amarras que o prendem e o fazem opressor e oprimido. Deve estar preocupado com a libertação integral de cada ser humano dentro de sua concepção. Deve estar aberto e fazer abrir consciências que sejam críticas e que apontem saídas para os desafios propostos, para que não haja líder, nem subordinado, para que todos trilhem um mesmo caminho se reconhecendo como iguais, livres e completos, na busca do mesmo ser transcendente.
O ensino religioso tem que buscar alternativas para que se construa uma nova sociedade, onde o ser humano tenha valor e que se possa dar valor, onde se busque a igualdade entre todos, que todos possam se entender dentro das mais diversas concepções religiosas, nas mais diversas concepções do transcendente.
Que se dê valor ao que o educando traz consigo e que se faça desenvolver o espírito de solidariedade, de complementaridade; sem que se viole as características individuais de cada indivíduo, mas que se faça o intercâmbio religioso na sociedade plural religiosa.
Todos nós somos capazes de se desenvolver o espírito de sociabilidade, de responsabilidade, e que se busque com isto o aprofundamento do ser humano enquanto ser humano e que os homens possam viver em paz no mundo da diversidade.
O Ensino Religioso tem o dever de fazer com que o aluno tenha de volta sua espiritualidade de criança, de adolescente, que vem sendo perdida através de um mundo consumista que dá valores a outras coisas, que reifica o homem e humaniza as coisas.
O Ensino Religioso deve ter em seu conteúdo temas da atualidade e que promovam a liberdade do ser humano, tais como: vida e adolescência; família; ética, amizade, relacionamento, valores, liberdade; responsabilidade; espiritualidade, religiosidade e busca profunda do transcendente; problemais sociais, econômicos, políticos, culturais, etc.; drogas e sexualidade; poder de decisão, projeto de vida; participação do jovem na construção da história; educação e preservação ambiental; trabalho e lazer.
O Ensino Religioso deve fazer com que o educando e educador se encontrem na busca profunda do transcendente, pois desta forma ambos se completam, se entendem e se transformam, mudando a própria sociedade sem que haja injustiça com os homens.
A busca profunda do transcendente faz com que todos nos sintamos capazes de nos desenvolver em igualdade, capazes de encontrar o Reino Definitivo, o reino de paz, amor, solidariedade, etc.

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