História da Educação - A Educação nova no Brasil
Em 1929, o mundo capitalista foi abalado por uma grave crise econômica. A principal causa da crise era a superprodução da indústria norte- americana, que cresceu mais que as necessidades do seu mercado interno e mais que o poder de compra do mercado internacional.
Essa crise mundial acabou atingindo a economia dos países que dependiam dos EUA, entre ele o Brasil que não pode exportar milhões de sacos de café. Com isso a república velha começa a cair, com o enfraquecimento econômico da oligarquia cafeeira, além do desacordo político entre as elites mineiras e paulistas.
Com isso, São Paulo lança um candidato e Minas Gerais apóia outro. Com o rompimento da política do café-com-leite, ou seja, o desentendimento entre o PRP e o PRM, a oposição às oligarquias tradicionais aproveitou o momento para conquistar espaço político e formar alianças, surgindo assim a Aliança Liberal, formada por lideranças políticas do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba, lançando o nome de Getúlio Vargas para Presidente e do paraibano João Pessoa para Vice, tendo apoio de todo tipo de pessoas, tanto renovadora quanto oportunista.
Júlio Prestes foi vitorioso, mas os líderes gaúchos, mineiros e paraibanos se recusavam a aceitar o resultado das eleições, dizendo que houvera fraude.
João Pessoa foi assassinado por motivos políticos e pessoais no mês de julho, e no dia três de outubro a luta armada estourou no Ri Grande do Sul, espalhando-se por vários estados.
Reconhecendo o avanço da Guerra civil, os militares do Rio de Janeiro depuseram o Presidente Washington Luís, e o poder foi entregue a Getúlio Vargas que era o chefe do golpe de 1930.
De 1930 a 1934, temos o Governo Provisório, de 1934 a 1937, o Governo Constitucional e de 1937 a 1945, o Governo Ditatorial.
Getúlio Vargas promove uma série de reformas e medidas para assumir o controle político do País, e dentre elas na educação.
Até o final da 1ª República muito pouco havia mudado em questão de educação no Brasil em relação ao final do Império. Não havia um sistema nacional de educação. O governo federal não fazia praticamente nada para o ensino primário, que ficava a cargo do estado; o ensino secundário era irregular, não seriado, tendo como objetivo preparar para o ensino superior, mas não tínhamos uma universidade funcionando.
A partir de 1930, alguns reformadores educacionais passam a ocupar cargos importantes na administração do ensino, onde se tenta colocar em prática as idéias que defendiam. A educação brasileira sofreu importantes transformações, tendo agora um sistema articulado, segundo normas do governo federal.
Cria-se o Ministério da Educação e as Secretarias Estaduais. O primeiro ministro foi Francisco Campos, que já havia reformado a educação em Minas Gerais.
Com isso o Governo Federal procura alcançar três objetivos:
“1º. Ampliar sua faixa de participação no desenvolvimento da educação nacional, marcando dessa forma o término de um longo período de total – ou quase total – alheamento dos problemas relacionados à educação popular”.
2º. Desenvolver os instrumentos destinados a unificar, disciplinar e proporcionar a articulação e integração aos sistemas isolados estaduais, os quais registravam grande heterogeneidade em relação à organização das diversas modalidades de ensino a seu cargo.
3º. Estabelecer os mecanismos destinados a promover o relacionamento federal com diversos sistemas, definindo-se assim as formas de intervenção do Ministério e de suas relações com as Secretarias de Educação estaduais e com os próprios estabelecimentos “.
A Constituição de 1934 foi a primeira a incluir um capítulo especial sobre a educação, onde estabelece pontos importantes: a educação como direito de todos; obrigatoriedade da escola primária integral; gratuidade do ensino primário; assistência aos estudantes necessitados, etc.
A partir da Constituição de 1934, o Governo Federal assumiu novas atribuições:
1. A função e integração e de planejamento global da educação brasileira. A União deve “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo território do País”.
2. A função normativa para todo território nacional e para todos os níveis. o artigo 5º estabeleceu : “Compete privativamente à União: XIV – traçar as diretrizes da educação nacional”.
3. A função supletiva de estímulo e assistência técnica, onde houvesse deficiência de iniciativa ou recursos (art. 150).
4. A função de controle, supervisão e fiscalização do cumprimento das normas federais.
Tais atribuições constituíram o início da construção de um sistema educacional e ao mesmo tempo assinalaram uma profunda centralização das competências. Se limita a autonomia dos Estados e dos diversos sistemas educacionais; quase tudo passa a depender de esfera superior; multiplicam-se os órgãos, as leis, os regulamentos, as portarias, limita-se a ação das escolas e dos educadores; as funções de controle, supervisão e fiscalização assume muitas vezes um papel de policiamento; às vezes se relega a um plano secundário o verdadeiro objetivo da educação, por causa de aspectos legais;, que é o de criar condições para a formação de pessoas humanas.
O manifesto dos pioneiros da educação nova
O manifesto dos pioneiros da educação nova, vinha com a proposta de reconstruir a processo educacional no Brasil, cujo manifesto trazia propostas novas e defendia muitas soluções, as quais foram sendo aplicadas à educação brasileira.
Este manifesto foi escrito e lançado em 1932, por um grupo de 26 educadores, Roquete Pinto, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Afrânio Peixoto, A. de Sampaio Dória, M. Bergstron Lourenço Filho, J. G. Frota Pessôa, Júlio de Mesquita Filho, Raul Briquet, Mário Casasanta, C. Delgado de Carvalho, A. Ferreira de Almeida Júnior, J. P. Fontenelli, Roldão Lopes de Carvalho, Noemy M. da Silveira, Hermes Lima, Attílio Vivacqua, Francisco Venâncio Filho, Paulo Maranhão, Cecília Meirelles, Edgar Sussekind de Mendonça, Armanda Álvaro Alberto, Garcia de Rezende, Nóbrega da Cunha Paschoal Lemme Raul Gomes.
As principais idéias do manifesto eram:
1. A educação é vista como instrumento essencial de reconstrução da democracia no Brasil, com a integração de todos os grupos sociais.
2. A educação deve ser essencialmente leiga, pública, obrigatória, gratuita, e sem qualquer segregação de cor, sexo ou tipo de estudos, e desenvolver-se em estreita vinculação com as comunidades.
3. A educação deve ser “uma só” com vários graus articulados para atender às diversas faces do crescimento humano, porém não quer dizer que o ensino deve ser uniforme e sim múltiplo e de se adaptar às características regionais.
4. A educação deve ser funcional e ativa e os currículos devem adaptar-se aos interesses naturais dos alunos (aptidão) que são o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da educação.
5. Os professores devem ter formação universitária, sem exceções.
Dada a importância da gravidade da educação no Brasil, a evolução orgânica do sistema depende de suas condições econ6omicas, pois é impossível desenvolver as forças econ6omicas ou de produção sem investimento na preparação intensa da classe cultural e o desenvolvimento de aptidões dos mesmos, o que é fator determinante para o aumento de riqueza de uma sociedade.
Mesmo de 43 anos, se percebe que o sistema de organização escolar ainda não está a altura das necessidades modernas e das necessidades do país, pois a educação se dá de forma fragmentada e desarticulada.
A escola nova propõe um ensino onde se desenvolva a aptidão individual dos alunos.
Para isso, o educador tem a necessidade de obter uma cultura múltipla e diversa, pois a posição que tem a escola, e a função que representa na diversidade e pluralidade das forças sociais das forças sociais que cooperam na obra da civilização, é importante que o seu conhecimento vá além de seu raio visual.
Se o educador tem essa cultura geral, a qual lhe permite organizar uma doutrina de vida e ampliar o seu horizonte mental, poderá ver o problema educacional em conjunto, de um ponto de vista mais amplo, para subordinar o problema pedagógico ou dos métodos ao problema filosófico os dos fins da educação.
O movimento de renovação educacional inaugurou uma série fecunda de combates de idéias, agitando o ambiente para as primeiras reformas impelidas para uma nova direção. Multiplicaram-se as associações e iniciativas escolares pondo em circulação novas idéias e transmitindo aspirações novas com um caloroso entusiasmo.
Contra ou a favor, todo mundo se agitou.
O movimento de renovação educacional incutiu no magistério um espírito novo, crítico, pela necessidade de aperfeiçoamento constante, contudo não era o suficiente para abrir o caminho para grandes reformas educacionais. Porém, não significava que os educadores não “abririam a cabeça” para esta nova possibilidade, ao contrário era efervescente o intelectual que se produziu no professorado. Contudo, era preciso, pois, imprimir uma direção cada vez mais firme a esse movimento já agora nacional, que arrastou consigo os educadores de mais destaque, e levá-lo a seu ponto culminante com uma noção clara e definida de suas aspirações e suas responsabilidades.
A educação é uma reforma social, pelo menos em grande parte, pois ela se dá pela ação extensa e intensiva da escola sobre o indivíduo e este sobre ele mesmo, sem produzir-se através de influências exteriores e sim favorecido e estimulado por todas as forças organizadas de cultura e de educação.
A educação varia conforme a concepção de mundo de cada época, pois é explícito as diferenças de opiniões de um grupo social para outro. Contudo, a educação sofreu mudanças de acordo com a sociedade vigente, variando sempre de acordo com a estrutura e as tendências sociais de determinada época. Porém, também está ligada a ideologia e a filosofia da época, pois, a educação nova não pode deixar de ser uma reação categórica, intencional e sistemática contra a velha estrutura do serviço educacional, artificial e verbalista, montada para uma concepção vencida.
Quando a educação se desprende do interesse das classes, ela acaba perdendo o sentido ‘aristológico’, ou seja, o sentido de igualdade e passa para um sentido de ‘caráter biológico’, ou seja, permite ao indivíduo direito de ser educado conforme suas aptidões naturais, o que independe de razões de ordem econômica e social.
A educação nova vem com a função de preparar o indivíduo para uma hierarquia democrática através da hierarquia dos capacitadores, ou seja, prepara o indivíduo conforme as suas capacidades.
A escola tradicional possuía uma concepção burguesa e mantinha o indivíduo de forma autônoma, isolada, o que é resultado do individualismo libertário, o qual teve seu papel na formação das democracias.
A escola socializada surge para restabelecer a corrente entre homens, o espírito de disciplina, solidariedade e cooperação.
O novo sistema educacional vem romper de certa forma os fins particulares de determinados grupos sociais (a burguesia, por exemplo) ou as preocupações de classes, ao contrário, os subordina aos fins fundamentais e gerais que assinala a natureza nas suas funções biológicas. É certo que é preciso fazer homens, antes de fazer instrumentos de produção, porém, o trabalho foi sempre a maior escola de formação da personalidade moral, contudo, ele não é apenas o método que realiza o acréscimo da produção social, mas torna os homens mais úteis sob todos os aspectos.
O Ensino primário e secundário
O governo que assumiu o poder em 1930 não elaborou um documento geral único que disciplinasse a educação em seu conjunto. Apenas editou leis separadas, uniformes, para os diversos graus e modalidades de ensino.
A Lei do Ensino Primário só foi promulgada a 2 de janeiro de 1946. foi a primeira regulamentação nacional do ensino primário depois de 1827.
Esta lei tinha por objetivo o desenvolvimento da personalidade, de preparação à vida cultural e familiar e à defesa da saúde, e de iniciação ao trabalho. Dividia-se a escolarização em fundamental e supletiva, destinando aquela às crianças de 7 a 12 anos e esta aos adolescentes e adultos maiores de 13. A fundamental compreendia quatro anos do curso elementar e um do complementar, que era como um cursinho de adestramento para o exame de admissão para o ginásio.
O ensino secundário sofreu duas reformas; uma em 1931 e outra em 1942, interessando-nos verificar os objetivos, a estrutura e os conteúdos do ensino.
Quanto aos objetivos, os Ministros da educação Francisco de Campos (1931) e Gustavo Capanema (1942) atribuíram ao curso secundário uma dupla finalidade: formação geral e preparação para o ensino superior.
Para a reforma da estrutura do ensino secundário foi montada em dois graus, com duração de sete anos. Em 1931 instituiu-se um curso fundamental de cinco anos, seguido de um curso complementar ou pré-universitário de dois anos. O fundamental era comum a todos e pretendia oferecer uma sólida formação geral. O complementar pretendia adaptar os candidatos aos cursos superiores e, por isso, era dividido em três ramos:
- para os que se destinassem aos estudos jurídicos, dava-se ênfase às matérias de Humanidades;
para os que pretendiam cursar Medicina, Farmácia e Odontologia, a
predominância ficava para as Ciências Naturais e Biológicas;
- para os que objetivavam os cursos de Engenharia e Arquitetura, o estudo de Matemática era fundamental.
Em 1942, continuaram os dois graus, com duração modificada: um ginasial de quatro anos sucedia um curso colegial de três anos que perdeu seu caráter quase exclusivo de preparatório para o ensino superior e passou a preocupar-se mais com a formação geral. Dividia-se e, colegial clássico e colegial científico, com poucas diferenças. No clássico, estudava-se Grego (opcional) e Latim, Filosofia no 2º e 3º anos, História Natural só no 3º ano, e não havia Desenho nem Espanhol; já no científico, não havia Grego nem Latim; Filosofia só no 3º ano, História Natural no 2ë e 3º anos e estudava-se Espanhol e Desenho. As outras matérias eram comuns: Português, Francês, Inglês, Matemática, Física, Química, História Geral, História do Brasil, Geografia Geral e Geografia do Brasil. O científico tornou-se predominante, com aproximadamente 90% dos alunos.
No que diz respeito aos conteúdos curriculares, houve nova queda da participação da área das Humanidades. Em 1942, os índices relativos a cada área eram os seguintes: Comunicação e Expressão: 34,3%; Matemática e Ciências: 24,3%; Estudos Sociais: 22,8%; outras atividades: 18,6%.
O Ensino Superior
A constituição de 1934 refletiu, em parte, algumas reivindicações educacionais dos anos 20 e início da década de 30. A carta 34 procurou assegurar o estabelecimento de um plano nacional da educação: as diretrizes ficaram a cargo do governo federal, cabendo aos estados a organização e a manutenção de seus sistemas de ensino. Fixou também os recursos mínimos que a união deveria consagrar ao ensino (10% de seus impostos), bem como os estados e seus municípios (20% de seus impostos). No tocante as lutas entre conservadores e renovadores, encontrou uma solução de compromisso, mantendo de um lado a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário e, de outro, restabelecimento do ensino religioso nas escolas públicas.
As universidades receberam um certo impulso nesse período, o ensino superior passou por importantes modificações a partir de 1930. Com a criação das primeiras universidades – em 1934 foi criada a USP, foi a primeira universidade criada dentro do espírito dos renovadores da educação. Tudo graças aos Estatutos das Universidades Brasileiras (Decreto nº 19851 de 14 de abril de 1931). Atendia-se, dessa forma, às reivindicações dos educadores que, principalmente a partir da década anterior, vinham insistindo na necessidade de se instituir o ensino universitário.
As universidades fundadas encontraram um ambiente de hostilidade e prevenção que perdurou certo tempo. O espírito criador, independente, crítico – e mesmo contestador – que deveria caracterizar essas instituições não podia ser bem visto na época, entretanto os estatutos das universidades brasileiras, estabelecidos em 1931, vigoram, com poucas modificações até 1968, quando precedeu-se a reforma universitária.
No que tange o ensino técnico-profissional, embora o artigo 129 da Constituição de 1937 tivesse destinado o ensino técnico-comercial as “classes menos favorecidas”, a partir de 1942 esse ramo de ensino começou a contar com uma legislação nacional. Assim em 1942 é regulamentado o ensino industrial, em 1943 foi regulamentado o ensino comercial e em 1946, o ensino normal e o ensino agrícola. Tudo da mesma forma que o secundário, esses quatro ramos de ensino, desenvolviam-se em dois ciclos: fundamental e complementar (em 1931), ginasial e colegial (1942).
Realizações da Escola Nova
O escolanovismo resulta da tentativa de superar a escola tradicional excessivamente rígida, magistrocêntrica e voltada para a memorização dos conteúdos (decoreba).
Os pioneiros da escola nova tem em vista, na medida que introduzem seus métodos ativos, a formação global do aluno. É a partir do final do século XIX e início do XX que se configura definitivamente o movimento escola novista. Segundo esse padrão, são os seguintes as principais características da escola nova: educação integral (intelectual, moral, física); educação ativa; educação prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais; exercícios de autonomia; vida no campo; internato; co-educação; ensino individualizado. Em suma, as escolas novas tem a finalidade de aperfeiçoar as mais diversas habilidades do aluno.
Avaliações do escolanovismo
Resta lembrar alguns riscos nas propostas da escola nova: o puerilismo ou pedocentrismo supervaloriza a criança e minimiza o papel do professor, quase omisso nas formas mais radicais do não diretivismo; a preocupação excessiva do psicológico intensifica o individualismo; a oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência e disciplina; a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.
Em que pesem essas críticas, sem dúvida é muito grande a contribuição da escola nova para o enriquecimento e a discussão dos métodos pedagógicos. É preciso reconhecer a contribuição dos escolanovistas nos estudos da psicologia, de medicina neurológica, da biologia, tudo isto auxiliou muito em projetos didáticos sustentados em base mais rigorosa e científica.
As primeiras reflexões mais sistemáticas na área da pedagogia ocorreram da influência da escola nova, a partir das décadas de 20 e 30 do século XX. A escola nova dá início a um certo otimismo pedagógico até então muito pouco pensado e objetiva na nação e para a nação brasileira.
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação Brasileira. 2 ed. Rev. e atual. São Paulo: Editora Moderna, 1996.
GUIRALDELLI Júnior, Paulo. História da Educação Brasileira. São Paulo: Editora Cortez, 1990.
PILETTI, Nelson e PILETTI, Claudino. História da Educação. 5 ed. São Paulo: Ática, 1996.
WEREBE, Maria José Garcia. 30 anos depois: grandezas e misérias do ensino no Brasil. São Paulo: Ática, 1997.
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AMIGOS DO PROFESSOR ZÉ WILSON
terça-feira, 23 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
MANDELA: HOMEM OU MITO?
RESUMO
Quase todos os sonhos são possíveis, se buscados com muita força e garra. Foi o que aconteceu na história da África do Sul. Após muitas lutas e derramamento de sangue, o país sul africano conseguiu sua independência, imortalizando algumas das pessoas que lutaram e deram seu sangue, suor e lágrimas na busca pela independência.
Palavras-chave: África; Sonho; Luta; Liberdade.
ABSTRACT
Almost all the dreams are possible, if searched with much force and drift. It was what it happened in the history of Africa of the South. After many fights and spilling of blood, the African south country obtained its independence, immortalizing some of the people who had fought and given its blood, sweat and tears in the search for independence.
Key words: Africa; Dream; Fight; Freedom.
1 INTRODUÇÃO
A história da África, enquanto continente, países, tribos, povos, nações, grupos, pessoas, costumes e tradições, sempre despertou no mundo ocidental, além de certo interesse, fascínio e curiosidade, interrogações que ainda buscamos respostas.
Toda luta de seu povo sempre esteve muito presente, muito viva, mas a história da África do Sul, em particular, desperta muita curiosidade e perguntas, principalmente a partir do final da II Guerra Mundial.
Os holandeses chegaram à África do Sul em 1652, através da Companhia das Índias Orientais, que se instalam permanentemente na região. Podemos questionar a presença dos holandeses, lembrando que esses
“primeiros colonizadores brancos levavam suas vidas em pequenas fazendas na Cidade do Cabo, onde se alimentavam de carne e bebiam vinho. As colônias se espalharam pelas montanhas e chegaram rapidamente aos pastos secos do interior. Com isso, aconteceu uma mudança relacionada à percepção que cada grupo tinha de si mesmo: os colonizadores decidiram se diferenciar de seus irmãos da Holanda e se autodenominaram Boers (palavra que significa fazendeiros) ou Afrikaaners (africanos). As mortes começaram a acontecer quando os “novos” colonizadores decidiram tomar o que bem entendessem, matando os adultos dos grupos Khoikhoi e fazendo de seus filhos serventes domésticos.
Já no século XVIII, “quando os holandeses fecharam a Companhia das Índias em 1795, as forças inglesas tomaram o controle da região do Cabo. Os britânicos devolveram o poder aos holandeses no breve período de 1803 a 1806, mas depois resolveram tomá-lo novamente. Uma das primeiras iniciativas do governo foi atacar o povo Xhosa, que estava enraizado dentro das áreas dos colonizadores brancos. Quando o coronel britânico John Graham seguiu as instruções de incitar ‘um grau apropriado de terror’ no povoado Xhosa e expulsá-lo de lá, ele foi homenageado em 1812 com uma nova cidade, chamada de Grahamstown”.
Durante todo o século XIX houveram muitas batalhas e guerras, principalmente entre os Boers e ingleses, pela domínio das melhores áreas. Isso não quer dizer que os povos sul-africanos aceitaram comodamente a situação, pois se envolveram em diversas batalhas contra os “colonizadores”.
Já no século XX, “o território sul-africano foi completamente dominado e os Boers e os britânicos conseguiram se conciliar”.
Foi exatamente nesse início de século que os brancos começam a se preocupar, pois se depararam com uma mudança demográfica dos negros:
“de pequena minoria nos centros urbanos na época da União, os negros passaram a ser maioria em todas as cidades principais por 40 anos. Os negros foram completamente privados dos seus direitos quando foram expulsos dos sindicatos políticos e comerciais”.
Com as eleições de 1948, surge um novo mundo na velha Mãe África, pois os vencedores criaram o apartheid, ou “separação”. Com esta posição política novas leis acabaram surgindo, separando cada vez mais os brancos dos negros, que foram “forçados a se sentar em bancos públicos separados, usar entradas de prédios diferentes e ter seus próprios banheiros públicos”.
Através do decreto Mixed Marriages Act proibiu-se o “casamento entre negros e brancos. O decreto mais cruel de todos foi o Popular Registration Act, de 1950, que exigia registros de acordo com as classificações raciais. Os negros eram obrigados a carregar um passe permanentemente, impedindo-os de entrar nas cidades. Mais adiante, um grande número de negros foi enviado a áreas chamadas de townships - áreas de segregação racial e grande pobreza, que quanto mais longe dos olhos dos brancos, melhor. Por 30 anos, o Partido Nacional batalhou para manter o sistema de apartheid, que pregava a censura aos meios de comunicação e a falta de liberdade de expressão. O índice de violência estava aumentando, bem como o número de protestos no país. A África do Sul se transformou em assunto de discussão internacional”.
Nos anos 60 e 70 do século passado, a resistência e as lutas por libertação acabam se intensificando e surgem duas personagens que intrigam até os dias de hoje a imaginação de todos aqueles que porventura iniciam-se no estudo desse período: o jovem Steve Biko e o já líder Nelson Mandela.
Nos anos 70, o jovem líder popular Steve Biko, fundador do Movimento da Consciência Negra, “fez um discurso para estudantes negros e brancos, com a intenção de aumentar o orgulho negro e divulgar o movimento”. Como havia sido proibido pelo governo de fazer pronunciamentos ou mesmo se deslocar para outras cidades, Biko foi preso e após vários interrogatórios foi mantido na prisão, sendo espancado até a morte, no dia 12 de setembro de 1977, em sua cela, deixando “um legado muito maior do que esperava.”
Entendemos com isso que muitos dos líderes dos povos sula africanos, como Biko acabaram sendo perseguidos e mortos ao longo do caminho. BiKo era apenas o líder de alguns, mas a vingança dos invasores foi implacável e impiedosa.
Podemos destacar ainda
“outro momento horrível da história sul-africana que aconteceu em 1976, quando crianças de um colégio em Soweto foram às ruas para protestar contra a imposição de que Afrikaans fosse seu idioma oficial. Centenas de crianças foram mortas por policiais que atiraram e mais de 600 negros morreram por protestarem contra a chacina”.
Nesse momento, outro grande líder, Nelson Mandela, “que na época já estava há nove anos na prisão, tornou-se um herói do movimento”. Ele havia sido preso em 1965 e só foi libertado em 1990, sob o governo de Fredérick W. de Klerk, 25 anos após sua prisão.
Juntamente com outros líderes, como o Arcebispo Desmond Tutu trabalharam incessantemente por uma solução pacífica e para a realização de eleições livres, que aconteceram em 1994.
O que aconteceu durante todo esse período é uma incógnita, pois preso, Nelson Mandela continuava exportando seus ideais de liberdade e sonhos por um novo mundo. O mundo o conhecia e aplaudia suas ações. A vingança e violência do “dominador” inglês não foi nem implacável nem impiedosa. Por que?
Seria pelo fato de Mandela ser tão conhecido e divulgado pela imprensa mundial? O que houve? Os ingleses tiveram medo? De quem?
Não tenho respostas, apenas sabemos que em 1994, “realizadas as eleições diretas, um movimento emocionante que gerou quilômetros de filas de pessoas que queriam fazer a diferença, Nelson Mandela, o homem que tornou-se mito, fora eleito presidente pela grande maioria dos votos, para , durante cinco anos governar e dirigir os destinos de seu país, a áfrica do Sul.
Nas eleições que se seguiram, o vitorioso foi o próprio Vice de Mandela, Thabo Mbeki, para dois mandatos consecutivos, em 1999 e em 2004. Acreditamos que nestes dez anos de liberdade muita coisa já foi feita para alcançar a liberdade e o progresso, mas muito ainda precisa ser feito para acabar com a situação de pobreza e miséria em que se encontram muitos povos sula africanos.
O apartheid ficou para a história ou ainda vai ser história, o que já é uma outra história..
2 REFERÊNCIAS
PEDRO, Antônio; LIMA, Lizânias de Souza. História da civilização Ocidental: ensino Médio. vol. un. São Paulo: FTD, 2004. (Coleção Delta)
SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica: ensino médio. vol. un. 1 ed. São Paulo: Nova Geração, 2005.
SILVA, Antônio César da; WEIDUSCHAT, Íris; TAFNER, José. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Editora Asselvi, 2005.
http://www.africadosul.org.br/historia.asp - Acesso em 28/03/2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Steve_Biko - Acesso em 28/03/2006.
http://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://africanhistory.about.com/library/biographies/blbio-stevebiko.htm&prev=/search%3Fq%3DSteve%2BBiko%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D - Acesso em 28/03/2006.
Quase todos os sonhos são possíveis, se buscados com muita força e garra. Foi o que aconteceu na história da África do Sul. Após muitas lutas e derramamento de sangue, o país sul africano conseguiu sua independência, imortalizando algumas das pessoas que lutaram e deram seu sangue, suor e lágrimas na busca pela independência.
Palavras-chave: África; Sonho; Luta; Liberdade.
ABSTRACT
Almost all the dreams are possible, if searched with much force and drift. It was what it happened in the history of Africa of the South. After many fights and spilling of blood, the African south country obtained its independence, immortalizing some of the people who had fought and given its blood, sweat and tears in the search for independence.
Key words: Africa; Dream; Fight; Freedom.
1 INTRODUÇÃO
A história da África, enquanto continente, países, tribos, povos, nações, grupos, pessoas, costumes e tradições, sempre despertou no mundo ocidental, além de certo interesse, fascínio e curiosidade, interrogações que ainda buscamos respostas.
Toda luta de seu povo sempre esteve muito presente, muito viva, mas a história da África do Sul, em particular, desperta muita curiosidade e perguntas, principalmente a partir do final da II Guerra Mundial.
Os holandeses chegaram à África do Sul em 1652, através da Companhia das Índias Orientais, que se instalam permanentemente na região. Podemos questionar a presença dos holandeses, lembrando que esses
“primeiros colonizadores brancos levavam suas vidas em pequenas fazendas na Cidade do Cabo, onde se alimentavam de carne e bebiam vinho. As colônias se espalharam pelas montanhas e chegaram rapidamente aos pastos secos do interior. Com isso, aconteceu uma mudança relacionada à percepção que cada grupo tinha de si mesmo: os colonizadores decidiram se diferenciar de seus irmãos da Holanda e se autodenominaram Boers (palavra que significa fazendeiros) ou Afrikaaners (africanos). As mortes começaram a acontecer quando os “novos” colonizadores decidiram tomar o que bem entendessem, matando os adultos dos grupos Khoikhoi e fazendo de seus filhos serventes domésticos.
Já no século XVIII, “quando os holandeses fecharam a Companhia das Índias em 1795, as forças inglesas tomaram o controle da região do Cabo. Os britânicos devolveram o poder aos holandeses no breve período de 1803 a 1806, mas depois resolveram tomá-lo novamente. Uma das primeiras iniciativas do governo foi atacar o povo Xhosa, que estava enraizado dentro das áreas dos colonizadores brancos. Quando o coronel britânico John Graham seguiu as instruções de incitar ‘um grau apropriado de terror’ no povoado Xhosa e expulsá-lo de lá, ele foi homenageado em 1812 com uma nova cidade, chamada de Grahamstown”.
Durante todo o século XIX houveram muitas batalhas e guerras, principalmente entre os Boers e ingleses, pela domínio das melhores áreas. Isso não quer dizer que os povos sul-africanos aceitaram comodamente a situação, pois se envolveram em diversas batalhas contra os “colonizadores”.
Já no século XX, “o território sul-africano foi completamente dominado e os Boers e os britânicos conseguiram se conciliar”.
Foi exatamente nesse início de século que os brancos começam a se preocupar, pois se depararam com uma mudança demográfica dos negros:
“de pequena minoria nos centros urbanos na época da União, os negros passaram a ser maioria em todas as cidades principais por 40 anos. Os negros foram completamente privados dos seus direitos quando foram expulsos dos sindicatos políticos e comerciais”.
Com as eleições de 1948, surge um novo mundo na velha Mãe África, pois os vencedores criaram o apartheid, ou “separação”. Com esta posição política novas leis acabaram surgindo, separando cada vez mais os brancos dos negros, que foram “forçados a se sentar em bancos públicos separados, usar entradas de prédios diferentes e ter seus próprios banheiros públicos”.
Através do decreto Mixed Marriages Act proibiu-se o “casamento entre negros e brancos. O decreto mais cruel de todos foi o Popular Registration Act, de 1950, que exigia registros de acordo com as classificações raciais. Os negros eram obrigados a carregar um passe permanentemente, impedindo-os de entrar nas cidades. Mais adiante, um grande número de negros foi enviado a áreas chamadas de townships - áreas de segregação racial e grande pobreza, que quanto mais longe dos olhos dos brancos, melhor. Por 30 anos, o Partido Nacional batalhou para manter o sistema de apartheid, que pregava a censura aos meios de comunicação e a falta de liberdade de expressão. O índice de violência estava aumentando, bem como o número de protestos no país. A África do Sul se transformou em assunto de discussão internacional”.
Nos anos 60 e 70 do século passado, a resistência e as lutas por libertação acabam se intensificando e surgem duas personagens que intrigam até os dias de hoje a imaginação de todos aqueles que porventura iniciam-se no estudo desse período: o jovem Steve Biko e o já líder Nelson Mandela.
Nos anos 70, o jovem líder popular Steve Biko, fundador do Movimento da Consciência Negra, “fez um discurso para estudantes negros e brancos, com a intenção de aumentar o orgulho negro e divulgar o movimento”. Como havia sido proibido pelo governo de fazer pronunciamentos ou mesmo se deslocar para outras cidades, Biko foi preso e após vários interrogatórios foi mantido na prisão, sendo espancado até a morte, no dia 12 de setembro de 1977, em sua cela, deixando “um legado muito maior do que esperava.”
Entendemos com isso que muitos dos líderes dos povos sula africanos, como Biko acabaram sendo perseguidos e mortos ao longo do caminho. BiKo era apenas o líder de alguns, mas a vingança dos invasores foi implacável e impiedosa.
Podemos destacar ainda
“outro momento horrível da história sul-africana que aconteceu em 1976, quando crianças de um colégio em Soweto foram às ruas para protestar contra a imposição de que Afrikaans fosse seu idioma oficial. Centenas de crianças foram mortas por policiais que atiraram e mais de 600 negros morreram por protestarem contra a chacina”.
Nesse momento, outro grande líder, Nelson Mandela, “que na época já estava há nove anos na prisão, tornou-se um herói do movimento”. Ele havia sido preso em 1965 e só foi libertado em 1990, sob o governo de Fredérick W. de Klerk, 25 anos após sua prisão.
Juntamente com outros líderes, como o Arcebispo Desmond Tutu trabalharam incessantemente por uma solução pacífica e para a realização de eleições livres, que aconteceram em 1994.
O que aconteceu durante todo esse período é uma incógnita, pois preso, Nelson Mandela continuava exportando seus ideais de liberdade e sonhos por um novo mundo. O mundo o conhecia e aplaudia suas ações. A vingança e violência do “dominador” inglês não foi nem implacável nem impiedosa. Por que?
Seria pelo fato de Mandela ser tão conhecido e divulgado pela imprensa mundial? O que houve? Os ingleses tiveram medo? De quem?
Não tenho respostas, apenas sabemos que em 1994, “realizadas as eleições diretas, um movimento emocionante que gerou quilômetros de filas de pessoas que queriam fazer a diferença, Nelson Mandela, o homem que tornou-se mito, fora eleito presidente pela grande maioria dos votos, para , durante cinco anos governar e dirigir os destinos de seu país, a áfrica do Sul.
Nas eleições que se seguiram, o vitorioso foi o próprio Vice de Mandela, Thabo Mbeki, para dois mandatos consecutivos, em 1999 e em 2004. Acreditamos que nestes dez anos de liberdade muita coisa já foi feita para alcançar a liberdade e o progresso, mas muito ainda precisa ser feito para acabar com a situação de pobreza e miséria em que se encontram muitos povos sula africanos.
O apartheid ficou para a história ou ainda vai ser história, o que já é uma outra história..
2 REFERÊNCIAS
PEDRO, Antônio; LIMA, Lizânias de Souza. História da civilização Ocidental: ensino Médio. vol. un. São Paulo: FTD, 2004. (Coleção Delta)
SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica: ensino médio. vol. un. 1 ed. São Paulo: Nova Geração, 2005.
SILVA, Antônio César da; WEIDUSCHAT, Íris; TAFNER, José. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Editora Asselvi, 2005.
http://www.africadosul.org.br/historia.asp - Acesso em 28/03/2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Steve_Biko - Acesso em 28/03/2006.
http://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://africanhistory.about.com/library/biographies/blbio-stevebiko.htm&prev=/search%3Fq%3DSteve%2BBiko%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D - Acesso em 28/03/2006.
História da África pré-colonial e dos africanos no Brasil
Quando nos referimos a história da África, de africanos ou de afro-descendentes, tudo nos leva a imaginar como era ou é este belo e maravilhoso continente, mas, muitas vezes nos equivocamos ao pensá-lo como um todo, como um único bloco, como se todos tivessem a mesma cultura, o mesmo modo de vida, a mesma religião; como se todos fossem um povo desprovido de conhecimento, ou seja, um povo sem características próprias, imaginados pelos europeus, com seu olhar de “superiores”.
Ao olharmos para a África e a estudarmos, temos que nos distanciarmos ao máximo das nossas convicções, e para isso precisamos de um olhar muito acurado, vendo o outro de forma a me ver no outro, considerando o que é importante e relevante, num estudo sobre esse continente.
Ao nos perguntarmos o que é importante considerar nas pesquisas referentes à história das populações africanas no Brasil, precisamos levar em conta o legado de pertencer a um povo, nação, grupo, tribo ou clã que tem suas raízes no continente africano. Mas como redefinir, incluir e aprofundar o estudo sobre a multiculturalidade, para a afirmação das populações afro-descendentes, mostrando que temos uma história tão importante quanto a de outros povos que são estudados e narrados em nossos livros, como os heróis do “Novo Mundo”?
Precisamos compreender os fragmentos da história dos afro-descendentes na diáspora africana, afirmando elementos que os dignifiquem, excluem e incluem, mostrando a resistências destes povos e comunidades, fortalecendo e enriquecendo os conteúdos ministrados no ensino escolar. Não poderemos apenas nos basear ou nos situarmos, que a partir de agora, temos que “trabalhar” a história da África e de afro-descendentes em algumas disciplinas da matriz curricular. Temos que termos claro, que a situação sócio-econômica e cultural da África atual, é o cenário de grandes e violentas guerras, que extrapolaram os séculos, desde a situação pré-colonial, sua organização entre os vários povos, reinos, tribos, comunidade e clãs, até o instante em que foram invadidos por outros povos, principalmente europeus, que tentaram ditar suas regras e modos de vida.
O tráfico negreiro provocou na população uma ruptura dramática, pois cessam o crescimento das produções materiais dessas sociedades ao mesmo tempo que surgem “reis” que controlam e que capturam pessoas para o comércio, incentivado pelos compradores europeus, que se torna rico e centralizador das riquezas e comercializador de escravos. Quanto a colonização européia, que agora não pretende eliminar ou escravizar esse povos, tenta subverter as culturas africanas, com seu modo de pensar e agir, além, da passagem violenta e sangrenta para a independência dos estados africanos. Como conseqüências, todo o continente africano sofre sanções e o exílio das grandes decisões globalizadas.
Para entendermos a história das populações africanas e afro-descendentes no Brasil, para valorizarmos e vermos que é importante o estudo das comunidades de afro-descendentes, precisamos levar em conta a composição dos grupos populacionais que formam ou formaram a parte ocidental da África. Precisamos conhecer a história dos grandes reinos africanos, pois é fundamental para entender a origem e a força deste povo.
Precisamos conhecer a arte, os ritos, os mitos, as línguas, as características geográficas e econômicas, a forma de organização social, em reinos, comunidades, tribos, clãs, etc. Precisamos conhecer a religiosidade deste povo, tão rica, que muitas vezes, em nosso continente, numa forma de sobrevivência, teve que mesclar-se com elementos de outros povos, sejam eles cristãos, pertencentes a religiosidade européia ou mesmo com as religiões de matriz sacralizadora da natureza, como no caso dos indígenas.
As relações que edificam a cultura de cada povo, reino, tribo, comunidade, clã, a organização social e cultural, religiosa e geográfica, política e econômica, a forma de ver a natureza e relacionar-se com ela, são elementos indispensáveis para a compreensão e mesmo o “resgate” (se é que é possível resgatar alguma coisa) da identidade do povo africano, em particular, no reconhecimento da afro-descendência no Brasil.
Temos que considerar que o Brasil é o segundo maior país com uma representação populacional negra, só perdendo para a Nigéria, que está em primeiro lugar, como um país autenticamente negro. A imagem de afro-descendência está presente no cotidiano de nossa vida, pois somos aproximadamente 60 milhões que possuímos uma relação de parentesco com África, podendo encontrar traços em cada um de nós, em nossos ancestrais e parentes.
Para estudarmos e compreendermos a história de África e afro-descendentes, precisamos nos libertar de todas as amarras que ainda nos prendem, precisamos deixar todo tipo de conceito ou preconceito de lado, mudar o olhar que temos de África, pois, “as pessoas nascidas na África” ao chegarem nos portos brasileiros, trazem consigo suas crenças, valores e costumes, seu modo de comportar-se, bem como suas práticas e conceitos a cerca deles próprios e do novo mundo, o que é diferente das pessoas que nasceram no Brasil, os afro-descendentes.
Precisamos, para compreendermos a história de África, entendermos o contexto africano, para aqueles que são trazidos para a América, pois não basta estudarmos somente o contexto americano, brasileiro.
Estes povos, ainda hoje, lutam pela liberdade, a independência de seus territórios pré-coloniais e a dignidade racial ou étnica, como queiram, que o imperialismo, o colonialismo e o racismo lhes arrancaram ao longo dos séculos passados.
Ao olharmos para a África e a estudarmos, temos que nos distanciarmos ao máximo das nossas convicções, e para isso precisamos de um olhar muito acurado, vendo o outro de forma a me ver no outro, considerando o que é importante e relevante, num estudo sobre esse continente.
Ao nos perguntarmos o que é importante considerar nas pesquisas referentes à história das populações africanas no Brasil, precisamos levar em conta o legado de pertencer a um povo, nação, grupo, tribo ou clã que tem suas raízes no continente africano. Mas como redefinir, incluir e aprofundar o estudo sobre a multiculturalidade, para a afirmação das populações afro-descendentes, mostrando que temos uma história tão importante quanto a de outros povos que são estudados e narrados em nossos livros, como os heróis do “Novo Mundo”?
Precisamos compreender os fragmentos da história dos afro-descendentes na diáspora africana, afirmando elementos que os dignifiquem, excluem e incluem, mostrando a resistências destes povos e comunidades, fortalecendo e enriquecendo os conteúdos ministrados no ensino escolar. Não poderemos apenas nos basear ou nos situarmos, que a partir de agora, temos que “trabalhar” a história da África e de afro-descendentes em algumas disciplinas da matriz curricular. Temos que termos claro, que a situação sócio-econômica e cultural da África atual, é o cenário de grandes e violentas guerras, que extrapolaram os séculos, desde a situação pré-colonial, sua organização entre os vários povos, reinos, tribos, comunidade e clãs, até o instante em que foram invadidos por outros povos, principalmente europeus, que tentaram ditar suas regras e modos de vida.
O tráfico negreiro provocou na população uma ruptura dramática, pois cessam o crescimento das produções materiais dessas sociedades ao mesmo tempo que surgem “reis” que controlam e que capturam pessoas para o comércio, incentivado pelos compradores europeus, que se torna rico e centralizador das riquezas e comercializador de escravos. Quanto a colonização européia, que agora não pretende eliminar ou escravizar esse povos, tenta subverter as culturas africanas, com seu modo de pensar e agir, além, da passagem violenta e sangrenta para a independência dos estados africanos. Como conseqüências, todo o continente africano sofre sanções e o exílio das grandes decisões globalizadas.
Para entendermos a história das populações africanas e afro-descendentes no Brasil, para valorizarmos e vermos que é importante o estudo das comunidades de afro-descendentes, precisamos levar em conta a composição dos grupos populacionais que formam ou formaram a parte ocidental da África. Precisamos conhecer a história dos grandes reinos africanos, pois é fundamental para entender a origem e a força deste povo.
Precisamos conhecer a arte, os ritos, os mitos, as línguas, as características geográficas e econômicas, a forma de organização social, em reinos, comunidades, tribos, clãs, etc. Precisamos conhecer a religiosidade deste povo, tão rica, que muitas vezes, em nosso continente, numa forma de sobrevivência, teve que mesclar-se com elementos de outros povos, sejam eles cristãos, pertencentes a religiosidade européia ou mesmo com as religiões de matriz sacralizadora da natureza, como no caso dos indígenas.
As relações que edificam a cultura de cada povo, reino, tribo, comunidade, clã, a organização social e cultural, religiosa e geográfica, política e econômica, a forma de ver a natureza e relacionar-se com ela, são elementos indispensáveis para a compreensão e mesmo o “resgate” (se é que é possível resgatar alguma coisa) da identidade do povo africano, em particular, no reconhecimento da afro-descendência no Brasil.
Temos que considerar que o Brasil é o segundo maior país com uma representação populacional negra, só perdendo para a Nigéria, que está em primeiro lugar, como um país autenticamente negro. A imagem de afro-descendência está presente no cotidiano de nossa vida, pois somos aproximadamente 60 milhões que possuímos uma relação de parentesco com África, podendo encontrar traços em cada um de nós, em nossos ancestrais e parentes.
Para estudarmos e compreendermos a história de África e afro-descendentes, precisamos nos libertar de todas as amarras que ainda nos prendem, precisamos deixar todo tipo de conceito ou preconceito de lado, mudar o olhar que temos de África, pois, “as pessoas nascidas na África” ao chegarem nos portos brasileiros, trazem consigo suas crenças, valores e costumes, seu modo de comportar-se, bem como suas práticas e conceitos a cerca deles próprios e do novo mundo, o que é diferente das pessoas que nasceram no Brasil, os afro-descendentes.
Precisamos, para compreendermos a história de África, entendermos o contexto africano, para aqueles que são trazidos para a América, pois não basta estudarmos somente o contexto americano, brasileiro.
Estes povos, ainda hoje, lutam pela liberdade, a independência de seus territórios pré-coloniais e a dignidade racial ou étnica, como queiram, que o imperialismo, o colonialismo e o racismo lhes arrancaram ao longo dos séculos passados.
VERDADE E PODER EM FOUCAULT
Um dos problemas colocados era o estatuto político das ciências e as funções ideológicas que podia veicular. Questões interessantes sobre poder e saber. Questiona-se quais as relações da física teórica e a química orgânica com as estruturas políticas e econômicas da sociedade. Foucault utiliza o saber da psiquiatria, pois seu perfil epistemológico é pouco definido. A própria medicina possui uma estrutura muito mais sólida do que a psiquiatria. Todos consideraram que era um problema politicamente sem importância.
A primeira razão é que o problema dos intelectuais marxistas na França era de se fazer reconhecer pela instituição universitária e pelo establishment. Deviam colocar as mesmas questões que eles, tratar dos mesmos problemas e dos mesmos domínios. Dar às vossas velhas preocupações soluções novas. Fazer a renovação da tradição liberal, universitária aos problemas mais acadêmicos e mais nobres da história das ciências. A medicina e a psiquiatria não estavam a altura das grandes formas do racionalismo clássico.
A Segunda razão é o estalinismo pós-estalinista, que exclui do discurso marxista tudo o que não fosse repetição amedrontada, não permitia a abordagem de caminhos ainda não percorridos. Inumeráveis trocas tinham ocorrido desde Marx sobre o discurso das ciências. Os marxistas pagavam sua fidelidade ao velho positivismo com uma surdez radical com relação a todas as questões de psiquiatria pavloviana. Para certos médicos, a política psiquiátrica, a psiquiatria como a política, não eram coisas honrosas.
Aquilo que ele havia tentado fazer foi recebido com um silêncio muito grande pela esquerda intelectual francesa. Sem a abertura política ele não teria tido coragem para fazer a pesquisa no domínio da penalidade, das prisões e das disciplinas.
Uma terceira razão é que vem através dos intelectuais uma recusa em colocar o problema da reclusão da utilização política da psiquiatria, do enquadrinhamento disciplinar da sociedade. O partido que não ignorava nada, podia lançar palavras de ordem, impedir que se falasse disto ou daquilo, desqualificar os que falavam.
Alguns dizem que Foucault é o filósofo que funda sua teoria da história na descontinuidade. Ele fala, portanto, que, em certas formas de saber empírico como a biologia, a política, a economia, a psiquiatria, a medicina, o ritmo das transformações não obedecia aos esquemas suaves e continuistas de desenvolvimento que normalmente se admite. A medicina, até o século XVIII, tem um certo tipo de discurso cujas lentas transformações romperam com as proposições verdadeiras, com as maneiras de falar e ver, com o conjunto das práticas que serviam de suporte ‘a medicina. É um novo regime no discurso e no saber. Foucault coloca em questão como é possível que se tenha em certos momentos e em certas ordens de saber, mudanças bruscas, precipitações de evolução, que não correspondem a imagem tranquila e continuista. Há uma modificação nas regras de formação dos enunciados que são aceitos como cientificamente verdadeiros. O mais importante não é se as mudanças são rápidas ou não. Não é mudança de conteúdo, alteração da forma teórica, renovação do paradigma, dos conjuntos sistemáticos. O que está em questão é o que rege os enunciados que se regem entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente, susceptíveis de serem verificadas ou infirmadas por procedimentos científicos. Procura os efeitos de poder entre os enunciados científicos, o seu regime interior de poder, como e porque em certos momentos ele se modifica de forma global.
Faltava o regime discursivo, dos efeitos de poder próprios do jogo enunciativo.
O que poderíamos fazer? Colocar o conceito de descontinuidade no seu lugar? O conceito de acontecimento, daquilo que não entra e não pode entrar na mecânica e no jogo da análise, pelo menos na formam que tomaram no interior do estruturalismo, que talvez tenha sido o esforço mais sistemático para eliminar o conceito de acontecimento. Existem vários tipos de acontecimentos diferentes que não tem o mesmo alcance, a mesma amplitude cronológica, nem a mesma capacidade de produzir efeitos.
O problema é distinguir os acontecimentos, diferenciar as redes e os níveis das relações de força, de desenvolvimentos estratégicos e de táticas. A referência não é o grande modelo da língua e dos signos, mas sim da guerra e da batalha. A historicidade é belicosa e não linguística. Há relação de poder e não relação de sentido. A história não tem sentido, o que não quer dizer que seja absurda ou incoerente. É inteligível e deve poder ser analisada em seus menores detalhes, segundo a inteligibilidade das lutas, das estratégias, das táticas. Nem a dialética, nem a semiótica dão conta do que é a inteligibilidade intrínseca dos confrontos. A dialética é uma maneira de evitar a realidade aleatória e aberta desta inteligibilidade e a semiologia é a maneira de evitar seu caráter violento, sangrento e mortal, reduzindo-a à forma apaziguada e platônica.
Coloca-se no discurso a questão do poder, por uma incapacidade que estava sem dúvida ligada a situação política. Quem na direita ou na esquerda poderia ter colocado este problema do poder. Pela direita estava colocado somente em termos de constituição, em termos jurídicos, e pelo marxismo, em termos de aparelho de estado. Faltava dizer como ele se exercia concretamente, e em detalhe, com suas especificidades, suas técnicas e suas táticas. O poder no socialismo soviético é chamado de totalitarismo, no capitalismo ocidental é denunciado pelos marxistas como dominação de classe. A mecânica do poder nunca era analisada. O trabalho é feito depois de 1968, a partir da lutas cotidianas, realizadas na base, com aqueles que tinham que se debater nas malhas mais finas de poder.
Quanto ao marxismo e a fenomenologia, as pessoas da geração de Foucault foram alimentadas por duas formas de análise, sendo, uma que remetia ao sujeito constituinte e outra que remetia ao econômico em última instância: a ideologia e ao jogo das superestruturas e das infra-estruturas.
Como os problemas de constituição podiam ser resolvidos no interior da trama histórica, em vez de remetê-la a um sujeito constituinte. É preciso se livrar do sujeito constituinte, do próprio sujeito, para chegar a uma análise que possa dar conta da constituição do sujeito na trama histórica. A genealogia é forma de história, uma constituição dos saberes, dos discursos, dos domínios do objeto.
A fenomenologia marxista representa dois conceitos que são obstáculos, a ideologia e a repressão. A ideologia é pouco utilizável por três razões. A primeira, ela está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade. O que um discurso releva de cientificidade e da verdade e o que relevaria de outra coisa. Como se produzem os efeitos de verdade no interior de discursos. Segundo inconveniente é alguma coisa como o sujeito, e terceiro, a ideologia está em oposição secundária a algo, para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material.
A repressão é mais pérfida. É uma espécie de loucura viva, volúvel e ansiosa que a mecânica do poder tinha conseguido reprimir e reduzir ao silêncio. Os efeitos do poder da repressão tem uma concepção jurídica; identifica-se o poder a uma lei que diz não. A força da proibição. Se o poder fosse somente repressivo, se não fizesse outra coisa a não ser dizer não, não seria obedecido. O poder mantém-se e é aceito porque ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. É uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do que uma instância negativa. Há um desbloqueio tecnológico da produtividade do poder. Desenvolveram grandes aparelhos de Estado – exército, polícia, administração local – mas instauraram uma nova economia do poder, procedimentos que permitem fazer circular os efeitos de poder de forma ao mesmo tempo contínua, ininterrupta, adaptada e individualizada em todo o corpo social. São técnicas muito mais eficazes e muito menos dispendiosas. São poderes descentralizados ou locais, pequenos.
Mas, como podemos utilizar os trabalhos de Foucault nas lutas cotidianas e qual é o papel do intelectual hoje? O intelectual de esquerda tomou a palavra, seu direito de falar e durante muito tempo foi dono de verdade e de justiça. Todos o ouviam como um representante universal. Ser intelectual era ser a consciência de todos. A posição histórica do proletariado como portador do universal, não refletido pouco consciente de si, o intelectual, pela escolha moral, teórica e política é portador desta universalidade de forma consciente e elaborada. Seria a figura clara e individual de uma universalidade onde o proletário seria a forma obscura e coletiva.
Os intelectuais trabalham não no universal, no exemplar, no justo-e-verdadeito-para-todos, mas em setores determinados, situam suas condições de trabalho, suas condições de vida. Também encontraram problemas que eram específicos, não universais. Se aproximaram deles porque eram lutas reais, materiais e cotidianas e porque encontraram o adversário do proletariado, do campesinato ou das massas. Este é o intelectual específico por oposição ao intelectual universal.
O intelectual era escritor: consciência universal, sujeito livre. A politização se realiza na atividade específica, o limiar da escritura faz o intelectual desaparecer e se produzem ligações transversais de saber para saber, ponte de politização de um para outro. Em seu próprio lugar e por meio de intercâmbios e de articulações, participar de uma politização global dos intelectuais. O professor e a universidade aparecem como permutadores, pontos de cruzamento privilegiados. A crise da universidade não é perda de força, mas multiplicação e reforço de seus efeitos de poder no meio de um conjunto multiforme de intelectuais, onde o escritor se debate pela manutenção de seu privilégio político. A atividade do escritor não era mais o lugar da ação.
É o intelectual específico a partir da Segunda Grande Guerra. Há a articulação entre intelectual universal e específico, porque tinha uma relação direta e localizada com a instituição e o saber científico. O intelectual foi perseguido pelo poder político por causa do saber que detinha e se constituía como um perigo político.
O intelectual universal, tal como funcionou no século XIX e no começo do XX, derivou de fato de uma figura histórica bem particular: o homem da justiça, o homem da lei, que se opõe ao despotismo, a arrogância da riqueza. Grandes lutas políticas se fizeram em torno da lei, do direito, da constituição, do que é justo por razão e por natureza, que pode e deve valer universalmente. O intelectual, no sentido político e não sociológico ou profissional, aquele que faz uso de seu saber, de sua competência, de sua relação com a verdade nas lutas políticas, do jurista: ou em todo caso, do homem que reivindicava a universalidade da lei justa, contra os profissionais do direito. A expressão mais completa no escritor, portador de significações e de valores, com os evolucionistas pós-darwinianos, que começa a aparecer mais nitidamente o cientista-perito. As relações tempestuosas entre o evolucionismo e os socialistas, os efeitos ambíguos do evolucionismo, assinalam o momento importante em que m nome de uma verdade científica local, se faz a intervenção do cientista nas lutas políticas. Zola é o intelectual universal portador da lei e militante da equidade.
A biologia e a física, foram as zonas de formação, do intelectual específico, onde se concentram as funções e os prestígios deste novo intelectual não é mais a do escritor genial, mas do cientista absoluto, não empunha sozinho os valores de todos, mas é o estrategista da vida e da morte. Vivemos o desaparecimento do grande escritor. O intelectual específico encontra obstáculos e se expõe a perigos, se limita a lutas de conjuntura, a reivindicações setoriais, pode se deixar manipular por partidos políticos ou por aparelhos sindicais. Risco de não ser seguido ou de ser somente por grupos muito limitados.
A primeira razão é que o problema dos intelectuais marxistas na França era de se fazer reconhecer pela instituição universitária e pelo establishment. Deviam colocar as mesmas questões que eles, tratar dos mesmos problemas e dos mesmos domínios. Dar às vossas velhas preocupações soluções novas. Fazer a renovação da tradição liberal, universitária aos problemas mais acadêmicos e mais nobres da história das ciências. A medicina e a psiquiatria não estavam a altura das grandes formas do racionalismo clássico.
A Segunda razão é o estalinismo pós-estalinista, que exclui do discurso marxista tudo o que não fosse repetição amedrontada, não permitia a abordagem de caminhos ainda não percorridos. Inumeráveis trocas tinham ocorrido desde Marx sobre o discurso das ciências. Os marxistas pagavam sua fidelidade ao velho positivismo com uma surdez radical com relação a todas as questões de psiquiatria pavloviana. Para certos médicos, a política psiquiátrica, a psiquiatria como a política, não eram coisas honrosas.
Aquilo que ele havia tentado fazer foi recebido com um silêncio muito grande pela esquerda intelectual francesa. Sem a abertura política ele não teria tido coragem para fazer a pesquisa no domínio da penalidade, das prisões e das disciplinas.
Uma terceira razão é que vem através dos intelectuais uma recusa em colocar o problema da reclusão da utilização política da psiquiatria, do enquadrinhamento disciplinar da sociedade. O partido que não ignorava nada, podia lançar palavras de ordem, impedir que se falasse disto ou daquilo, desqualificar os que falavam.
Alguns dizem que Foucault é o filósofo que funda sua teoria da história na descontinuidade. Ele fala, portanto, que, em certas formas de saber empírico como a biologia, a política, a economia, a psiquiatria, a medicina, o ritmo das transformações não obedecia aos esquemas suaves e continuistas de desenvolvimento que normalmente se admite. A medicina, até o século XVIII, tem um certo tipo de discurso cujas lentas transformações romperam com as proposições verdadeiras, com as maneiras de falar e ver, com o conjunto das práticas que serviam de suporte ‘a medicina. É um novo regime no discurso e no saber. Foucault coloca em questão como é possível que se tenha em certos momentos e em certas ordens de saber, mudanças bruscas, precipitações de evolução, que não correspondem a imagem tranquila e continuista. Há uma modificação nas regras de formação dos enunciados que são aceitos como cientificamente verdadeiros. O mais importante não é se as mudanças são rápidas ou não. Não é mudança de conteúdo, alteração da forma teórica, renovação do paradigma, dos conjuntos sistemáticos. O que está em questão é o que rege os enunciados que se regem entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente, susceptíveis de serem verificadas ou infirmadas por procedimentos científicos. Procura os efeitos de poder entre os enunciados científicos, o seu regime interior de poder, como e porque em certos momentos ele se modifica de forma global.
Faltava o regime discursivo, dos efeitos de poder próprios do jogo enunciativo.
O que poderíamos fazer? Colocar o conceito de descontinuidade no seu lugar? O conceito de acontecimento, daquilo que não entra e não pode entrar na mecânica e no jogo da análise, pelo menos na formam que tomaram no interior do estruturalismo, que talvez tenha sido o esforço mais sistemático para eliminar o conceito de acontecimento. Existem vários tipos de acontecimentos diferentes que não tem o mesmo alcance, a mesma amplitude cronológica, nem a mesma capacidade de produzir efeitos.
O problema é distinguir os acontecimentos, diferenciar as redes e os níveis das relações de força, de desenvolvimentos estratégicos e de táticas. A referência não é o grande modelo da língua e dos signos, mas sim da guerra e da batalha. A historicidade é belicosa e não linguística. Há relação de poder e não relação de sentido. A história não tem sentido, o que não quer dizer que seja absurda ou incoerente. É inteligível e deve poder ser analisada em seus menores detalhes, segundo a inteligibilidade das lutas, das estratégias, das táticas. Nem a dialética, nem a semiótica dão conta do que é a inteligibilidade intrínseca dos confrontos. A dialética é uma maneira de evitar a realidade aleatória e aberta desta inteligibilidade e a semiologia é a maneira de evitar seu caráter violento, sangrento e mortal, reduzindo-a à forma apaziguada e platônica.
Coloca-se no discurso a questão do poder, por uma incapacidade que estava sem dúvida ligada a situação política. Quem na direita ou na esquerda poderia ter colocado este problema do poder. Pela direita estava colocado somente em termos de constituição, em termos jurídicos, e pelo marxismo, em termos de aparelho de estado. Faltava dizer como ele se exercia concretamente, e em detalhe, com suas especificidades, suas técnicas e suas táticas. O poder no socialismo soviético é chamado de totalitarismo, no capitalismo ocidental é denunciado pelos marxistas como dominação de classe. A mecânica do poder nunca era analisada. O trabalho é feito depois de 1968, a partir da lutas cotidianas, realizadas na base, com aqueles que tinham que se debater nas malhas mais finas de poder.
Quanto ao marxismo e a fenomenologia, as pessoas da geração de Foucault foram alimentadas por duas formas de análise, sendo, uma que remetia ao sujeito constituinte e outra que remetia ao econômico em última instância: a ideologia e ao jogo das superestruturas e das infra-estruturas.
Como os problemas de constituição podiam ser resolvidos no interior da trama histórica, em vez de remetê-la a um sujeito constituinte. É preciso se livrar do sujeito constituinte, do próprio sujeito, para chegar a uma análise que possa dar conta da constituição do sujeito na trama histórica. A genealogia é forma de história, uma constituição dos saberes, dos discursos, dos domínios do objeto.
A fenomenologia marxista representa dois conceitos que são obstáculos, a ideologia e a repressão. A ideologia é pouco utilizável por três razões. A primeira, ela está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade. O que um discurso releva de cientificidade e da verdade e o que relevaria de outra coisa. Como se produzem os efeitos de verdade no interior de discursos. Segundo inconveniente é alguma coisa como o sujeito, e terceiro, a ideologia está em oposição secundária a algo, para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material.
A repressão é mais pérfida. É uma espécie de loucura viva, volúvel e ansiosa que a mecânica do poder tinha conseguido reprimir e reduzir ao silêncio. Os efeitos do poder da repressão tem uma concepção jurídica; identifica-se o poder a uma lei que diz não. A força da proibição. Se o poder fosse somente repressivo, se não fizesse outra coisa a não ser dizer não, não seria obedecido. O poder mantém-se e é aceito porque ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. É uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do que uma instância negativa. Há um desbloqueio tecnológico da produtividade do poder. Desenvolveram grandes aparelhos de Estado – exército, polícia, administração local – mas instauraram uma nova economia do poder, procedimentos que permitem fazer circular os efeitos de poder de forma ao mesmo tempo contínua, ininterrupta, adaptada e individualizada em todo o corpo social. São técnicas muito mais eficazes e muito menos dispendiosas. São poderes descentralizados ou locais, pequenos.
Mas, como podemos utilizar os trabalhos de Foucault nas lutas cotidianas e qual é o papel do intelectual hoje? O intelectual de esquerda tomou a palavra, seu direito de falar e durante muito tempo foi dono de verdade e de justiça. Todos o ouviam como um representante universal. Ser intelectual era ser a consciência de todos. A posição histórica do proletariado como portador do universal, não refletido pouco consciente de si, o intelectual, pela escolha moral, teórica e política é portador desta universalidade de forma consciente e elaborada. Seria a figura clara e individual de uma universalidade onde o proletário seria a forma obscura e coletiva.
Os intelectuais trabalham não no universal, no exemplar, no justo-e-verdadeito-para-todos, mas em setores determinados, situam suas condições de trabalho, suas condições de vida. Também encontraram problemas que eram específicos, não universais. Se aproximaram deles porque eram lutas reais, materiais e cotidianas e porque encontraram o adversário do proletariado, do campesinato ou das massas. Este é o intelectual específico por oposição ao intelectual universal.
O intelectual era escritor: consciência universal, sujeito livre. A politização se realiza na atividade específica, o limiar da escritura faz o intelectual desaparecer e se produzem ligações transversais de saber para saber, ponte de politização de um para outro. Em seu próprio lugar e por meio de intercâmbios e de articulações, participar de uma politização global dos intelectuais. O professor e a universidade aparecem como permutadores, pontos de cruzamento privilegiados. A crise da universidade não é perda de força, mas multiplicação e reforço de seus efeitos de poder no meio de um conjunto multiforme de intelectuais, onde o escritor se debate pela manutenção de seu privilégio político. A atividade do escritor não era mais o lugar da ação.
É o intelectual específico a partir da Segunda Grande Guerra. Há a articulação entre intelectual universal e específico, porque tinha uma relação direta e localizada com a instituição e o saber científico. O intelectual foi perseguido pelo poder político por causa do saber que detinha e se constituía como um perigo político.
O intelectual universal, tal como funcionou no século XIX e no começo do XX, derivou de fato de uma figura histórica bem particular: o homem da justiça, o homem da lei, que se opõe ao despotismo, a arrogância da riqueza. Grandes lutas políticas se fizeram em torno da lei, do direito, da constituição, do que é justo por razão e por natureza, que pode e deve valer universalmente. O intelectual, no sentido político e não sociológico ou profissional, aquele que faz uso de seu saber, de sua competência, de sua relação com a verdade nas lutas políticas, do jurista: ou em todo caso, do homem que reivindicava a universalidade da lei justa, contra os profissionais do direito. A expressão mais completa no escritor, portador de significações e de valores, com os evolucionistas pós-darwinianos, que começa a aparecer mais nitidamente o cientista-perito. As relações tempestuosas entre o evolucionismo e os socialistas, os efeitos ambíguos do evolucionismo, assinalam o momento importante em que m nome de uma verdade científica local, se faz a intervenção do cientista nas lutas políticas. Zola é o intelectual universal portador da lei e militante da equidade.
A biologia e a física, foram as zonas de formação, do intelectual específico, onde se concentram as funções e os prestígios deste novo intelectual não é mais a do escritor genial, mas do cientista absoluto, não empunha sozinho os valores de todos, mas é o estrategista da vida e da morte. Vivemos o desaparecimento do grande escritor. O intelectual específico encontra obstáculos e se expõe a perigos, se limita a lutas de conjuntura, a reivindicações setoriais, pode se deixar manipular por partidos políticos ou por aparelhos sindicais. Risco de não ser seguido ou de ser somente por grupos muito limitados.
Ensino Religioso uma nova proposta
Para um mundo plural e diversificado, completamente carregado de ilusões e emoções, devemos estar abertos e atentos para que possamos estar engajados neste movimento e processo de mudanças que ocorrem neste final de século.
O mundo mudou, a natureza continua sofrendo os desmandos do homem e o homem tenta buscar explicação para o seu próprio ser, para sua vida, para a existência da vida e para a continuação da vida.
É neste contexto que entra o Ensino Religioso, que deva trazer ou pelo menos apontar um caminho para o transcendente, uma forma de vida adequada para todos os habitantes deste extenso planeta.
Claro que com a diversidade religiosa, e não é somente com esta parte que devemos nos preocupar, não é muito fácil explicar a própria existência do homem, muito menos a existência do transcendente, mas simplesmente se ter uma forma, uma luz que traga algo de reconfortante para o ser humano em sua concepção religiosa.
O ensino religioso deverá ser esta luz, este caminho de iluminação, fazendo com que o educando tente entender-se como ser humano junto aos demais seres humanos, não apenas no aspecto religioso, não apenas na concepção religiosa, não apenas na dimensão religiosa, mas também aspectos, concepções e dimensões políticas, social, econômica, cultural, etc.
O homem não pode ser completo apenas no sentido religioso, pois possui muitas outras dimensões, sem falar concepções, ideologias, necessárias para a explicação de si mesmo.
O ensino religioso deverá ser capaz de abordar os mais diversos aspectos do ser humano para que o mesmo possa ser completo e se realizar como homem/mulher.
Para que o ensino religioso seja capaz de realizar o ser humano, ele precisa estar dentro da estrutura e conjuntura sócio, político, econômico, cultural e religioso da sociedade atual, mostrando caminhos para libertar o homem das amarras que o prendem e o fazem opressor e oprimido. Deve estar preocupado com a libertação integral de cada ser humano dentro de sua concepção. Deve estar aberto e fazer abrir consciências que sejam críticas e que apontem saídas para os desafios propostos, para que não haja líder, nem subordinado, para que todos trilhem um mesmo caminho se reconhecendo como iguais, livres e completos, na busca do mesmo ser transcendente.
O ensino religioso tem que buscar alternativas para que se construa uma nova sociedade, onde o ser humano tenha valor e que se possa dar valor, onde se busque a igualdade entre todos, que todos possam se entender dentro das mais diversas concepções religiosas, nas mais diversas concepções do transcendente.
Que se dê valor ao que o educando traz consigo e que se faça desenvolver o espírito de solidariedade, de complementaridade; sem que se viole as características individuais de cada indivíduo, mas que se faça o intercâmbio religioso na sociedade plural religiosa.
Todos nós somos capazes de se desenvolver o espírito de sociabilidade, de responsabilidade, e que se busque com isto o aprofundamento do ser humano enquanto ser humano e que os homens possam viver em paz no mundo da diversidade.
O Ensino Religioso tem o dever de fazer com que o aluno tenha de volta sua espiritualidade de criança, de adolescente, que vem sendo perdida através de um mundo consumista que dá valores a outras coisas, que reifica o homem e humaniza as coisas.
O Ensino Religioso deve ter em seu conteúdo temas da atualidade e que promovam a liberdade do ser humano, tais como: vida e adolescência; família; ética, amizade, relacionamento, valores, liberdade; responsabilidade; espiritualidade, religiosidade e busca profunda do transcendente; problemais sociais, econômicos, políticos, culturais, etc.; drogas e sexualidade; poder de decisão, projeto de vida; participação do jovem na construção da história; educação e preservação ambiental; trabalho e lazer.
O Ensino Religioso deve fazer com que o educando e educador se encontrem na busca profunda do transcendente, pois desta forma ambos se completam, se entendem e se transformam, mudando a própria sociedade sem que haja injustiça com os homens.
A busca profunda do transcendente faz com que todos nos sintamos capazes de nos desenvolver em igualdade, capazes de encontrar o Reino Definitivo, o reino de paz, amor, solidariedade, etc.
O mundo mudou, a natureza continua sofrendo os desmandos do homem e o homem tenta buscar explicação para o seu próprio ser, para sua vida, para a existência da vida e para a continuação da vida.
É neste contexto que entra o Ensino Religioso, que deva trazer ou pelo menos apontar um caminho para o transcendente, uma forma de vida adequada para todos os habitantes deste extenso planeta.
Claro que com a diversidade religiosa, e não é somente com esta parte que devemos nos preocupar, não é muito fácil explicar a própria existência do homem, muito menos a existência do transcendente, mas simplesmente se ter uma forma, uma luz que traga algo de reconfortante para o ser humano em sua concepção religiosa.
O ensino religioso deverá ser esta luz, este caminho de iluminação, fazendo com que o educando tente entender-se como ser humano junto aos demais seres humanos, não apenas no aspecto religioso, não apenas na concepção religiosa, não apenas na dimensão religiosa, mas também aspectos, concepções e dimensões políticas, social, econômica, cultural, etc.
O homem não pode ser completo apenas no sentido religioso, pois possui muitas outras dimensões, sem falar concepções, ideologias, necessárias para a explicação de si mesmo.
O ensino religioso deverá ser capaz de abordar os mais diversos aspectos do ser humano para que o mesmo possa ser completo e se realizar como homem/mulher.
Para que o ensino religioso seja capaz de realizar o ser humano, ele precisa estar dentro da estrutura e conjuntura sócio, político, econômico, cultural e religioso da sociedade atual, mostrando caminhos para libertar o homem das amarras que o prendem e o fazem opressor e oprimido. Deve estar preocupado com a libertação integral de cada ser humano dentro de sua concepção. Deve estar aberto e fazer abrir consciências que sejam críticas e que apontem saídas para os desafios propostos, para que não haja líder, nem subordinado, para que todos trilhem um mesmo caminho se reconhecendo como iguais, livres e completos, na busca do mesmo ser transcendente.
O ensino religioso tem que buscar alternativas para que se construa uma nova sociedade, onde o ser humano tenha valor e que se possa dar valor, onde se busque a igualdade entre todos, que todos possam se entender dentro das mais diversas concepções religiosas, nas mais diversas concepções do transcendente.
Que se dê valor ao que o educando traz consigo e que se faça desenvolver o espírito de solidariedade, de complementaridade; sem que se viole as características individuais de cada indivíduo, mas que se faça o intercâmbio religioso na sociedade plural religiosa.
Todos nós somos capazes de se desenvolver o espírito de sociabilidade, de responsabilidade, e que se busque com isto o aprofundamento do ser humano enquanto ser humano e que os homens possam viver em paz no mundo da diversidade.
O Ensino Religioso tem o dever de fazer com que o aluno tenha de volta sua espiritualidade de criança, de adolescente, que vem sendo perdida através de um mundo consumista que dá valores a outras coisas, que reifica o homem e humaniza as coisas.
O Ensino Religioso deve ter em seu conteúdo temas da atualidade e que promovam a liberdade do ser humano, tais como: vida e adolescência; família; ética, amizade, relacionamento, valores, liberdade; responsabilidade; espiritualidade, religiosidade e busca profunda do transcendente; problemais sociais, econômicos, políticos, culturais, etc.; drogas e sexualidade; poder de decisão, projeto de vida; participação do jovem na construção da história; educação e preservação ambiental; trabalho e lazer.
O Ensino Religioso deve fazer com que o educando e educador se encontrem na busca profunda do transcendente, pois desta forma ambos se completam, se entendem e se transformam, mudando a própria sociedade sem que haja injustiça com os homens.
A busca profunda do transcendente faz com que todos nos sintamos capazes de nos desenvolver em igualdade, capazes de encontrar o Reino Definitivo, o reino de paz, amor, solidariedade, etc.
EDUCAÇÃO OPRESSORA
A educação proposta pelo atual sistema de ensino apenas divulga as idéias da elite, da burguesia.
É uma educação alienante e opressora. Os professores, na sua grande maioria, apenas repassam o conteúdo sem ter consciência de que, com seu trabalho podem transformar uma realidade.
A educação opressora se dá de diversos modos, não se valorizando as condições sociais, econômicas e culturais da cada aluno. não se alterna a forma de trabalho do professor, tudo é repetitivo ( materiais didáticos, palavras, gestos, etc. ).
Pensa-se que a escola é algo isolado do mundo, onde se condicionam os mais diversos tipos de pessoas as suas normas, que são ditadas pôr uma minoria, com punições para quem não se condiciona as tais.
Tudo aquilo que sai de dentro da criança, que é próprio de si, é repreendido; não podem criar, apenas aceitar o que uma minoria passa e que apenas repercute o tradicional, o conservador, o arcaico.
As que entram no atual sistema de ensino têm que passar por tudo isso, para serem “alguma coisa na vida”. Pior para aqueles que não tem acesso a nenhum tipo de sistema educacional, os marginalizados, os excluídos, de um sistema corrupto e frágil, que com organizações fortes seria facilmente destruído.
Deveríamos nos preocupar menos com sistemas educacionais e mais com educação propriamente dita; educação libertária, que tirasse o sujeito da caverna e o pusesse realmente à frente da luz, a luz do conhecimento.
Deveríamos trabalhar o aluno e seu conhecimento, sua criatividade, como alternativa de uma sociedade diferente, livre de toda opressão, sem diferenciações econômicas, sociais e culturais, mas respeitando as particularidades individuais de cada sujeito dentro da sociedade.
Que cada aula dada fosse diferente, que chamasse a atenção do alunado e do professor; que não se repetisse os hábitos normais, que a cada segundo fosse uma nova surpresa.
Todos devem participar ativamente da vida escolar: comunidade, pais, poder público constituído, etc.; e a escola deve estar e fazer parte da vida da comunidade. não pode ser algo separado, “outro mundo”.
As normas, regras de funcionamento, devem ser formuladas com a presença de todos ( tanto da comunidade escolar como da não escolar ).
Valorizando o lúdico da criança, o conhecimento popular, a fantasia, a imaginação, teremos um sujeito crítico construtivo, possibilitando dessa forma construir uma sociedade justa e fraterna; uma sociedade de iguais, cada um com seu modo de vida, onde não haja excluídos nem oprimidos, onde todos possamos participar, cada um com sua capacidade.
Tudo isso só será capaz quando não mais existir um controle social na educação e sim, uma educação completa, humanizada, transformadora; uma educação libertária.
É uma educação alienante e opressora. Os professores, na sua grande maioria, apenas repassam o conteúdo sem ter consciência de que, com seu trabalho podem transformar uma realidade.
A educação opressora se dá de diversos modos, não se valorizando as condições sociais, econômicas e culturais da cada aluno. não se alterna a forma de trabalho do professor, tudo é repetitivo ( materiais didáticos, palavras, gestos, etc. ).
Pensa-se que a escola é algo isolado do mundo, onde se condicionam os mais diversos tipos de pessoas as suas normas, que são ditadas pôr uma minoria, com punições para quem não se condiciona as tais.
Tudo aquilo que sai de dentro da criança, que é próprio de si, é repreendido; não podem criar, apenas aceitar o que uma minoria passa e que apenas repercute o tradicional, o conservador, o arcaico.
As que entram no atual sistema de ensino têm que passar por tudo isso, para serem “alguma coisa na vida”. Pior para aqueles que não tem acesso a nenhum tipo de sistema educacional, os marginalizados, os excluídos, de um sistema corrupto e frágil, que com organizações fortes seria facilmente destruído.
Deveríamos nos preocupar menos com sistemas educacionais e mais com educação propriamente dita; educação libertária, que tirasse o sujeito da caverna e o pusesse realmente à frente da luz, a luz do conhecimento.
Deveríamos trabalhar o aluno e seu conhecimento, sua criatividade, como alternativa de uma sociedade diferente, livre de toda opressão, sem diferenciações econômicas, sociais e culturais, mas respeitando as particularidades individuais de cada sujeito dentro da sociedade.
Que cada aula dada fosse diferente, que chamasse a atenção do alunado e do professor; que não se repetisse os hábitos normais, que a cada segundo fosse uma nova surpresa.
Todos devem participar ativamente da vida escolar: comunidade, pais, poder público constituído, etc.; e a escola deve estar e fazer parte da vida da comunidade. não pode ser algo separado, “outro mundo”.
As normas, regras de funcionamento, devem ser formuladas com a presença de todos ( tanto da comunidade escolar como da não escolar ).
Valorizando o lúdico da criança, o conhecimento popular, a fantasia, a imaginação, teremos um sujeito crítico construtivo, possibilitando dessa forma construir uma sociedade justa e fraterna; uma sociedade de iguais, cada um com seu modo de vida, onde não haja excluídos nem oprimidos, onde todos possamos participar, cada um com sua capacidade.
Tudo isso só será capaz quando não mais existir um controle social na educação e sim, uma educação completa, humanizada, transformadora; uma educação libertária.
CLUBE DA ÁRVORE VERDE ESPERANÇA
Trabalhos sobre o pau-brasil apresentados pelos alunos da 5ª série da EEb. Manoel Pereira de Medeiros, de Urupema, no ano 2000.
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Pau-brasil. Quem podia imaginar, uma árvore dar nome a um país. Há 500 anos tudo que se plantava dava, hoje não podemos dizer o mesmo. A minoria do que a gente planta dá.
Estou escrevendo esta história para dizer que é melhor preservar o pau-brasil do que desmatar, pois hoje existem muito poucos na terra chamada Brasil.
O pau-brasil é muito resistente a umidade, por isso era usado na construção de navios, em obras que funcionavam com a força da água e na fabricação de caixas de violino.
O pau-brasil encontrava-se em toda a Mata Atlântica, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro.
A exploração da madeira era feita de forma errada, pois só retiravam as árvores e não plantavam outras. Isso fez com que acabassem com o pau-brasil.
Os índios ajudavam na derrubada das árvores e no transporte de madeira até os navios, em troca recebiam bugigangas (objetos sem muito valor), ferramentas como facas e machados.
Na época colonial retirava-se dessa madeira uma substância corante, vermelha, que servia para a fabricação de tintas. Era um produto de grande valor comercial, pois ainda não faziam tintas em laboratório.
O pau-brasil é uma árvore de crescimento lento, revestida por uma casca grossa e cheia de espinhos.
As flores desta árvore são belíssimas, de cor amarela e vermelhas.
Imaginemos nossas matas, cobertas por essas lindas árvores...
Lutemos para que isso se torne realidade.
Mariana Pagani Vieira Paes
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Uma das únicas riquezas existentes no Brasil foi o Pau-brasil, pela qual os portugueses se interessaram muito.
Havia grande quantidade dessa madeira nas matas do litoral do brasileiro. Na Europa essa madeira poderia ser vendida por um alto valor, porque depois de cozida ela soltava uma tinta vermelha que servia para tingir tecido.
O Pau-brasil foi a primeira riqueza explorada no Brasil, praticamente só ela, rendeu lucros altíssimos para os portugueses e os franceses.
Para os reis, o Pau-brasil, que os índios conheciam como Ibirapitanga, dava bons lucros, pois escravizavam os índios que não entendiam nada sobre negócios, dando bugigangas, espelhos, pentes, chapéus, etc.. E em troca conseguiam o Pau-brasil cortado e pronto para viajar para a Europa.
Hoje você tem que procurar muito para encontrar o Pau-brasil. Você só irá encontrar em algumas reservas da Mata Atlântica, em Museus de História Natural ou Hortas Florestais.
Luan Carlos Souza Muniz
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Há muitos anos passados tínhamos uma grande riqueza espalha por campos, montanhas e vargens. Pena que essa fortuna foi levada por quem não era dono, estrangeiros gananciosos, interesseiros, que só pensavam em seus próprios interesses.
Com certeza, se o Pau-brasil tivesse sido preservado, hoje a nossa história seria outra. Quem sabe o Brasil não tivesse tantas dívidas?
Se essa madeira tivesse sido usada em nosso benefício e de forma consciente, sem devastar as florestas e sem extinguir a madeira, o Brasil poderia ser um país rico, já que dispomos de grandes riquezas.
Temos a infelicidade de continuar sendo explorados por multinacionais. Precisamos acordar e lutar por nossos direitos para evitar que amanhã sejamos dos países ricos e dominados por completo.
Ana Carla Medeiros
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
O Pau-brasil é uma árvore muito antiga. Antes dos portugueses aqui chegarem haviam milhares dessas árvores.
Quando os portugueses chegaram no Brasil viram que era um grande negócio e começaram a cortar e a vender para o exterior. O Pau-brasil serve para fabricar móveis e também cozinhando ela possui uma tinta vermelha que servia para tingir tecidos. Assim eles ficaram muito ricos, mas com o tempo teve pessoas que impediram as vendas da madeira Pau-brasil.
Como tinha muito Pau-brasil, eles deram para o nosso país o nome de Brasil.
Graças a algumas pessoas, estão replantando a árvore Pau-brasil, pois já estava quase extinta. Pois agora devemos cuidar do Pau-brasil para que todo brasileiro conheça e não venha a acontecer o que houve com os nossos antepassados.
Joana Márcia Amarante de Souza
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
O Pau-brasil foi comercializado sob controle dos reis, quando já era uma madeira praticamente extinta. Com o Brasil "independente" de Portugal o corte e a venda da madeira eram feitos com o objetivo de pagar parte da dívida externa.
Temos muito que preservar o Pau-brasil, porque caso contrário iremos ficar sem essa madeira.
O Pau-brasil é uma madeira muito importante e por isso os portugueses pegaram daqui do Brasil para levar para Portugal e vendiam para os comerciantes. Ganhavam muito dinheiro, assim Portugal ficava cada vez mais rico e o Brasil ficava mais pobre.
O Brasil perto de Portugal era muito pobre. Os portugueses roubaram o Brasil.
Vamos preservar o pau-brasil.
Mariani Arruda da Silva
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Uma das únicas riquezas existentes no Brasil pela qual os portugueses se interessaram desde o começo foi o Pau-brasil, uma árvore que os índios conheciam pelo nome de Ibirapitanga. Havia grande quantidade dessa madeira nas matas do litoral.
Na Europa tal madeira poderia ser vendida por bom preço, pois quando cozida, ela soltava uma tinta vermelha, que por sua vez poderia ser utilizada na tintura de tecidos.
O pau-brasil, como vemos era uma matéria-prima e a tinta extraída dessa madeira era um produto importante para as manufaturas européias.
Desde o início os reis portugueses monopolizaram a extração do pau-brasil. Porém, alguns comerciantes foram autorizados pelos governantes a retirar a madeira na colônia brasileira. Em geral essa autorização era dada, desde que esses comerciantes pagassem pelo direito de exploração.
Fernando de Noronha, rico comerciante, foi um dos primeiros a buscar pau-brasil em nossa terra. Outros mercadores, principalmente judeus, também se beneficiaram do monopólio real, antes de 1530.
Para os reis, o pau-brasil dava bons lucros, pois nada precisavam gastar para extraí-lo, ganhando assim dinheiro com o arrendamento. Os comerciantes além de pagarem pelo direito de exploração, deviam gastar com os barcos, com a tripulação e com mantimentos para a longa viagem de Portugal ao Brasil. Se os comerciantes tinham tantos gastos, porque mesmo assim eles vieram extrair o pau-brasil?
A resposta está na forma como conseguiam a madeira em nossa terra. É verdade que os comerciantes gastavam, mas também tinham grandes lucros porque conseguiam o pau-brasil praticamente de graça.
Sabendo que os índios desconheciam o valor do dinheiro e da mercadoria pau-brasil, ofereciam-lhes espelhos, chapéus, outros objetos sem nenhum valor, e em troca conseguiam a madeira já cortada e pronta para ser levada para a Europa. Os índios até mesmo carregavam as toras de pau-brasil para dentro dos barcos.
Não gastando quase nada com aquisição da madeira, mesmo tendo gastos com a viagem e pagando para os reis, tinham muito lucro, pois vendiam caro o pau-brasil na Europa.
O pau-brasil era abundante em todo litoral do nosso país. Hoje é uma árvore em extinção.
Maicon Godinho
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Pau-Brasil, a madeira que deu origem ao nome do nosso país, Brasil, um nome bom de se dizer.
O pau-brasil foi uma das primeiras riquezas que tínhamos aqui em nosso país. Hoje em dia a madeira pau-brasil está em extinção como outras madeiras, graças ao homem que fez isso ser assim.
A opção deles era ficar ricos, mas não foi possível, pois eles levaram nossas riquezas para outros países, outros lugares.
O pau-brasil é a raiz do nome do nosso país. É a árvore mais famosa das árvores. Que pena que está em extinção. É como se diz, a fama pode levar o país a morte. Por que isso? Por que depois da árvore estar em extinção é que o homem foi ver que estava fazendo uma coisa errada?
Mas isso não ocorre somente com árvores. Com animais também ocorre.
O pau-brasil é a árvore que tem e dá as raízes da nossa história.
Ezequiel Barbosa da Silva
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Pau-brasil. Quem podia imaginar, uma árvore dar nome a um país. Há 500 anos tudo que se plantava dava, hoje não podemos dizer o mesmo. A minoria do que a gente planta dá.
Estou escrevendo esta história para dizer que é melhor preservar o pau-brasil do que desmatar, pois hoje existem muito poucos na terra chamada Brasil.
O pau-brasil é muito resistente a umidade, por isso era usado na construção de navios, em obras que funcionavam com a força da água e na fabricação de caixas de violino.
O pau-brasil encontrava-se em toda a Mata Atlântica, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro.
A exploração da madeira era feita de forma errada, pois só retiravam as árvores e não plantavam outras. Isso fez com que acabassem com o pau-brasil.
Os índios ajudavam na derrubada das árvores e no transporte de madeira até os navios, em troca recebiam bugigangas (objetos sem muito valor), ferramentas como facas e machados.
Na época colonial retirava-se dessa madeira uma substância corante, vermelha, que servia para a fabricação de tintas. Era um produto de grande valor comercial, pois ainda não faziam tintas em laboratório.
O pau-brasil é uma árvore de crescimento lento, revestida por uma casca grossa e cheia de espinhos.
As flores desta árvore são belíssimas, de cor amarela e vermelhas.
Imaginemos nossas matas, cobertas por essas lindas árvores...
Lutemos para que isso se torne realidade.
Mariana Pagani Vieira Paes
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Uma das únicas riquezas existentes no Brasil foi o Pau-brasil, pela qual os portugueses se interessaram muito.
Havia grande quantidade dessa madeira nas matas do litoral do brasileiro. Na Europa essa madeira poderia ser vendida por um alto valor, porque depois de cozida ela soltava uma tinta vermelha que servia para tingir tecido.
O Pau-brasil foi a primeira riqueza explorada no Brasil, praticamente só ela, rendeu lucros altíssimos para os portugueses e os franceses.
Para os reis, o Pau-brasil, que os índios conheciam como Ibirapitanga, dava bons lucros, pois escravizavam os índios que não entendiam nada sobre negócios, dando bugigangas, espelhos, pentes, chapéus, etc.. E em troca conseguiam o Pau-brasil cortado e pronto para viajar para a Europa.
Hoje você tem que procurar muito para encontrar o Pau-brasil. Você só irá encontrar em algumas reservas da Mata Atlântica, em Museus de História Natural ou Hortas Florestais.
Luan Carlos Souza Muniz
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Há muitos anos passados tínhamos uma grande riqueza espalha por campos, montanhas e vargens. Pena que essa fortuna foi levada por quem não era dono, estrangeiros gananciosos, interesseiros, que só pensavam em seus próprios interesses.
Com certeza, se o Pau-brasil tivesse sido preservado, hoje a nossa história seria outra. Quem sabe o Brasil não tivesse tantas dívidas?
Se essa madeira tivesse sido usada em nosso benefício e de forma consciente, sem devastar as florestas e sem extinguir a madeira, o Brasil poderia ser um país rico, já que dispomos de grandes riquezas.
Temos a infelicidade de continuar sendo explorados por multinacionais. Precisamos acordar e lutar por nossos direitos para evitar que amanhã sejamos dos países ricos e dominados por completo.
Ana Carla Medeiros
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
O Pau-brasil é uma árvore muito antiga. Antes dos portugueses aqui chegarem haviam milhares dessas árvores.
Quando os portugueses chegaram no Brasil viram que era um grande negócio e começaram a cortar e a vender para o exterior. O Pau-brasil serve para fabricar móveis e também cozinhando ela possui uma tinta vermelha que servia para tingir tecidos. Assim eles ficaram muito ricos, mas com o tempo teve pessoas que impediram as vendas da madeira Pau-brasil.
Como tinha muito Pau-brasil, eles deram para o nosso país o nome de Brasil.
Graças a algumas pessoas, estão replantando a árvore Pau-brasil, pois já estava quase extinta. Pois agora devemos cuidar do Pau-brasil para que todo brasileiro conheça e não venha a acontecer o que houve com os nossos antepassados.
Joana Márcia Amarante de Souza
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
O Pau-brasil foi comercializado sob controle dos reis, quando já era uma madeira praticamente extinta. Com o Brasil "independente" de Portugal o corte e a venda da madeira eram feitos com o objetivo de pagar parte da dívida externa.
Temos muito que preservar o Pau-brasil, porque caso contrário iremos ficar sem essa madeira.
O Pau-brasil é uma madeira muito importante e por isso os portugueses pegaram daqui do Brasil para levar para Portugal e vendiam para os comerciantes. Ganhavam muito dinheiro, assim Portugal ficava cada vez mais rico e o Brasil ficava mais pobre.
O Brasil perto de Portugal era muito pobre. Os portugueses roubaram o Brasil.
Vamos preservar o pau-brasil.
Mariani Arruda da Silva
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Uma das únicas riquezas existentes no Brasil pela qual os portugueses se interessaram desde o começo foi o Pau-brasil, uma árvore que os índios conheciam pelo nome de Ibirapitanga. Havia grande quantidade dessa madeira nas matas do litoral.
Na Europa tal madeira poderia ser vendida por bom preço, pois quando cozida, ela soltava uma tinta vermelha, que por sua vez poderia ser utilizada na tintura de tecidos.
O pau-brasil, como vemos era uma matéria-prima e a tinta extraída dessa madeira era um produto importante para as manufaturas européias.
Desde o início os reis portugueses monopolizaram a extração do pau-brasil. Porém, alguns comerciantes foram autorizados pelos governantes a retirar a madeira na colônia brasileira. Em geral essa autorização era dada, desde que esses comerciantes pagassem pelo direito de exploração.
Fernando de Noronha, rico comerciante, foi um dos primeiros a buscar pau-brasil em nossa terra. Outros mercadores, principalmente judeus, também se beneficiaram do monopólio real, antes de 1530.
Para os reis, o pau-brasil dava bons lucros, pois nada precisavam gastar para extraí-lo, ganhando assim dinheiro com o arrendamento. Os comerciantes além de pagarem pelo direito de exploração, deviam gastar com os barcos, com a tripulação e com mantimentos para a longa viagem de Portugal ao Brasil. Se os comerciantes tinham tantos gastos, porque mesmo assim eles vieram extrair o pau-brasil?
A resposta está na forma como conseguiam a madeira em nossa terra. É verdade que os comerciantes gastavam, mas também tinham grandes lucros porque conseguiam o pau-brasil praticamente de graça.
Sabendo que os índios desconheciam o valor do dinheiro e da mercadoria pau-brasil, ofereciam-lhes espelhos, chapéus, outros objetos sem nenhum valor, e em troca conseguiam a madeira já cortada e pronta para ser levada para a Europa. Os índios até mesmo carregavam as toras de pau-brasil para dentro dos barcos.
Não gastando quase nada com aquisição da madeira, mesmo tendo gastos com a viagem e pagando para os reis, tinham muito lucro, pois vendiam caro o pau-brasil na Europa.
O pau-brasil era abundante em todo litoral do nosso país. Hoje é uma árvore em extinção.
Maicon Godinho
PAU-BRASIL - VAMOS PRESERVAR A NOSSA HISTÓRIA
Pau-Brasil, a madeira que deu origem ao nome do nosso país, Brasil, um nome bom de se dizer.
O pau-brasil foi uma das primeiras riquezas que tínhamos aqui em nosso país. Hoje em dia a madeira pau-brasil está em extinção como outras madeiras, graças ao homem que fez isso ser assim.
A opção deles era ficar ricos, mas não foi possível, pois eles levaram nossas riquezas para outros países, outros lugares.
O pau-brasil é a raiz do nome do nosso país. É a árvore mais famosa das árvores. Que pena que está em extinção. É como se diz, a fama pode levar o país a morte. Por que isso? Por que depois da árvore estar em extinção é que o homem foi ver que estava fazendo uma coisa errada?
Mas isso não ocorre somente com árvores. Com animais também ocorre.
O pau-brasil é a árvore que tem e dá as raízes da nossa história.
Ezequiel Barbosa da Silva
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Perspectiva religiosa no Corpo de Bombeiros.
TEMA
Perspectiva religiosa no Corpo de Bombeiros.
JUSTIFICATIVA
- Entendimento do pluralismo religioso dentro das mais diversas esferas da sociedade, a partir de um grupo determinado;
- Aprofundamento da concepção religiosa do grupo pesquisado, tendo em vista o trabalho realizado na comunidade;
- Conhecer a dimensão de religiosidade, de limitação de sentido da vida, de realização pessoal e coletivo
- Que contribuições o grupo pode dar a sociedade no aspecto religioso.
PROBLEMA CENTRAL
Como se manifesta o fenômeno religioso no corpo de bombeiros em Curitibanos no ano de 1998.
OBJETIVOS
- Compreender o sentimento religioso que envolve um grupo de profissionais que trabalham com a vida e com a morte;
- Entender como se dá a manifestação religiosa no referido grupo diante das tragédias vivenciadas.
APRESENTAÇÃO
O ser humano por natureza busca superar-se, buscar sentido para sua vida; então, procura de várias maneiras esta superação que ocorre através de sua manifestação religiosa. Buscar a religiosidade é uma característica do ser humano em qualquer época, mas que se manifesta de maneira diversa, independente da situação social.
METODOLOGIA
Depois de fazer leitura sobre o assunto vamos realizar uma pesquisa de campo com os bombeiros, através de um questionário em anexo.
QUESTIONÁRIO
1 - Nome, idade e grau de instrução.
2 - O que o levou a escolher esta profissão?
2.1 - Quantas horas trabalha por dia?
2.2 - O que faz nas horas de folga?
3 - Como se dá o envolvimento religioso em sua comunidade de fé, tendo em vista o trabalho que realiza?
4 - O que é mais importante na sua vida, o que dá mais sentido, mais realização profissional?
5 - O que é a morte para você? O que acha que acontece após a morte?
6 - Você já sentiu que a sua presença salvou a vida de alguém? E quando não conseguiu, o que sentiu?
7 - O que você acha das vários situações que presenciou realizando seu trabalho?
8 - O que mais te impressiona ao imaginar a virada do milênio?
9 - Falando de futuro, qual o teu sonho, o que espera realizar?
1 INTRODUÇÃO
Como se dá o fenômeno religioso, como transcende a vida irradiada e imanada num grupo que trabalha defendendo a vida nas mais diversas instâncias da sociedade. Como se observa a religiosidade e a espiritualidade, no atendimento aos seres humanos que precisam do trabalho do corpo de bombeiros; o que é mais importante nesta hora: pensar em Deus?, manter o sangue frio?, deixar levar-se pelas emoções? Como se desenvolve o conhecimento religioso que lhe possibilite interferir no meio em que vive e em si próprio.
2 O CORPO DE BOMBEIROS
Desde o seu surgimento, o ser humano tem demonstrado tendências fortes à busca de explicações para os fenômenos ocorridos na natureza, criando assim uma ligação com um ser sobrenatural de onde procura extrair todas as respostas para suas inquietações e interrogações, surgindo assim o fenômeno religioso, este, que por sua vez se manifesta das mais diversas formas, nos mais diversos lugares e povos, conforme as crenças e culturas destes.
Com o surgimento de novas formas de vida ou novos modos de viver, o próprio aprimoramento da sociedade, o evoluir próprio do ser humano e das próprias ciências, o fenômeno religioso foi tendo diferentes interpretações.
O processo de evolução cultural fez com que o homem mudasse seu próprio comportamento religioso, frente a diversidade religiosa e com isso teve uma estruturação de vida frente ao transcendente de forma muito diferenciada do ser humano primitivo, que adorava coisas da natureza, inventava mitos e deuses, ídolos, para explicar a própria estruturação da sociedade em que vivia.
Vivemos num mundo completamente diferente: plural, globalizado e diverso, onde com todas as dificuldades encontradas ainda tentamos explicar alguns fatos como se fossem coisas do além.
O mundo mudou, a natureza continua sofrendo os desmandos do homem, que tenta buscar explicação para seu próprio ser, para sua vida, a existência da vida e para a continuação da vida. É neste contexto que entra o fenômeno religioso.
O homem atual é incapaz de sobreviver sem uma ligação constante com o sobrenatural, imanente ou transcendente, para explicar-se dentro de uma pluralidade social, cultural, econômica, política, religiosa, ...
Todos os grupos existentes dentro da sociedade manifestam direta ou indiretamente o fenômeno religioso.
Dentro de todas essas perspectivas encaixa-se o grupo do corpo de bombeiros do 2º Batalhão de Bombeiro Militar em Curitibanos, com 86 membros, dos quais 17 fizeram parte de uma pesquisa sobre o fenômeno religioso. Os entrevistados com faixa etária entre 25 e 35 anos, com escolaridade entre 1º e 3º graus, fizeram esta opção profissional, alguns por falta de oportunidades no campo de trabalho e outros por sentirem-se chamados a esta vocação, trabalhando 8 horas diárias.
Com suas formas e características próprias têm um modo especial de manifestar o sentimento sobre-humano, o sentimento religioso, que acontece de forma indireta , pois ao colocar sua vida à disposição do bem de uma determinada sociedade, o mesmo se dá de forma transcendental sem esperar recompensas pelo trabalho realizado.
Uma análise interessante sobre o corpo de bombeiros e seu fenômeno religioso é o desprendimento total na ação salvífica realizada pelos mesmos às pessoas, sem que haja interesses econômicos, e sim a gratificação pelo reconhecimento do trabalho prestado.
A motivação maior no desempenho de suas funções é saber que através der seu trabalho, agindo em defesa da vida, mesmo que não sejam atuantes em suas comunidades de fé , existe a presença constante do transcendente emanado em seus gestos e atitudes.
Suas emoções transcendem, o fenômeno religioso se faz presente, o homem adquire uma força especial, muito grande, quando envolve-se no seu cotidiano. As emoções se fazem presentes quando o desespero, a dor, a angústia, o pânico, a morte, a incerteza do que pode vir é presenciada, por ver outros seres humanos dotados dos mesmos sentimentos em situações desesperadoras, aguardando a sua ajuda.
Neste momento é difícil controlar as emoções, mas se faz necessário agir com precisão e muitas vezes com frieza, principalmente quando deparam-se com situações em que estão envolvidas pessoas próximas ou crianças, pois crianças são seres inocentes e ao perderem a vida deixam de realizar projetos que poderiam ser grandiosos para a humanidade.
A morte, algo inexplicável, que foge do controle do ser humano, é preocupante, estranha; não se pode acreditar infinitamente que haja algo além da morte; mas, que se espera que a morte não seja um fim, e sim uma esperança de eternidade. Existe uma misticidade muito grande em relação ao assunto abordado, mesmo existindo diversas concepções.
Quando o grupo pesquisado se vê diante da morte, pensa no porquê das coisas, no valor da vida, na alegria de se poder evitar as coisas ruins e na impotência diante de uma tragédia do inevitável, assim como é inevitável a virada do milênio.
A expectativa da virada do milênio é que grandes mudanças aconteçam no campo econômico, social, político, religioso, mas as mudanças não acontecem radicalmente , é um processo lento, que vem se preparando gradativamente, trazendo com isso a insegurança, o medo, a incerteza. A preocupação com relação a vida e a sobrevivência e novos valores no futuro é muito grande, porém é preciso acreditar que o mundo foi criado por um ser superior ao homem, que continuará tomando conta de tudo que criou, mesmo depois da virada do milênio. O homem jamais vai conseguir superar Deus e a tecnologia nunca vai poder alcançar os poderes de Deus.
Pode pensar-se que a virada do milênio seja um ano a mais no calendário, mas resiste a esperança de que se forme uma sociedade justa, fraterna e igualitária.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fenômeno religioso dos bombeiros mesmo não acontecendo de maneira explícita, freqüentando a igreja, rezando diariamente, acontece e de maneira especial quando se preocupam com a vida de seres humanos e o bem comum de uma sociedade.
Endendeu-se que o fenômeno religioso emanado dessa maneira é tão importante quanto os outros que participam ativamente em suas comunidades de fé.
ANEXO 1
CORPO DE BOMBEIROS
Não se tem data da fundação da organização. Em 27 a.C. o imperador Augusto formou um grupo de vigilis que patrulhavam as ruas para impedir incêndios e para policiar a cidade. Sabe-se muito pouco sobre a organização na Europa, até o grande incêndio de 1666 em Londres, que consumiu 13.200 construções.
CORPO DE BOMBEIROS NO BRASIL
- corpo de bombeiros provisório da corte, criado em 02 de julho de 1856;
- em 1865 foi fornecida a primeira bomba a vapor à instituição;
- em 1880 ao grupo passou a ter organização militar;
- em 1913 a tração animal das viaturas, adotada em 1870 foi substituída pela mecânica .
Além das atribuições definidas em lei, incumbe também a execução de atividades de defesa civil (vários tipos de incêndio, inspeção em edifícios públicos, socorrerem pessoas em vários tipos de emergências, retirar as pessoas presas nas ferragens após acidente de carro, de trem ou de avião, socorrer vítimas de desabamento, enchentes, etc.
CORPO DE BOMBEIROS EM SANTA CATARINA
- teve sua criação através da promulgação da lei 1137 de 30 de setembro de 1917;
- a lei que criava o corpo de bombeiros foi sancionada em 16 de setembro de 1919;
- deu-se em 02 de outubro a primeira ocorrência atendida pela guarnição da Seção do Corpo de Bombeiros.
Hoje o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar conta com 28 organizações de Bombeiros Militar, distribuídas no Estado e possui um efetivo de 1873 homens para o atendimento da população catarinense.
ANEXO 2
PATRONO DOS BOMBEIROS
O Corpo de Bombeiros é uma instituição milenar internacional, tendo o dia 04 de maio consagrado ao patrono e protetor dos bombeiros do mundo inteiro.
São incontáveis vidas de heróis anônimos ceifadas no afã de salvar o bem maior de seu irmão, que é a vida.
Floriano, Mártir que deu a vida pela fé e em prol do seu semelhante, na ânsia de salvar bens e principalmente vidas, é venerado em todo o mundo particularmente nas regiões da Baviera e da Áustria. Era militar, representado no estilo romano antigo, tendo na mão uma lança e uma bandeira desfraldada. Assim sua imagem é encontrada nas igrejas do estilo barroco e na maioria das casas particulares. Florirão tinha um verdadeiro sentido de proteção contra incêndio, saía de casa em casa, família em família orientando as pessoas do risco que o fogo oferecia a estes. Era um verdadeiro "bombeiro de rua".
Florirão viveu no tempo do imperador Deocleciano, no século III. Sendo um cristão, o cristianismo teve a propagação em vastas colônias romanas. Por não seguirem a ordem do imperador para perseguir os cristãos muitos soldados foram condenados à morte, entre eles Floriano. Foram condenados a serem precipitados no Rio Ens, com uma pedra amarrada no pescoço. O corpo de Floriano foi resgatado do fundo do rio por gente que tinham-no como protetor contra incêndio, e o sepultaram honrosamente onde mais tarde foi construído o Convento Agostiniano que lhe perpetuaram a gloriosa memória.
ANEXO III
SER BOMBEIRO
Não há para nós neste mundo ambição maior do que ser Bombeiro. Essa é uma posição que, para os mais desavisados, poderá parecer modéstia. Nós porém, familiarizados com as tarefas dos Bombeiros, acreditamos ser esta uma nobre vocação. Empehamo-nos em preservar da destruição as riquezas deste mundo.
Mas, acima de tudo, nosso maior orgulho é o esforço para salvar a vida humana, criação do próprio Deus. A nobreza de nossa ocupação nos apaixona, estimulando-nos a atos de coragem e até mesmo ao sacrifício supremo. Estas considerações podem não sensibilizar a alguns, mas para nós são suficientes para satisfazer plenamente nossa ambição.
Edward F. Crocker
Chefe do Departamento contra incêndio de Nova York - 1913
ANEXO IV
ORAÇÃO DO BOMBEIRO
Toma-me, Senhor, por instrumento de tua misericórdia. Faze tuas, minhas mãos e orienta meus passos, para que eu possa levar, no momento preciso, a quantos estejam em perigo, o ansiado salvamento. Multiplica, como fizestes com os pães e os peixes, meu vigor físico e minha agilidade. Faze-me potente, para resgatar da morte os que a ela se entregaram. Abençoa a minha boca para que eu possa soprar, no peito dos moribundos, o alento vital que lhes foge. Faze-me paciente, perseverante, inteligente e abnegado. Ensina-me a amar o próximo mais ainda que a mim mesmo, para que eu nunca falhe no cumprimento de meus deveres de Bombeiro Militar. Dá-me sobretudo Senhor, total desprendimento para que eu jamais hesite no ato de salvar, em sacrificar pelo meu semelhante minha própria vida.
ANEXO V
MANDAMENTOS E FUNÇÃO ESPIRITUAL DOS BOMBEIROS
I - Nunca te esqueças que envergas uma farda que vigia teus atos e que te condena se não a respeitares;
II - No momento de perigo, esquece a tua família, a ti próprio e põe a frente de teus olhos a nossa divisa "servir";
III - Sendo um inimigo que precisar de ti, apressa os teus passos e abre ainda mais o teu coração;
IV - Recorda-te que és o verdadeiro amigo, que aparece enquanto os outros fogem e, por isso, não te demores;
V - Não frequentes lugares que manchem tua farda, lembra-te de que há nódoas que nunca se apagam;
VI - Onde estiver um bombeiro, deve estar sempre um amigo dos animais, um amparo dos fracos, um protetor das crianças, dos idosos, das mulheres, dos que precisam, grandes e pequenos;
VII - Traz sempre na idéia esta palavra: "disciplina". As suas letras constituem todo o alfabeto do bombeiro;
VIII - A farda deve estar tão limpa quanto a consciência. Quem as trás sujas não pode e não deve ser bombeiro;
IX - Um camarada é um irmão. Abraça-o com tua lealdade, porque ele sofre as tuas dores e vive as tuas alegrias;
X - Hás muitos sistemas, doutrinários, partidários, seitas e dogmas. Para o bombeiro, só há uma política, uma religião, uma ideologia: "a humanidade".
ANEXO VI
SOLDADO DO FOGO
Luzes, chama, fumaça,
grito e desolação.
Sirenes que cortam os ares,
ruídos de caminhões.
Espanto!
Pânico na escuridão.
São mangueiras que se arrastam
como serpentes que buscam
as labaredas fumegantes
é a bravura que caminha
sem hesitação,
é a batalha que começa,
batalha - destruição.
Silencia das chamas
o crepitar infernal.
As sirenes agora
acompanham o bravo
que volta ao seu posto
de vigília constante,
com o suor no rosto,
as roupas manchadas, molhadas,
no cáqui rasgado
marcas de carção.
São heróis que retornaram
sem festas ou glórias,
simplesmente bombeiros.
Foi cumprida a missão.
Ten. Cel. PM Antônio Manoel da Silveira
BIBLIOGRAFIA
INCÊNDIO. Enciclopédia Universal. v. 8. p . 4180 - 82, 1982.
INCÊNDIO. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. v. 9 - p. 205 - 208, 1994.
SILVEIRA, Antônio Manoel da. Prevenção, combate a incêndio e salvamento em edifício. Edição Especial. Santa Catarina, 1989.
CASTIÑEIRA, Angel. A experiência de Deus na pós-modernidade. Petrópolis: Vozes, 1997.
GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia da prática social. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1995
LIMA, Délcio Monteiro de. Os demônios descem do norte. 4 ed. Belo Horizonte: Francisco Alves, 1987 (?).
KOINONIA. Presença Ecumênica e Serviço.
MARX, Karl. A ideologia alemã. 5 ed. São Paulo: Hucitec, 1986.
ORO, Ari Pedro e STEIL, Carlos Alberto (orgs.) Globalização e Religião. Petrópolis: Vozes, 1997.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1984.
GAIDIZINSKI, Areti M, CARMINATI, Fábia L. L. Metodologia do trabalho científico: conceitos preliminares, estratégias e ações, diretrizes para a elaboração do trabalho científico na graduação. Criciúma: Gráfica Líder, 1995. Coleção estudos. Metodologia Científica; 01.
Perspectiva religiosa no Corpo de Bombeiros.
JUSTIFICATIVA
- Entendimento do pluralismo religioso dentro das mais diversas esferas da sociedade, a partir de um grupo determinado;
- Aprofundamento da concepção religiosa do grupo pesquisado, tendo em vista o trabalho realizado na comunidade;
- Conhecer a dimensão de religiosidade, de limitação de sentido da vida, de realização pessoal e coletivo
- Que contribuições o grupo pode dar a sociedade no aspecto religioso.
PROBLEMA CENTRAL
Como se manifesta o fenômeno religioso no corpo de bombeiros em Curitibanos no ano de 1998.
OBJETIVOS
- Compreender o sentimento religioso que envolve um grupo de profissionais que trabalham com a vida e com a morte;
- Entender como se dá a manifestação religiosa no referido grupo diante das tragédias vivenciadas.
APRESENTAÇÃO
O ser humano por natureza busca superar-se, buscar sentido para sua vida; então, procura de várias maneiras esta superação que ocorre através de sua manifestação religiosa. Buscar a religiosidade é uma característica do ser humano em qualquer época, mas que se manifesta de maneira diversa, independente da situação social.
METODOLOGIA
Depois de fazer leitura sobre o assunto vamos realizar uma pesquisa de campo com os bombeiros, através de um questionário em anexo.
QUESTIONÁRIO
1 - Nome, idade e grau de instrução.
2 - O que o levou a escolher esta profissão?
2.1 - Quantas horas trabalha por dia?
2.2 - O que faz nas horas de folga?
3 - Como se dá o envolvimento religioso em sua comunidade de fé, tendo em vista o trabalho que realiza?
4 - O que é mais importante na sua vida, o que dá mais sentido, mais realização profissional?
5 - O que é a morte para você? O que acha que acontece após a morte?
6 - Você já sentiu que a sua presença salvou a vida de alguém? E quando não conseguiu, o que sentiu?
7 - O que você acha das vários situações que presenciou realizando seu trabalho?
8 - O que mais te impressiona ao imaginar a virada do milênio?
9 - Falando de futuro, qual o teu sonho, o que espera realizar?
1 INTRODUÇÃO
Como se dá o fenômeno religioso, como transcende a vida irradiada e imanada num grupo que trabalha defendendo a vida nas mais diversas instâncias da sociedade. Como se observa a religiosidade e a espiritualidade, no atendimento aos seres humanos que precisam do trabalho do corpo de bombeiros; o que é mais importante nesta hora: pensar em Deus?, manter o sangue frio?, deixar levar-se pelas emoções? Como se desenvolve o conhecimento religioso que lhe possibilite interferir no meio em que vive e em si próprio.
2 O CORPO DE BOMBEIROS
Desde o seu surgimento, o ser humano tem demonstrado tendências fortes à busca de explicações para os fenômenos ocorridos na natureza, criando assim uma ligação com um ser sobrenatural de onde procura extrair todas as respostas para suas inquietações e interrogações, surgindo assim o fenômeno religioso, este, que por sua vez se manifesta das mais diversas formas, nos mais diversos lugares e povos, conforme as crenças e culturas destes.
Com o surgimento de novas formas de vida ou novos modos de viver, o próprio aprimoramento da sociedade, o evoluir próprio do ser humano e das próprias ciências, o fenômeno religioso foi tendo diferentes interpretações.
O processo de evolução cultural fez com que o homem mudasse seu próprio comportamento religioso, frente a diversidade religiosa e com isso teve uma estruturação de vida frente ao transcendente de forma muito diferenciada do ser humano primitivo, que adorava coisas da natureza, inventava mitos e deuses, ídolos, para explicar a própria estruturação da sociedade em que vivia.
Vivemos num mundo completamente diferente: plural, globalizado e diverso, onde com todas as dificuldades encontradas ainda tentamos explicar alguns fatos como se fossem coisas do além.
O mundo mudou, a natureza continua sofrendo os desmandos do homem, que tenta buscar explicação para seu próprio ser, para sua vida, a existência da vida e para a continuação da vida. É neste contexto que entra o fenômeno religioso.
O homem atual é incapaz de sobreviver sem uma ligação constante com o sobrenatural, imanente ou transcendente, para explicar-se dentro de uma pluralidade social, cultural, econômica, política, religiosa, ...
Todos os grupos existentes dentro da sociedade manifestam direta ou indiretamente o fenômeno religioso.
Dentro de todas essas perspectivas encaixa-se o grupo do corpo de bombeiros do 2º Batalhão de Bombeiro Militar em Curitibanos, com 86 membros, dos quais 17 fizeram parte de uma pesquisa sobre o fenômeno religioso. Os entrevistados com faixa etária entre 25 e 35 anos, com escolaridade entre 1º e 3º graus, fizeram esta opção profissional, alguns por falta de oportunidades no campo de trabalho e outros por sentirem-se chamados a esta vocação, trabalhando 8 horas diárias.
Com suas formas e características próprias têm um modo especial de manifestar o sentimento sobre-humano, o sentimento religioso, que acontece de forma indireta , pois ao colocar sua vida à disposição do bem de uma determinada sociedade, o mesmo se dá de forma transcendental sem esperar recompensas pelo trabalho realizado.
Uma análise interessante sobre o corpo de bombeiros e seu fenômeno religioso é o desprendimento total na ação salvífica realizada pelos mesmos às pessoas, sem que haja interesses econômicos, e sim a gratificação pelo reconhecimento do trabalho prestado.
A motivação maior no desempenho de suas funções é saber que através der seu trabalho, agindo em defesa da vida, mesmo que não sejam atuantes em suas comunidades de fé , existe a presença constante do transcendente emanado em seus gestos e atitudes.
Suas emoções transcendem, o fenômeno religioso se faz presente, o homem adquire uma força especial, muito grande, quando envolve-se no seu cotidiano. As emoções se fazem presentes quando o desespero, a dor, a angústia, o pânico, a morte, a incerteza do que pode vir é presenciada, por ver outros seres humanos dotados dos mesmos sentimentos em situações desesperadoras, aguardando a sua ajuda.
Neste momento é difícil controlar as emoções, mas se faz necessário agir com precisão e muitas vezes com frieza, principalmente quando deparam-se com situações em que estão envolvidas pessoas próximas ou crianças, pois crianças são seres inocentes e ao perderem a vida deixam de realizar projetos que poderiam ser grandiosos para a humanidade.
A morte, algo inexplicável, que foge do controle do ser humano, é preocupante, estranha; não se pode acreditar infinitamente que haja algo além da morte; mas, que se espera que a morte não seja um fim, e sim uma esperança de eternidade. Existe uma misticidade muito grande em relação ao assunto abordado, mesmo existindo diversas concepções.
Quando o grupo pesquisado se vê diante da morte, pensa no porquê das coisas, no valor da vida, na alegria de se poder evitar as coisas ruins e na impotência diante de uma tragédia do inevitável, assim como é inevitável a virada do milênio.
A expectativa da virada do milênio é que grandes mudanças aconteçam no campo econômico, social, político, religioso, mas as mudanças não acontecem radicalmente , é um processo lento, que vem se preparando gradativamente, trazendo com isso a insegurança, o medo, a incerteza. A preocupação com relação a vida e a sobrevivência e novos valores no futuro é muito grande, porém é preciso acreditar que o mundo foi criado por um ser superior ao homem, que continuará tomando conta de tudo que criou, mesmo depois da virada do milênio. O homem jamais vai conseguir superar Deus e a tecnologia nunca vai poder alcançar os poderes de Deus.
Pode pensar-se que a virada do milênio seja um ano a mais no calendário, mas resiste a esperança de que se forme uma sociedade justa, fraterna e igualitária.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fenômeno religioso dos bombeiros mesmo não acontecendo de maneira explícita, freqüentando a igreja, rezando diariamente, acontece e de maneira especial quando se preocupam com a vida de seres humanos e o bem comum de uma sociedade.
Endendeu-se que o fenômeno religioso emanado dessa maneira é tão importante quanto os outros que participam ativamente em suas comunidades de fé.
ANEXO 1
CORPO DE BOMBEIROS
Não se tem data da fundação da organização. Em 27 a.C. o imperador Augusto formou um grupo de vigilis que patrulhavam as ruas para impedir incêndios e para policiar a cidade. Sabe-se muito pouco sobre a organização na Europa, até o grande incêndio de 1666 em Londres, que consumiu 13.200 construções.
CORPO DE BOMBEIROS NO BRASIL
- corpo de bombeiros provisório da corte, criado em 02 de julho de 1856;
- em 1865 foi fornecida a primeira bomba a vapor à instituição;
- em 1880 ao grupo passou a ter organização militar;
- em 1913 a tração animal das viaturas, adotada em 1870 foi substituída pela mecânica .
Além das atribuições definidas em lei, incumbe também a execução de atividades de defesa civil (vários tipos de incêndio, inspeção em edifícios públicos, socorrerem pessoas em vários tipos de emergências, retirar as pessoas presas nas ferragens após acidente de carro, de trem ou de avião, socorrer vítimas de desabamento, enchentes, etc.
CORPO DE BOMBEIROS EM SANTA CATARINA
- teve sua criação através da promulgação da lei 1137 de 30 de setembro de 1917;
- a lei que criava o corpo de bombeiros foi sancionada em 16 de setembro de 1919;
- deu-se em 02 de outubro a primeira ocorrência atendida pela guarnição da Seção do Corpo de Bombeiros.
Hoje o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar conta com 28 organizações de Bombeiros Militar, distribuídas no Estado e possui um efetivo de 1873 homens para o atendimento da população catarinense.
ANEXO 2
PATRONO DOS BOMBEIROS
O Corpo de Bombeiros é uma instituição milenar internacional, tendo o dia 04 de maio consagrado ao patrono e protetor dos bombeiros do mundo inteiro.
São incontáveis vidas de heróis anônimos ceifadas no afã de salvar o bem maior de seu irmão, que é a vida.
Floriano, Mártir que deu a vida pela fé e em prol do seu semelhante, na ânsia de salvar bens e principalmente vidas, é venerado em todo o mundo particularmente nas regiões da Baviera e da Áustria. Era militar, representado no estilo romano antigo, tendo na mão uma lança e uma bandeira desfraldada. Assim sua imagem é encontrada nas igrejas do estilo barroco e na maioria das casas particulares. Florirão tinha um verdadeiro sentido de proteção contra incêndio, saía de casa em casa, família em família orientando as pessoas do risco que o fogo oferecia a estes. Era um verdadeiro "bombeiro de rua".
Florirão viveu no tempo do imperador Deocleciano, no século III. Sendo um cristão, o cristianismo teve a propagação em vastas colônias romanas. Por não seguirem a ordem do imperador para perseguir os cristãos muitos soldados foram condenados à morte, entre eles Floriano. Foram condenados a serem precipitados no Rio Ens, com uma pedra amarrada no pescoço. O corpo de Floriano foi resgatado do fundo do rio por gente que tinham-no como protetor contra incêndio, e o sepultaram honrosamente onde mais tarde foi construído o Convento Agostiniano que lhe perpetuaram a gloriosa memória.
ANEXO III
SER BOMBEIRO
Não há para nós neste mundo ambição maior do que ser Bombeiro. Essa é uma posição que, para os mais desavisados, poderá parecer modéstia. Nós porém, familiarizados com as tarefas dos Bombeiros, acreditamos ser esta uma nobre vocação. Empehamo-nos em preservar da destruição as riquezas deste mundo.
Mas, acima de tudo, nosso maior orgulho é o esforço para salvar a vida humana, criação do próprio Deus. A nobreza de nossa ocupação nos apaixona, estimulando-nos a atos de coragem e até mesmo ao sacrifício supremo. Estas considerações podem não sensibilizar a alguns, mas para nós são suficientes para satisfazer plenamente nossa ambição.
Edward F. Crocker
Chefe do Departamento contra incêndio de Nova York - 1913
ANEXO IV
ORAÇÃO DO BOMBEIRO
Toma-me, Senhor, por instrumento de tua misericórdia. Faze tuas, minhas mãos e orienta meus passos, para que eu possa levar, no momento preciso, a quantos estejam em perigo, o ansiado salvamento. Multiplica, como fizestes com os pães e os peixes, meu vigor físico e minha agilidade. Faze-me potente, para resgatar da morte os que a ela se entregaram. Abençoa a minha boca para que eu possa soprar, no peito dos moribundos, o alento vital que lhes foge. Faze-me paciente, perseverante, inteligente e abnegado. Ensina-me a amar o próximo mais ainda que a mim mesmo, para que eu nunca falhe no cumprimento de meus deveres de Bombeiro Militar. Dá-me sobretudo Senhor, total desprendimento para que eu jamais hesite no ato de salvar, em sacrificar pelo meu semelhante minha própria vida.
ANEXO V
MANDAMENTOS E FUNÇÃO ESPIRITUAL DOS BOMBEIROS
I - Nunca te esqueças que envergas uma farda que vigia teus atos e que te condena se não a respeitares;
II - No momento de perigo, esquece a tua família, a ti próprio e põe a frente de teus olhos a nossa divisa "servir";
III - Sendo um inimigo que precisar de ti, apressa os teus passos e abre ainda mais o teu coração;
IV - Recorda-te que és o verdadeiro amigo, que aparece enquanto os outros fogem e, por isso, não te demores;
V - Não frequentes lugares que manchem tua farda, lembra-te de que há nódoas que nunca se apagam;
VI - Onde estiver um bombeiro, deve estar sempre um amigo dos animais, um amparo dos fracos, um protetor das crianças, dos idosos, das mulheres, dos que precisam, grandes e pequenos;
VII - Traz sempre na idéia esta palavra: "disciplina". As suas letras constituem todo o alfabeto do bombeiro;
VIII - A farda deve estar tão limpa quanto a consciência. Quem as trás sujas não pode e não deve ser bombeiro;
IX - Um camarada é um irmão. Abraça-o com tua lealdade, porque ele sofre as tuas dores e vive as tuas alegrias;
X - Hás muitos sistemas, doutrinários, partidários, seitas e dogmas. Para o bombeiro, só há uma política, uma religião, uma ideologia: "a humanidade".
ANEXO VI
SOLDADO DO FOGO
Luzes, chama, fumaça,
grito e desolação.
Sirenes que cortam os ares,
ruídos de caminhões.
Espanto!
Pânico na escuridão.
São mangueiras que se arrastam
como serpentes que buscam
as labaredas fumegantes
é a bravura que caminha
sem hesitação,
é a batalha que começa,
batalha - destruição.
Silencia das chamas
o crepitar infernal.
As sirenes agora
acompanham o bravo
que volta ao seu posto
de vigília constante,
com o suor no rosto,
as roupas manchadas, molhadas,
no cáqui rasgado
marcas de carção.
São heróis que retornaram
sem festas ou glórias,
simplesmente bombeiros.
Foi cumprida a missão.
Ten. Cel. PM Antônio Manoel da Silveira
BIBLIOGRAFIA
INCÊNDIO. Enciclopédia Universal. v. 8. p . 4180 - 82, 1982.
INCÊNDIO. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. v. 9 - p. 205 - 208, 1994.
SILVEIRA, Antônio Manoel da. Prevenção, combate a incêndio e salvamento em edifício. Edição Especial. Santa Catarina, 1989.
CASTIÑEIRA, Angel. A experiência de Deus na pós-modernidade. Petrópolis: Vozes, 1997.
GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia da prática social. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1995
LIMA, Délcio Monteiro de. Os demônios descem do norte. 4 ed. Belo Horizonte: Francisco Alves, 1987 (?).
KOINONIA. Presença Ecumênica e Serviço.
MARX, Karl. A ideologia alemã. 5 ed. São Paulo: Hucitec, 1986.
ORO, Ari Pedro e STEIL, Carlos Alberto (orgs.) Globalização e Religião. Petrópolis: Vozes, 1997.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1984.
GAIDIZINSKI, Areti M, CARMINATI, Fábia L. L. Metodologia do trabalho científico: conceitos preliminares, estratégias e ações, diretrizes para a elaboração do trabalho científico na graduação. Criciúma: Gráfica Líder, 1995. Coleção estudos. Metodologia Científica; 01.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Dualismo e memória em Las Casas - José Alves de Freitas Neto
Quando falamos a respeito da conquista da América logo nos vem à memória a destruição dos povos que aqui já viviam. No trabalho de Las Casas, podemos constatar dois fatores muito importantes: o dualismo e a “análise voltada para uma consciência da derrota e a identidade construída” a partir disso.
Sempre procuramos ver o bem e o mal, o certo e o errado e muitas vezes não fazemos uma análise mais profunda sobre o assunto, pois esse é o desejo de “construir um mundo mais organizado”.
O texto de Las Casas possui uma dimensão redentora, “de solidariedade em relação aos ameríndios”, por nos “associarmos à idéia cristã de sacrifício imposta aos índios, a impossibilidade de manifestação de alteridade”, pois na tradição cristã há relatos como prova de fé, como o caso de Abraão, que iria sacrificar o seu filho em nome de seu deus. “O texto bíblico necessita de uma interpretação a partir de seu conteúdo, sua pretensão à autoridade absoluta leva-o ainda mais longe”.
A pergunta que fica é por que Las Casas perdura ou ainda, por que seu relato é tão conhecido? Talvez, seja a “tentativa de suplantar a realidade e reinterpretá-la, na busca desse universo absoluto”.
Aí entramos numa temática cristã, como o “mito fundador, o paraíso”, os indígenas vistos como “pessoas boas e dóceis, harmonia e paz” e por outro lado, “a brutalidade, a ação inescrupulosa contra os mais fracos, a expulsão do paraíso, a instalação do conflito, o castigo”.
Ainda temos a construção da memória, feita por “elementos trágicos, pela dor incessante, a impotência dos indivíduos diante das instituições e a possibilidade de redenção”, além da forma como cada um de nós se identifica “com os índios criados pelo dominicano”.
Esse trabalho de Las Casas cria “uma crise de consciência no Império Espanhol”, pois as “justificativas para continuar a empreitada colonizadora não se tornam tão populares por não ter a mesma força trágica” do material produzido pelo dominicano.
Os espanhóis, por estarem mais acostumados com os mártires cristãos, vão acreditar que os índios estão sendo massacrados, ao invés de “imagina-los como bárbaros e ameaçadores da cultura hispânica”. Eles preferem ficar com a teoria de que “os índios são doces, mansos, obedientes e criados pelo mesmo Deus, do que se identificarem com o “interesse do Império”.
Com essas duas narrativas “há uma tentativa espanhola de justificar-se, ma não há uma tentativa de compreender a América”. Não havia preocupação sobre o que esse novo mundo representava para eles, mas simplesmente como eles deveriam estender seus domínios sobre esse povo, não havendo, portanto, a tentativa de compreender a América.
A “descrição feita por Las Casas sobre os próprios índios, corresponde a imagem frágil, apática e submissa”, ficando dentro de sua formação cristã, enfatizando o índio como dócil, “para reforçar a glorificação da vítima”, por isso, “foi possível despertar a compaixão, dessa forma retirando dos índios a sua condição de sujeitos históricos”.
“Las Casas questiona o método da conquista”e em seus textos podemos perceber uma certa alteridade, pois ele, bispo, “trata de compreender a importância dos costumes dos costumes e das crenças destes dentro da estrutura de sua própria cultura”, elaborando, talvez, “uma teoria da igualdade de culturas, em estágios distintos e possíveis de culturas”.
“O sucesso de Las Casas é originário de sua sangrenta descrição da conquista, fortes imagens construídas, a idéia de massacre e opressão com os dóceis e pacatos índios”, reforçando uma “visão do índio como papel em branco”, sem história, sem vida, não descrevendo seus valores culturais, não sendo visto. Utiliza uma linguagem religiosa, como “estas gentes eram as mais bem-aventuradas do mundo, só conheceram a Deus, ovelhas mansas e de qualidades sobreditas por seu Fazedor e Criador assim dotadas”. Podemos ver com isso, nas entrelinhas, que os índios pareciam não ter história, e que estavam abertos à doutrinação cristã.
Uma outra possibilidade de análise para a construção da memória é como “poderia ser a da identidade dos derrotados e o imaginário sobre como deveria ser” numa “contraposição entre o real e o sonho”.
“O julgamento a posteriori é fácil de ser feito”, pois, “ouve-se o relato da dor, a guerra foi desleal, as condições da conquista tornam-na vergonhosa”. É como ver o passado como o paraíso perdido.
Deveríamos pensar “se outros tivessem sido os caminhos”, criando a possibilidade de imaginarmos, de construir esse outro caminho”.
Podemos dizer que a obra de Las Casas teve aceitação pelo fato de “inserir-nos no universo dualista e na crônica da dor dos derrotados”. é Verdade que existem críticas, feitos pelos inimigos do dominicano, acerca de erros estatísticos, sobre o número de dizimados, colocando “em dúvida a veracidade da narrativa”.
A “sua participação no processo de colonização”, vai fazer com que ele se envolva muito mais em suas atividades pastorais.
Quando em um debate com o jurista Juan Ginés de Sepúlveda, sendo a “expressão da memória da Corte Espanhola”, debateu-se sobre o índio, mas não com o índio e sua cultura”. O que foi discutido entre ambos na mostra o índio, “mas a visão européia sobre os eventuais limites para suas ações colonizadoras”. Os espanhóis tentam mostrar para eles mesmos o direito que possuíam sobre os povos conquistados, onde ao índio coube “ser objeto da discussão, de citações, mas não lhe deram a chance de ser seu próprio defensor”, representando com isso a anulação do índio como sujeito político.
“Las Casas será ouvido, pois ele fala como membro da Igreja, sua atuação parece ter sido muito mais em função desta sua posição do que a de defensor indígena”. O que podemos entender do texto é que “o debate desqualifica o indígena”, pois foi discutido “sobre a noção de barbárie e d\o emprego ou não da força no exercício colonizador. Sepúlveda defende que “se retire os indígenas de seu estado bárbaro”, pois isto traria vantagens para ambos os lados, “mas os índios deverão obedecer às pessoas mais humanas, mais prudentes e mais excelentes para ser governadas com melhores costumes e instituições”, onde “a recusa do índio pode justificar a guerra”.
Entendemos que Las Casas “previa uma conquista pacífica”, com o “propósito evangelizador. A ele coube “defender a posição dos vencidos”e o “questionamento moral da conquista”.
Às vezes acreditamos que Las Casa tenha sido mais fraco e injustiçado. há um certo dualismo nessa posição, pois “parece não haver espaço para a atuação dos sujeitos comuns na história; ou se é o valente conquistador, enviado pelo poderoso rei¸ ou se é o doce índio, vítima perfeita, que parece se oferecer em sacrifício pelo simples fato de existir”.
Temos aqui uma visão cristã dos fatos, pois “a história se confunde com uma trama literária, onde a expectativa é a de que sempre o bem vença, os justos prevalecerão, o triunfo e a redenção sejam dos que foram perseguidos e injustiçados”. “O imaginário criado poderá ser atingido por todos: ou se é sempre justo, ou o seu contrário. Esse jogo leva à mera identificação de um ou de outro partido”, não havendo “processo reflexivo e questionador”.
Las Casas “identificou e nomeou os lados em disputa na conquista e colonização. Estar contra o que disse Las Casas ou questioná-lo, “pode significar estar ao lado da sangrenta ação hispânica” e “todos que se opuseram aos dominicanos parecem ser facínoras”.
Las Casas “encontrou espaço para construir seu imaginário e conseguiu adeptos, mais por sua capacidade imagética do que por suas incontáveis polêmicas com os membros da Corte”.
Sua obra está alicerçada no cristianismo, tendo a frente “a idéia de um plano divino que incumbe os homens de reconstruir o paraíso, restabelecer a bondade divina”. Para isso precisamos que existam os mártires, “para que o mundo volte a trilhar o plano de Deus”.
Estamos, ainda hoje, “em busca de uma harmonia para os povos que se encontraram e passaram a ter vidas interligadas”. Os indígenas ainda procuram a terra sem males e a “diminuição da população indígena e de seus descendentes soa, por vezes, como uma condenação que paira sobre as instituições e descendentes do colonizador espanhol. Por outro lado, a não implantação do modelo lascasiano o impediu de desgastar-se”.
Sempre procuramos ver o bem e o mal, o certo e o errado e muitas vezes não fazemos uma análise mais profunda sobre o assunto, pois esse é o desejo de “construir um mundo mais organizado”.
O texto de Las Casas possui uma dimensão redentora, “de solidariedade em relação aos ameríndios”, por nos “associarmos à idéia cristã de sacrifício imposta aos índios, a impossibilidade de manifestação de alteridade”, pois na tradição cristã há relatos como prova de fé, como o caso de Abraão, que iria sacrificar o seu filho em nome de seu deus. “O texto bíblico necessita de uma interpretação a partir de seu conteúdo, sua pretensão à autoridade absoluta leva-o ainda mais longe”.
A pergunta que fica é por que Las Casas perdura ou ainda, por que seu relato é tão conhecido? Talvez, seja a “tentativa de suplantar a realidade e reinterpretá-la, na busca desse universo absoluto”.
Aí entramos numa temática cristã, como o “mito fundador, o paraíso”, os indígenas vistos como “pessoas boas e dóceis, harmonia e paz” e por outro lado, “a brutalidade, a ação inescrupulosa contra os mais fracos, a expulsão do paraíso, a instalação do conflito, o castigo”.
Ainda temos a construção da memória, feita por “elementos trágicos, pela dor incessante, a impotência dos indivíduos diante das instituições e a possibilidade de redenção”, além da forma como cada um de nós se identifica “com os índios criados pelo dominicano”.
Esse trabalho de Las Casas cria “uma crise de consciência no Império Espanhol”, pois as “justificativas para continuar a empreitada colonizadora não se tornam tão populares por não ter a mesma força trágica” do material produzido pelo dominicano.
Os espanhóis, por estarem mais acostumados com os mártires cristãos, vão acreditar que os índios estão sendo massacrados, ao invés de “imagina-los como bárbaros e ameaçadores da cultura hispânica”. Eles preferem ficar com a teoria de que “os índios são doces, mansos, obedientes e criados pelo mesmo Deus, do que se identificarem com o “interesse do Império”.
Com essas duas narrativas “há uma tentativa espanhola de justificar-se, ma não há uma tentativa de compreender a América”. Não havia preocupação sobre o que esse novo mundo representava para eles, mas simplesmente como eles deveriam estender seus domínios sobre esse povo, não havendo, portanto, a tentativa de compreender a América.
A “descrição feita por Las Casas sobre os próprios índios, corresponde a imagem frágil, apática e submissa”, ficando dentro de sua formação cristã, enfatizando o índio como dócil, “para reforçar a glorificação da vítima”, por isso, “foi possível despertar a compaixão, dessa forma retirando dos índios a sua condição de sujeitos históricos”.
“Las Casas questiona o método da conquista”e em seus textos podemos perceber uma certa alteridade, pois ele, bispo, “trata de compreender a importância dos costumes dos costumes e das crenças destes dentro da estrutura de sua própria cultura”, elaborando, talvez, “uma teoria da igualdade de culturas, em estágios distintos e possíveis de culturas”.
“O sucesso de Las Casas é originário de sua sangrenta descrição da conquista, fortes imagens construídas, a idéia de massacre e opressão com os dóceis e pacatos índios”, reforçando uma “visão do índio como papel em branco”, sem história, sem vida, não descrevendo seus valores culturais, não sendo visto. Utiliza uma linguagem religiosa, como “estas gentes eram as mais bem-aventuradas do mundo, só conheceram a Deus, ovelhas mansas e de qualidades sobreditas por seu Fazedor e Criador assim dotadas”. Podemos ver com isso, nas entrelinhas, que os índios pareciam não ter história, e que estavam abertos à doutrinação cristã.
Uma outra possibilidade de análise para a construção da memória é como “poderia ser a da identidade dos derrotados e o imaginário sobre como deveria ser” numa “contraposição entre o real e o sonho”.
“O julgamento a posteriori é fácil de ser feito”, pois, “ouve-se o relato da dor, a guerra foi desleal, as condições da conquista tornam-na vergonhosa”. É como ver o passado como o paraíso perdido.
Deveríamos pensar “se outros tivessem sido os caminhos”, criando a possibilidade de imaginarmos, de construir esse outro caminho”.
Podemos dizer que a obra de Las Casas teve aceitação pelo fato de “inserir-nos no universo dualista e na crônica da dor dos derrotados”. é Verdade que existem críticas, feitos pelos inimigos do dominicano, acerca de erros estatísticos, sobre o número de dizimados, colocando “em dúvida a veracidade da narrativa”.
A “sua participação no processo de colonização”, vai fazer com que ele se envolva muito mais em suas atividades pastorais.
Quando em um debate com o jurista Juan Ginés de Sepúlveda, sendo a “expressão da memória da Corte Espanhola”, debateu-se sobre o índio, mas não com o índio e sua cultura”. O que foi discutido entre ambos na mostra o índio, “mas a visão européia sobre os eventuais limites para suas ações colonizadoras”. Os espanhóis tentam mostrar para eles mesmos o direito que possuíam sobre os povos conquistados, onde ao índio coube “ser objeto da discussão, de citações, mas não lhe deram a chance de ser seu próprio defensor”, representando com isso a anulação do índio como sujeito político.
“Las Casas será ouvido, pois ele fala como membro da Igreja, sua atuação parece ter sido muito mais em função desta sua posição do que a de defensor indígena”. O que podemos entender do texto é que “o debate desqualifica o indígena”, pois foi discutido “sobre a noção de barbárie e d\o emprego ou não da força no exercício colonizador. Sepúlveda defende que “se retire os indígenas de seu estado bárbaro”, pois isto traria vantagens para ambos os lados, “mas os índios deverão obedecer às pessoas mais humanas, mais prudentes e mais excelentes para ser governadas com melhores costumes e instituições”, onde “a recusa do índio pode justificar a guerra”.
Entendemos que Las Casas “previa uma conquista pacífica”, com o “propósito evangelizador. A ele coube “defender a posição dos vencidos”e o “questionamento moral da conquista”.
Às vezes acreditamos que Las Casa tenha sido mais fraco e injustiçado. há um certo dualismo nessa posição, pois “parece não haver espaço para a atuação dos sujeitos comuns na história; ou se é o valente conquistador, enviado pelo poderoso rei¸ ou se é o doce índio, vítima perfeita, que parece se oferecer em sacrifício pelo simples fato de existir”.
Temos aqui uma visão cristã dos fatos, pois “a história se confunde com uma trama literária, onde a expectativa é a de que sempre o bem vença, os justos prevalecerão, o triunfo e a redenção sejam dos que foram perseguidos e injustiçados”. “O imaginário criado poderá ser atingido por todos: ou se é sempre justo, ou o seu contrário. Esse jogo leva à mera identificação de um ou de outro partido”, não havendo “processo reflexivo e questionador”.
Las Casas “identificou e nomeou os lados em disputa na conquista e colonização. Estar contra o que disse Las Casas ou questioná-lo, “pode significar estar ao lado da sangrenta ação hispânica” e “todos que se opuseram aos dominicanos parecem ser facínoras”.
Las Casas “encontrou espaço para construir seu imaginário e conseguiu adeptos, mais por sua capacidade imagética do que por suas incontáveis polêmicas com os membros da Corte”.
Sua obra está alicerçada no cristianismo, tendo a frente “a idéia de um plano divino que incumbe os homens de reconstruir o paraíso, restabelecer a bondade divina”. Para isso precisamos que existam os mártires, “para que o mundo volte a trilhar o plano de Deus”.
Estamos, ainda hoje, “em busca de uma harmonia para os povos que se encontraram e passaram a ter vidas interligadas”. Os indígenas ainda procuram a terra sem males e a “diminuição da população indígena e de seus descendentes soa, por vezes, como uma condenação que paira sobre as instituições e descendentes do colonizador espanhol. Por outro lado, a não implantação do modelo lascasiano o impediu de desgastar-se”.
RESENHA: A sociedade cavaleiresca
DUBY, Georges. A sociedade cavaleiresca. São Paulo: Martins Fontes, 1989. pp. 3-55.
Os cavaleiros na Idade Média
É fantástico analisar toda a estrutura e organização social da Idade Média, desde o simples camponês que tem como atributo a produção de alimentos e bens necessários para que todos os grupos que a compõe possam sobreviver; o clero, que, como representantes do Sagrado tem a função de rezar e pedir pela salvação ou danação dos seus fiéis, e, o grupo dos senhores, nobres, pessoas com ou sem nome, que passam a ser aqueles que tem a função tática da proteção de todos nesta sociedade.
Neste pequeno texto, vamos abordar algumas questões acerca do cavaleiro medieval, grupo que ainda em nosso dias provoca anseios e nos remete a um mundo romântico e guerreiro, a um mundo onde tudo é capaz. Este grupo desperta inquietudes e paixões, desde os mais convictos historiadores, até as mais simples donzelas a espera de seu príncipe ou cavaleiro.
Estes cavaleiros foram um grupo andante que conquistou a “imaginação popular da Europa Medieval” e ainda está dentro de nossas ilusões.
Quando, o poder dos reis se esfacela no mundo feudal, e o senhor feudal começa a organizar-se no campo, junto de seus servos e outros nobres, há necessidade de um grupo que possa proteger a todos, e para isso, se faz necessário armar esse grupo.
Os senhores feudais necessitando de segurança, fazem armar os nobres e vassalos, criando uma força paramilitar no feudo, que aos poucos vai tendo a condição de cavaleiro, seja por andar a cavalo, seja por defender o feudo.
Com o avanço da técnica e mesmo com a inserção do “estribo”, se permite a esse “cavaleiro firmar-se melhor sobre o cavalo”, tendo agora “as mãos livres” para se defender e atacar.
Quando falamos que os nobres e vassalos, bem como seus descendentes ou mesmo filhos do senhor feudal, nobres desterrados (sem terras), é que vão se tornar os cavaleiros medievais, nos reportamos que esses guerreiros “precisavam de armas, cavalos, armaduras”, o que era muito dispendioso e, portanto, não caberia aos servos essa função por não terem acesso a praticamente nenhum bem, além do que, era necessária uma dedicação exclusiva “a carreira das armas”.
Quem constituía o grupo dos cavaleiros era na grande maioria, dono de terras e outros bens, não apenas de seu cavalo, custeando dessa forma “seu próprio aprendizado”, ou, ainda, “de boa linhagem familiar, mas de escassos recursos”, dependendo “de algum rico senhor” que pudesse prover as necessidades desse cavaleiro.
Os cavaleiros na Idade Média
É fantástico analisar toda a estrutura e organização social da Idade Média, desde o simples camponês que tem como atributo a produção de alimentos e bens necessários para que todos os grupos que a compõe possam sobreviver; o clero, que, como representantes do Sagrado tem a função de rezar e pedir pela salvação ou danação dos seus fiéis, e, o grupo dos senhores, nobres, pessoas com ou sem nome, que passam a ser aqueles que tem a função tática da proteção de todos nesta sociedade.
Neste pequeno texto, vamos abordar algumas questões acerca do cavaleiro medieval, grupo que ainda em nosso dias provoca anseios e nos remete a um mundo romântico e guerreiro, a um mundo onde tudo é capaz. Este grupo desperta inquietudes e paixões, desde os mais convictos historiadores, até as mais simples donzelas a espera de seu príncipe ou cavaleiro.
Estes cavaleiros foram um grupo andante que conquistou a “imaginação popular da Europa Medieval” e ainda está dentro de nossas ilusões.
Quando, o poder dos reis se esfacela no mundo feudal, e o senhor feudal começa a organizar-se no campo, junto de seus servos e outros nobres, há necessidade de um grupo que possa proteger a todos, e para isso, se faz necessário armar esse grupo.
Os senhores feudais necessitando de segurança, fazem armar os nobres e vassalos, criando uma força paramilitar no feudo, que aos poucos vai tendo a condição de cavaleiro, seja por andar a cavalo, seja por defender o feudo.
Com o avanço da técnica e mesmo com a inserção do “estribo”, se permite a esse “cavaleiro firmar-se melhor sobre o cavalo”, tendo agora “as mãos livres” para se defender e atacar.
Quando falamos que os nobres e vassalos, bem como seus descendentes ou mesmo filhos do senhor feudal, nobres desterrados (sem terras), é que vão se tornar os cavaleiros medievais, nos reportamos que esses guerreiros “precisavam de armas, cavalos, armaduras”, o que era muito dispendioso e, portanto, não caberia aos servos essa função por não terem acesso a praticamente nenhum bem, além do que, era necessária uma dedicação exclusiva “a carreira das armas”.
Quem constituía o grupo dos cavaleiros era na grande maioria, dono de terras e outros bens, não apenas de seu cavalo, custeando dessa forma “seu próprio aprendizado”, ou, ainda, “de boa linhagem familiar, mas de escassos recursos”, dependendo “de algum rico senhor” que pudesse prover as necessidades desse cavaleiro.
O CAPITALISMO E SUA POLITICA NEOLIBERAL NO BRASIL
Este trabalho tem como objetivo analisar o processo histórico capitalista no Brasil, considerando a política neoliberal como condutor de formação do país. Faz-se em primeiro momento uma discussão sobre a influência do sistema capitalista nos governos do Estado brasileiro, onde é notória a fragilidade da estrutura de nosso país em se tratando de princípios éticos e morais no que tange ao corpo político de condução de massa.
Brevemente, relatamos a trajetória do sistema capitalista entre os séculos XVIII e XX , partindo de princípios liberais de acúmulo de capital, onde, países como o Brasil, ficam reféns do sistema financeiro mundial (Bancos).
Apresentamos, também, o uso que o sistema faz do que venha a ser democracia, nesse caso, considerando que o Brasil, apesar do discurso, não a possui ainda.
Por fim, fazemos uma perspectiva futura da influência do sistema neoliberal no Estado brasileiro, levando-se em conta a precariedade política do país.
1 O CAPITALISMO E SUA POLÍTICA NEOLIBERAL NO BRASIL
Quando falamos em Brasil, muitas vezes, nos defrontamos com vários fatores que explicam as dificuldades políticas e econômicas em relação a países desenvolvidos. Tais fatores, acompanhados através do viés histórico político, emergem no cotidiano das massas, as quais de caráter totalmente subordinado, não por passividade, mas sim, pela confusão ideológica de condução nacional, ocasionando dessa forma uma desarmonia natural, levando a não coletividade e desunião de classes.
Quando analisamos os governos brasileiros, por exemplo, na sua amplitude histórica, podemos notar diretamente uma política subordinada, mostrando, dessa maneira, as divergências ideológicas em que está inserido o governo brasileiro. Dessa forma, os governos surgem no contexto do final do século XX, como uma máquina a serviço do poder da doutrina neoliberal, originando dessa forma uma incoerência de extrema importância que nos permite conhecer a verdadeira face do Brasil: Um país de extrema grandeza conduzida por uma política neocolonial, responsável pelo auge capitalista da América Anglo-saxônica e a maioria dos países europeus. Por esse viés, fica clara a fragilidade do Brasil, que vê na política neoliberal a solução para seus problemas, realizando, por ironia, uma política voltada para a subordinação imposta pelo Banco Mundial, na qual o capital é enfatizado.
O capitalismo e sua trajetória histórica entre o século XVIII ao século XX enfatizam o que venha a ser a nova doutrina liberal – neoliberalismo – na qual, parâmetros de produção e comercialização são remodelados.
Considerando a crise de 1929, podemos fazer uma análise dos países emergentes no mundo industrial, entre os quais o Brasil. A industrialização nacional-populista desses países tem como tutor o Estado que em contrapartida tem forte aliança com o sindicalismo, originando assim, um anti-antagonismo que, logicamente, acabou causando uma subordinação populacional que somente foi notado com a introdução política neoliberal.
Podemos diferenciar o neoliberalismo do liberalismo, considerando a doutrina neoliberal responsável pelo aniquilamento da política social, pois enfatiza a economia, algo, aliás, fator impeditivo para um desenvolvimento político social em países subdesenvolvidos devido a precariedade ideológica existente. O Brasil vem de longa data sofrendo a interferência da doutrina neoliberal, algo notório no sistema socioeconômico, político e ideológico.
Podemos deixar claro, também, que a ideologia neoliberal é falha em dois sentidos: primeiramente por considerar a democracia fator determinante, onde se sabe que, em países como o Brasil, fica praticamente impossível delinear o que venha a ser democracia, pois a grande massa não foi conduzida a discussão social em questão. Em outras palavras, como país emergente, não adota uma política voltada para o social, originando, por essa visão, o empobrecimento da economia interna do país. No segundo momento, por esse viés, podemos considerar que o Brasil não chega a um consenso político, econômico e social, pelo simples fato de não possuir uma definição ideológica a ser seguida, juntamente com fatores de corrupção e má distribuição de renda, ocasionadas pela legitimidade do sistema, que por ironia, imposta pela própria massa através das votações eleitorais e também pela concentração de renda na mão de uns poucos privilegiados.
Finalizando, o sistema capitalista, com sua relação de troca, tem como característica, a capacidade de sobreviver a qualquer risco que ponha seus interesses em jogo e, atualmente, com o avanço do neoliberalismo no processo de globalização, nosso país, o Brasil, por ser um país que não possui instabilidade econômica e principalmente política, tem tendências de ser explorado pelo avanço da privatização, salvo, se a curto e médio prazo, seja feita uma reforma política, econômica, cultural e social, na qual os interesses sejam exclusivamente voltados para o social, nesse caso, minimizando as desigualdades impostas pelo sistema neoliberal.
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como consideração final, fica clara a interferência do sistema capitalista, representado pelas teorias neoliberais, no processo de condução do Estado brasileiro, sendo que, historicamente, os governos que antecederam a direção do país serviram de máquina a serviço do capital multinacional e transnacional.
Fica claro, também, que apesar dos avanços do país na economia externa, pouco de fez para minimizar os problemas sociais do país, criados pelo avanço do neoliberalismo. Cabe, dessa forma, uma reestruturação nas bases políticas do país para minimizar os problemas. Para tanto faz-se necessário um trabalho de politização da massa, que, deveras, pela forte influência neoliberal existente no país, só será possível a médio/longo prazo.
Brevemente, relatamos a trajetória do sistema capitalista entre os séculos XVIII e XX , partindo de princípios liberais de acúmulo de capital, onde, países como o Brasil, ficam reféns do sistema financeiro mundial (Bancos).
Apresentamos, também, o uso que o sistema faz do que venha a ser democracia, nesse caso, considerando que o Brasil, apesar do discurso, não a possui ainda.
Por fim, fazemos uma perspectiva futura da influência do sistema neoliberal no Estado brasileiro, levando-se em conta a precariedade política do país.
1 O CAPITALISMO E SUA POLÍTICA NEOLIBERAL NO BRASIL
Quando falamos em Brasil, muitas vezes, nos defrontamos com vários fatores que explicam as dificuldades políticas e econômicas em relação a países desenvolvidos. Tais fatores, acompanhados através do viés histórico político, emergem no cotidiano das massas, as quais de caráter totalmente subordinado, não por passividade, mas sim, pela confusão ideológica de condução nacional, ocasionando dessa forma uma desarmonia natural, levando a não coletividade e desunião de classes.
Quando analisamos os governos brasileiros, por exemplo, na sua amplitude histórica, podemos notar diretamente uma política subordinada, mostrando, dessa maneira, as divergências ideológicas em que está inserido o governo brasileiro. Dessa forma, os governos surgem no contexto do final do século XX, como uma máquina a serviço do poder da doutrina neoliberal, originando dessa forma uma incoerência de extrema importância que nos permite conhecer a verdadeira face do Brasil: Um país de extrema grandeza conduzida por uma política neocolonial, responsável pelo auge capitalista da América Anglo-saxônica e a maioria dos países europeus. Por esse viés, fica clara a fragilidade do Brasil, que vê na política neoliberal a solução para seus problemas, realizando, por ironia, uma política voltada para a subordinação imposta pelo Banco Mundial, na qual o capital é enfatizado.
O capitalismo e sua trajetória histórica entre o século XVIII ao século XX enfatizam o que venha a ser a nova doutrina liberal – neoliberalismo – na qual, parâmetros de produção e comercialização são remodelados.
Considerando a crise de 1929, podemos fazer uma análise dos países emergentes no mundo industrial, entre os quais o Brasil. A industrialização nacional-populista desses países tem como tutor o Estado que em contrapartida tem forte aliança com o sindicalismo, originando assim, um anti-antagonismo que, logicamente, acabou causando uma subordinação populacional que somente foi notado com a introdução política neoliberal.
Podemos diferenciar o neoliberalismo do liberalismo, considerando a doutrina neoliberal responsável pelo aniquilamento da política social, pois enfatiza a economia, algo, aliás, fator impeditivo para um desenvolvimento político social em países subdesenvolvidos devido a precariedade ideológica existente. O Brasil vem de longa data sofrendo a interferência da doutrina neoliberal, algo notório no sistema socioeconômico, político e ideológico.
Podemos deixar claro, também, que a ideologia neoliberal é falha em dois sentidos: primeiramente por considerar a democracia fator determinante, onde se sabe que, em países como o Brasil, fica praticamente impossível delinear o que venha a ser democracia, pois a grande massa não foi conduzida a discussão social em questão. Em outras palavras, como país emergente, não adota uma política voltada para o social, originando, por essa visão, o empobrecimento da economia interna do país. No segundo momento, por esse viés, podemos considerar que o Brasil não chega a um consenso político, econômico e social, pelo simples fato de não possuir uma definição ideológica a ser seguida, juntamente com fatores de corrupção e má distribuição de renda, ocasionadas pela legitimidade do sistema, que por ironia, imposta pela própria massa através das votações eleitorais e também pela concentração de renda na mão de uns poucos privilegiados.
Finalizando, o sistema capitalista, com sua relação de troca, tem como característica, a capacidade de sobreviver a qualquer risco que ponha seus interesses em jogo e, atualmente, com o avanço do neoliberalismo no processo de globalização, nosso país, o Brasil, por ser um país que não possui instabilidade econômica e principalmente política, tem tendências de ser explorado pelo avanço da privatização, salvo, se a curto e médio prazo, seja feita uma reforma política, econômica, cultural e social, na qual os interesses sejam exclusivamente voltados para o social, nesse caso, minimizando as desigualdades impostas pelo sistema neoliberal.
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como consideração final, fica clara a interferência do sistema capitalista, representado pelas teorias neoliberais, no processo de condução do Estado brasileiro, sendo que, historicamente, os governos que antecederam a direção do país serviram de máquina a serviço do capital multinacional e transnacional.
Fica claro, também, que apesar dos avanços do país na economia externa, pouco de fez para minimizar os problemas sociais do país, criados pelo avanço do neoliberalismo. Cabe, dessa forma, uma reestruturação nas bases políticas do país para minimizar os problemas. Para tanto faz-se necessário um trabalho de politização da massa, que, deveras, pela forte influência neoliberal existente no país, só será possível a médio/longo prazo.
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