AMIGOS DO PROFESSOR ZÉ WILSON

terça-feira, 28 de junho de 2011

“Uma vida, duas vidas, um sorriso”

“Uma vida, duas vidas, um sorriso”
28 de junho de 2011

“Foi durante a guerra civil na Espanha. Antoine de Saint-Exupéry, o autor de O pequeno príncipe, foi lutar ao lado dos espanhóis que preservavam a democracia. Certa feita, caiu nas mãos dos adversários. Foi preso e condenado à morte. Na noite que precedia a sua execução, conta ele que foi despido de todos os seus haveres e jogado em uma cela miserável.
O guarda era muito jovem. Mas era um jovem que, por certo, já assassinara a muitos. Parecia não ter sentimentos. O semblante era frio. Vigilante, ali estava e tinha ordens para atirar para matar, em caso de fuga.
Exupéry tentou uma conversa com o guarda, altas horas da madrugada. Afinal, eram suas últimas horas na face da Terra. De início, foi inútil. Contudo, quando o guarda se voltou para ele, ele sorriu.
Era um sorriso que misturava pavor e ansiedade. Mas um sorriso. Sorriu e perguntou de forma tímida:
Você é pai?
A resposta foi dada com um movimento de cabeça, afirmativo.
Eu também, falou o prisioneiro. Só que há uma enorme diferença entre nós dois. Amanhã, a esta hora eu terei sido assassinado. Você voltará para casa e irá abraçar seu filho.
Meus filhos não têm culpa da minha imprevidência. E, no entanto, não mais os abraçarei no corpo físico. Quando o dia amanhecer, eu morrerei.
Na hora em que você for abraçar o seu filho, fale-lhe de amor. Diga a ele: “Amo você. Você é a razão da minha vida.” Você é guarda. Você está ganhando dinheiro para manter a sua família, não é?
O guarda continuava parado, imóvel. Parecia um cadáver que respirava.
O prisioneiro concluiu: Então, leve a mensagem que eu não poderei dar ao meu filho.
As lágrimas jorraram dos olhos. Ele notou que o guarda também chorava. Parecia ter despertado do seu torpor. Não disse uma única palavra.
Tomou da chave mestra e abriu o cadeado externo. Com uma outra chave abriu a lingueta. Fez correr o metal enferrujado, abriu a porta da cela, deu-lhe um sinal.
O condenado à morte saiu apressado, depois correu, saindo da fortaleza.
O jovem soldado lhe apontou a direção das montanhas para que ele fugisse, deu-lhe as costas e voltou para dentro.
O carcereiro deu-lhe a vida e, com certeza, foi condenado por ter permitido que um prisioneiro fugisse.
Antoine de Saint-Exupéry retornou à França e escreveu uma página inesquecível: Uma vida, duas vidas, um sorriso.
* * *
Tantas vezes podemos sorrir e apresentamos a face fechada, indiferente.
Entretanto, as vozes da Imortalidade cantam. Sejamos nós aqueles que cantemos a doce melodia do amor, em todo lugar, nos corações.
Hoje mais do que ontem, agora mais do que na véspera quebremos todos os impedimentos para amar e lutar.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 - Acesso em 28/06/2011.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Estudante do oeste: “Eu acredito!”

Estudante do oeste: “Eu acredito!”
26 de junho de 2011

“Olá Nobre Jornalista.

Bom, tenho 17 anos estou me formando esse ano no Ensino Médio, assim como qualquer jovem tenho sonhos e acredito em ações e atitudes das pessoas. Sim, ainda acredito. Sabe amigo, você passa 13 anos na escola, você cria amigos, é verdade que você terá muitas discussões com professores, direção, pais e colegas. Mas sabe o melhor disso tudo, Somos uma Família. E como família, nossas desavenças geram união, existem excessões, mas formaturas são emocionantes muito mais pelos laços que se quebrarão entre alunos e alunos, e alunos e professores. Sabe, hoje agradeço muito por ter tido no Ensino Médio professores que me fizeram pensar, vejo a cada a podridão desse sistema. Vejo bombeiro sendo presos por salvarem vidas, vejo professores esnobados por formarem vidas, e vejo deputados ganhando muito por destruirem vidas.
E sabe como eu, como estudante, integrante da chamada futura geração me sinto nisso tudo? Um lixo, e não tem sentimento maior, do que você olhar para livros, assuntos, vestibulares e se sentir impotente. Não tem sentimento pior do que ver professores, aqueles mesmo com quem ja discuti e muito, sofrendo, rezando, se emocionando.
Já me perguntaram por que eu faço tudo isso, por que Guilherme? A resposta está lá no início, EU ACREDITO, nas pessoas, nos estudos, nos relacionamentos e na sociedade. Os motivos para acreditar são pouquíssimos, mas eu acredito por que tive na 5ª série uma professora que me disse, Ler é Fantástico. Mas eu acredito, por que quando iniciei o Ensino Médio, um professor me perguntou, você é só isso que diz? Mas eu acredito, por que minha escola teve direções que me deram desafios. E venci aqueles que me foram propostos. E sabe por que? Por que eu ACREDITEI.
E como fica o Guilherme nessa história? Ele fica até tarde falando aos professores, não desistam. E muitos me perguntam, por que tu Guilherme apoias os professores? Eu não apoio somente professores, eu apoio o Futuro, um futuro no qual eu ainda ACREDITO.
Muitos estudantes não se interessam, pais esnobam esses assuntos. Só digo a eles, estão destruindo a vida de seus filhos.
Estou decepcionado com tudo nobre jornalista, com governo, pessoas e sociedade em geral, mas não deixarei de ACREDITAR, pois no fundo do túnel há uma luz e quando ela chegar, estarei lá dizendo: VENHAM AMIGOS, PESSOAS, PAIS, CRIANÇAS, VAMOS JUNTOS FAZER UM NOVO COMEÇO!
Mas enquanto isso, Guilherme se reserva a escrever ao nobre jornalista, e de manifestar seu apoio aos professores.
Não desistam professores, por favor não desistam. Se hoje penso, e existo é graças a vocês, que me deram um livro ao invés de drogas, que me deram uma critica ao invés de elogio, que me deram um desafio ao invés de um sofá.
Lhes digo de coração: NÃO DESISTAM. A batalha é árdua, a luta difícil, mas a união é imbatível.- Que fique claro nobre jornalista eu não vou 4 horas diárias a um lugar de quatro paredes usado como deposito de crianças, EU VOU A UMA ESCOLA COM MUITO ORGULHO!
Abraços,Guilherme Wagner, São João do Oeste.”
-
Moacir responde: “Acabei de receber esta mensagem. Tocou-me profundamente. Nunca imaginei que um jovem de São João do Oeste tivesse tanta maturidade, tanta ingelitência, tanta consciência crítica. E por que? Porque teve e tem excelente família, contou e conta com excelentes professores. Mas, sou sincero, a rigor, não me surpreende. Capital catarinense da língua alemã, com 6 mil habitantes, São João do Oeste conta majoritariamente com descendentes germânicos, este povo excepcional que deu contribuição gigantesca ao desenvolvimento do Estado. Só tenho a dizer-lhe e a todos os jovens que nos honram com o prestígio da leitura: ACREDITE SIM, NÃO DESISTA NUNCA,LEIA MUITO, ASSISTA BONS FILMES, SELECIONE OS MELHORES DA MÚSICA CLÁSSICA, CONHEÇA AS ÁRIAS DAS ÓPERAS MAIS POPULARES, CURTA A MUSICA POPULAR BRASILEIRA, MEDITE COM A BOA MÚSICA “NEW AGE”, SEJA ELO DE UNIÃO DE SUA FAMILIA, CELEBRE COM OS AMIGOS SINCEROS, NÁO SE ESQUEÇA QUE A GRATIDÁO É A PRINCIPAL VIRTUDE HUMANA E…SEJA MUITO FELIZ. SEU IDEALISMO, ENTUSIASMA. SUA DETERMINA, ESTIMULA. ESTOU CERTO QUE EM BREVE VOCE, QUE JÁ É, SERÁ MAIOR ORGULHO DE SUA FAMILIA, DE SEUS AMIGOS, DE SAO JOAO DO OESTE E DE TODA SANTA CATARINA. COM O ABRAÇO FRATERNO DE INCENTIVO E AGRADECIDO, DO MOACIR PEREIRA

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/page/2/?topo=67%2C2%2C18%2C%2C%2C67 - Acesso em 27/06/2011.

sábado, 25 de junho de 2011

“Antes da Primavera”

“Antes da Primavera”
24 de junho de 2011

Enviado pelo internauta Gustavo Silva:
“Olá Moacir, segue abaixo o texro de um professor de conheci em um curso…um belo texto que serve exatamente para os dias de hoje, peeço que publique se possível. obrigado.

“Antes de terminar a primavera, Josué cumpria sempre o mesmo ritual, que no seu entender de homem simples e organizado, era de sua obrigação. Assim como era obrigação do homem do lampião acender todas as noites, pontualmente às sete horas, todos os lampiões da vila. Assim como era obrigação do guarda noturno velar pelos sonhos alheios.
Josué era um homem de obrigações, obrigações que lhe foram chegando com os anos vividos… Era também um ser solitário, pois os seus também foram partindo com os anos vividos. E ele ficara sem entender como a solidão se aconchegou em sua alma.
Na pequena vila, distante de tudo e de todos, Josué levava uma vida pacata, que mudava quando a primavera estava para acabar, e a presença das flores ainda coloria o vale.
Era então chegada à hora de Josué cumprir a sua tarefa, era o momento sublime da vida rotineira e solitária de Josué.
O homem então, dentro da sua razão de homem incumbido de algo divino a realizar, esperava ansioso o dia amanhecer, e quando o homem do lampião apagava o último lume, quando o guarda noturno dava seu último apito, Josué saia pelos campos orvalhados pela noite, acompanhado de suas idéias e obrigações, ia colhendo com cuidado todas as flores que encontrava pelo caminho e guardava-as em um saco já bastante surrado pelos anos de uso. Assim, Josué passava o resto do dia, catando flores e mais flores, até o anoitecer.
Aí então, ele esperava a vila dormir e o guarda noturno cochilar nas escadarias da igreja (segredo que só Josué conhecia) e saía pelas ruas espalhando as flores colhidas durante o dia… Espalhando-as generosamente nas calçadas, na frente das casas do comércio, na cadeia local, na pequena escolinha, e até mesmo na área de uma casa, que segundo suspeitas dos moradores locais, funcionava um cabaré!
O saco aos poucos, ficava vazio, preenchido pelo forte perfume das flores.
Quando a vila acordava Josué já estava longe, já não tinha mais obrigações!
E o povo da vila mais uma vez despertava com o perfume das flores embriagando suas vidas, e ninguém conseguia descobrir o autor de tão maravilhosa obra.
E assim Josué foi enterrado em uma vala comum, na terra úmida e escura. E não me lembro de ter visto algum vaso com flores na sua sepultura!
E também nunca mais o povo da vila acordou com o perfume das flores…

Sejamos todos nós, professores, entregadores de flores… Não importa o lugar, não importa quem as receba, nem mesmo se seremos recompensados pelos governos que passarão diante de nossos olhos.
O mais importante é que em nossas mãos ficarão os perfumes das flores ofertadas, e os nossos ensinamentos se perpetuarão nos corações dos nossos educandos.
AUTOR: Professor Angelo de Souza. Apae de Braço do Norte.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/page/2/?topo=77%2C2%2C18 - Acesso em 25/06/2011.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A solidariedade dos diretores do sul

23 de junho de 2011

“Carta enviada por email A TODOS OS PROFESSORES….SOLIDARIEDADE DOS DIRETORES,

Criciúma, 27 de maio de 2011.

Exmo. Governador do Estado de Santa Catarina
Sr. Raimundo Colombo

Nós, diretores e assessores da 21ª GERED – Gerência de Educação, no anseio de buscar sempre a melhoria da qualidade da Educação Catarinense, preocupados com o desempenho do Governo do Estado do qual participamos ativamente da campanha eleitoral, e temos trabalhado sempre na intenção de que este governo dê certo, fazendo uma excelente administração. No entanto, de alguma forma, compreendemos também que, em algum momento, o governo não teve o suporte necessário para munir-se de informações suficientes, a fim de conhecer a realidade vivida por dezenas de escolas e milhares de professores catarinenses. Na continuidade deste relato, tentaremos explicitar estas angústias que compartilhamos juntos, já que, embora estejamos na situação de gestores, somos, acima de tudo, docentes que amam sua profissão!

O Plano de Carreira dos profissionais da Educação é um fato. É fruto do trabalho docente, de uma categoria que esteve sempre em luta por seu merecido respeito e reconhecimento, tanto da Educação quanto do Governo. O que percebemos no atual momento é que este Governo não chegou a, de fato, ouvir o que esta categoria tem a dizer! Pela leitura feita das discussões em torno da nova tabela salarial, junto aos Governos Estadual e Federal, compreendemos que o nosso Plano de Carreira deveria ter sido respeitado e, pelo acompanhamento que temos tido pela mídia, a intolerância tem partido sempre do Governo! Temos certeza de que, caso apareçam as suficientes informações para que as negociações de fato aconteçam, teremos um outro quadro no Magistério catarinense em breve e a greve cessará rapidamente.

Como gestores, ainda gostaríamos de listar alguns problemas que temos compartilhado há algum tempo, sem retorno, e que nos têm deixado bastante preocupados e já sem muitos argumentos diante da comunidade escolar, justamente porque tentamos manter a boa imagem do Governo do Estado de Santa Catarina:

1) Primeiramente, o ano letivo iniciou-se conturbado, devido à falta de professores (tanto efetivos quanto de ACTs).
A percepção geral foi a de total falta de organização na Secretaria de Educação.
Houve muita demora na indicação dos diretores, o que causou certo desconforto entre os atuais gestores, secretárias e corpo docente.
A licitação de material de expediente, que até hoje não aconteceu, é um dos mais graves problemas que a escola vem sofrendo até o momento: como trabalhar sem materiais como folhas de papel, caneta esferográfica, clipes, lápis…?

2) Em segundo lugar, a estrutura de inúmeras escolas vem sofrendo com a falta de muitas coisas.
As instalações elétricas são inadequadas. O princípio de incêndio é iminente em várias Unidades de Ensino, cujas instalações já foram fotografadas, feitos relatórios, projetos, mas nada ainda foi resolvido. Não queremos e não podemos aguardar uma tragédia ocorrer e parar na mídia negativa, precisamos evitar estes acontecimentos o mais depressa possível.
As reformas estão sendo aguardadas há muito tempo. Há problemas na estrutura física, paredes rachadas, calçadas quebradas, falta de manutenção em prédios antigos, janelas e portas apodrecidas, azulejos quebrados, pisos de sala de aula com tacos antigos, cheios de cupim ou faltando unidades, o que passa a ser perigoso ao bem-estar tanto do aluno quanto do professor; além de visivelmente negativo quando aberto ao público, dando mais uma vez, uma impressão negativa da escola (Projetos como Feiras, Gincanas, Escola Aberta, Concursos Públicos, Palestras, Reportagens…).
Há trabalho sem material suficiente, falta material de higiene pessoal e limpeza, cujas licitações até hoje também não foram realizadas!

3) Em terceiro lugar, gostaríamos de falar quanto à qualificação de nossos pares, os profissionais da Educação, o que incluem os ACTs.
É preciso ressaltar que estamos muito preocupados em como administrar a escola com a falta de profissionais habilitados em sala de aula. Precisamos de docentes que sejam formados em Licenciatura; uma vez que temos recebido muitos profissionais liberais e/ou sem formação docente na área de atuação, o que compromete a qualidade de ensino.
É importante ressaltar ainda que, se Santa Catarina registra importantes e positivos índices no cenário Nacional, isso se deve aos professores efetivos e/ou habilitados que, mesmo não contando com melhores condições de trabalho, fazem um excelente trabalho, dando o melhor de si em sala de aula. Mérito desta mesma categoria que luta pelo seu Plano de Carreira e salários um pouco melhor!

4) Em quarto lugar, queremos registrar, mais uma vez, a necessidade de demonstração de respeito ao profissional de Educação.
O achatamento da tabela salarial, apresentado no projeto enviado, vai desmotivar ainda mais esta categoria, inviabilizando ao professor formado a contínua Especialização. Qual o profissional da Educação quererá seguir em uma Pós-Graduação? E o professor que terminou a Especialização, como terá estímulos para seguir um Mestrado ou Doutorado? E o que já é Mestre ou Doutor, por quais motivos quererá permanecer no Magistério, tendo outras oportunidades que lhe pagarão mais?
Esse desrespeito da nova tabela implicará em um grande esvaziamento de habilitados, falta de procura por cursos de licenciatura nas universidades e um queda irreparável na Educação, trazendo mais mídia negativa e outros inúmeros problemas de ordem comportamental na escola, uma vez que os que estarão lecionando, não terão metodologia nem didática para lidar com os problemas escolares.

5) Em quinto e último lugar, mas não menos importante, precisamos deixar a pergunta: como administrar a escola, diante da negativa do Governo Estadual, após a greve?
Nós, antes de sermos cargos comissionados, somos professores. Diante desse desrespeito, como lidaremos com nossos colegas, na volta da greve? Como administraremos o retorno de nossos companheiros que também estarão lutando por um salário que também é nosso, já que daqui a algum tempo, estaremos de volta às salas de aula?

São questões delicadas como estas que nos deixam preocupados, pois queremos garantir a ordem e o respeito ao Governo do Estado, mas queremos também garantir que seremos todos respeitados como docentes, profissionais de carreira.

Por todas as observações e justificativas acima elencadas, gostaríamos de fazer um pedido nada mais que justo: que fossem reabertas as negociações, mas que, desta vez, o grupo de professores fosse de fato ouvido e que fosse levado em consideração o Plano de Cargos e Salários desta categoria, uma vez que é ele quem garante a formação continuada do profissional da Educação e a conseqüente e permanente qualidade do ensino no Estado de Santa Catarina.

Por termos a certeza de que seremos atendidos e as negociações reabertas, despedimo-nos, mui respeitosamente.

Atenciosamente, Diretores e Assessores da 21ª GERED.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 - Acessoe em 23/06/2011.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Deveria julgar essa aberração….retirou mais coisas do que ofereceu…mentiu de novo..os valores não são os mesmos da proposta, que era ruim e ficou pior. vejam:

Deveria julgar essa aberração….retirou mais coisas do que ofereceu…mentiu de novo..os valores não são os mesmos da proposta, que era ruim e ficou pior. vejam:

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 189, de 20 de junho de 2011

Modifica o valor de vencimento, altera gratificações, absorve e extingue vantagens pecuniárias dos membros do Magistério Público Estadual, ativos e inativos e estabelece outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,
no uso da atribuição que lhe confere o art. 51 da Constituição Estadual, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art.1º Fica fixado nos termos do Anexo Único desta Medida Provisória, nos respectivos níveis e referências, o valor do vencimento para os cargos de carreira integrantes do Quadro de Pessoal do Magistério Público Estadual com regime de 40 horas semanais.

Parágrafo único. O vencimento do professor com regime de 30 (trinta), 20 (vinte) e 10 (dez) horas semanais de trabalho, é fixado, respectivamente, em 75% (setenta e cinco por cento), 50% (cinqüenta por cento) e 25% (vinte e cinco por cento), dos valores constantes no Anexo Único desta Medida Provisória.

Art.2º Os arts. 6º, 10, 11 e 12 da Lei Complementar nº 1.139, de 28 de outubro de 1992, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.6º O professor poderá ministrar aulas acima do limite estabelecido no § 4º do artigo anterior e perceberá sob a forma de aulas excedentes, a base de 1,5% (um virgula cinco por cento) por aula, calculado sobre o vencimento do cargo efetivo, considerando a carga horária de 40 (quarenta) horas, não podendo ultrapassar a 08 (oito), 06 (seis), 04 (quatro) ou 02 (duas) aulas excedentes para as cargas horárias de 40 (quarenta), 30 (trinta), 20 (vinte) ou 10 (dez) horas semanais de trabalho, respectivamente.
………………………………………………………………………………………….

Art.10. Aos ocupantes do cargo de Professor que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental, Educação Infantil e Educação Especial será paga gratificação de incentivo à regência de classe equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) sobre o vencimento do cargo efetivo, correspondente à carga horária do efetivo exercício em regência de classe.
………………………………………………………………………………………….

§ 3º Os ocupantes de cargos do Grupo Magistério, à disposição da Fundação Catarinense de Educação Especial e em exercício nas Escolas Especiais administradas pelas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais, nas funções de Diretor, Orientador Pedagógico e Secretário, farão jus a gratificação de 25% (vinte e cinco por cento), incidente sobre os respectivos vencimentos.

………………………………………………………………………………………….

Art.11. Aos ocupantes do cargo de Professor que atuam nas séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio será paga gratificação de incentivo à ministração de aulas, no percentual 17% (dezessete por cento) sobre o valor do respectivo cargo efetivo, com regime de 40 (quarenta), 30 (trinta), 20 (vinte) ou 10 (dez) horas semanais, conforme o número de aulas, da seguinte forma:

………………………………………………………………………………………….

Art.12. Aos ocupantes do cargo de Especialista em Assuntos Educacionais, Consultor Educacional, Assistente Técnico Pedagógico e Assistente de Educação será paga gratificação pelo exercício de função especializada de magistério, equivalente a 15% (quinze por cento) sobre o valor do vencimento do cargo efetivo.” (NR)

Art.3º Aplica-se o disposto no caput do artigo 12 da Lei nº 1.139, de 1992, aos membros do Magistério Público Estadual lotados e em exercício no órgão central da Secretaria de Estado da Educação e nas Secretarias de Estado de Desenvolvimento Regional, nos termos da Lei Complementar nº 284, de 28 de fevereiro de 2005.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput dos artigos 10,11 e 12, da Lei nº 1.139, de 1992, ao membro do Magistério Público Estadual inativo, desde que tenha incorporado nos proventos de aposentadoria o direito à percepção das gratificações referentes ao efetivo exercício das funções do cargo.

Art.4º O artigo 28 da Lei Complementar nº 1.139, de 1992, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.28. É assegurado ao membro do magistério o direito de receber a mais, o equivalente a 80% (oitenta por cento) do valor do vencimento do cargo, por mês de licença-prêmio não gozada e trabalhada, desde que de forma integral, não podendo ultrapassar a um período por ano.” (NR)

Art.5º O parágrafo único do art. 161 da Lei Complementar nº 381, de 07 de maio de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.161……………………………………………………………………………..
Parágrafo único. As gratificações de que trata este artigo serão calculadas com base no vencimento do nível MAG-08-B, 40 horas, do Grupo Magistério Público Estadual.” (NR)
Art.6º A Gratificação prevista no parágrafo 3º, artigo 2º da Lei Complementar 304, de 04 de novembro de 2005, com nova redação dada pelo artigo 7º da Lei Complementar 457, de 11 de agosto de 2009, será calculada com base no vencimento do nível MAG-06-A, 40 horas, do Grupo Magistério Publico Estadual.

Art.7º Os percentuais previstos no Anexo XII, da Lei Complementar nº 534, de 20 de abril de 2011, passam a incidir sobre o vencimento do nível MAG-08-B, 40 horas, do Grupo Magistério Público Estadual.

Art.8º O percentual de aumento concedido ao vencimento dos cargos de carreira integrantes do Quadro de Pessoal do Magistério Público Estadual não incidirá sobre a Vantagem Nominalmente Identificável instituída pela Lei Complementar nº 83, de 18 de março de 1993.

Parágrafo único. A vantagem referida neste artigo será aumentada, exclusivamente, nas mesmas datas e índices da revisão geral do funcionalismo público estadual, prevista no art. 37, inciso X, da Constituição Federal.

Art.9º Ficam absorvidas e extintas pelo aumento no valor do vencimento previsto no anexo único desta Medida Provisória:

I – a vantagem denominada Complemento ao Piso Nacional do Magistério – CPNM, prevista no art. 4º da Lei Complementar nº 455, de 11 de agosto de 2009;

II – o Prêmio Educar previsto nos artigos 1º e 2º da Lei 14.406, de 09 de abril de 2008;

III – o Prêmio Jubilar previsto nos artigos 1º e 2º da Lei 14.466, de 23 de julho de 2008.

Art.10. Ficam revogados:

I – o artigo 26 da Lei nº 1.139, de 28 de outubro de 1992;

II – o artigo 39 da Lei nº 1.139, de 28 de outubro de 1992;

III – o artigo 6º da Lei nº 9.847, de 15 de maio de 1995;

IV – o art. 7º da Lei nº 9.847, de 15 de maio de 1995;

V – o art. 2º da Lei nº 9.860, de 21 de junho de 1995;

VI – a Lei nº 9.888, de 19 de julho de 1995;

VII – o artigo 2º da Lei Complementar nº 304, de 04 de novembro de 2005;
VIII – o artigo 28 da Lei Complementar nº 456, de 11 de agosto de 2009;

IX – a Medida Provisória nº 188, de 23 de maio de 2011.

Art.11. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a contar de 1º de maio de 2011.

Florianópolis, 20 de junho de 2011.

JOÃO RAIMUNDO COLOMBO
Governador do Estado

ANEXO ÚNICO

NÍVEL R E F E R Ê N C I A S
A B C D E F G
1 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.187,00
2 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.187,00 1.197,00 1.197,00 1.197,00
3 1.197,00 1.221,00 1.221,00 1.221,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00
4 1.221,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.275,10
5 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.275,10 1.306,98 1.339,65 1.373,14
6 1.275,10 1.306,98 1.339,65 1.373,14 1.407,47 1.442,66 1.478,73
7 1.380,00 1.414,50 1.449,86 1.486,11 1.523,26 1.561,34 1.600,38
8 1.486,11 1.523,26 1.561,34 1.600,38 1.640,39 1.681,40 1.723,43
9 1.600,38 1.640,39 1.681,40 1.723,43 1.766,52 1.810,68 1.855,95
10 1.723,43 1.766,52 1.810,68 1.855,95 1.902,35 1.949,90 1.998,65
11 1.855,95 1.902,35 1.949,90 1.998,65 2.048,62 2.099,83 2.152,33
12 1.998,65 2.048,62 2.099,83 2.152,33 2.206,14 2.261,29 2.317,82

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/21/acao-de-ilegalidade-ja-tem-relator/?topo=67,2,18,,,67#comments - Acesso em 21/06/2011.

sábado, 18 de junho de 2011

O 13º MÊS NÃO EXISTE

Gracinha diz:
18 de junho de 2011 às 1:28 am
O 13º MÊS NÃO EXISTE ”

Os ingleses pagam à semana e claro, administrativamente é uma seca! Mas …
diz-se que há sempre uma razão para as coisas! Ora bem, cá está um exemplo
aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática mas
talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica
enganosa. Que é esta que constroi mitos paternalistas e abençoados que a
malta mais pobre, estupidamente atenta e obrigada, come sem pensar!

*Uma forma de desmascarar os brilhantes neo-liberais e os seus técnicos
(lacaios) que recebem pensões de ouro para nos enganarem com as suas
brilhantes teorias…*

Fala-se que o governo pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º
mês.

Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.

Perguntarão porquê.

Respondo: *Porque o 13º mês não existe.*

O 13º mês é uma das mais escandalosas de todas as mentiras do sistema
capitalista,
e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.

Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os
trabalhadores.

Suponhamos que você ganha ¤ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário
por 12 meses,
você recebe um total de ¤ 8.400,00 por um ano de doze meses.

¤ 700*12 = ¤ 8.400,00

Em Dezembro, o generoso patrão cristão manda então pagar-lhe o conhecido 13º
mês.

¤ 8.400,00 + 13º mês = ¤ 9.100,00

¤ 8.400,00 (Salário anual) + ¤ 700,00 (13º mês) = ¤ 9.100 (Salário
anual mais o 13º mês)

O trabalhador vai para casa todo feliz com o patrão.

Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer umas
simples contas que aprendeu no 1º Ciclo:

Se o trabalhador recebe ¤ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa
que ganha por semana ¤ 175,00.

¤ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = ¤ 175,00 (Salário semanal)

O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos ¤ 175,00 (Salário semanal) por 52
(número de semanas anuais) o resultado será ¤ 9.100,00.

¤ 175,00 (Salário semanal) * 52 (número de semanas anuais) = ¤ 9.100.00

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º mês

Surpresa, surpresa ? Onde está portanto o 13º Mês?

A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham
dado conta desse facto simples.

A resposta é que o patrão lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano,
pela simples razão de que há meses com 30 dias,
outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim,
apesar de cinco semanas o patrão só paga quatro semanas)
o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.

No final do ano o generoso patrão presenteia o trabalhador com um 13º mês,
cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.

*Se o governo retirar o 13º mês aos trabalhadores da função pública, o roubo
é duplo.*

Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes.
Não existe nenhum 13º mês.
O patrão apenas devolve o que sorrateiramente lhe surrupiou do salário anual.

*Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.*

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/17/inedito-voce-tem-experiencia/?topo=67,2,18,,,67#comments - Acesso em 18/06/2011.

Inédito: “Você tem experiência?”

17 de junho de 2011

Professora Elisete Gadotti envia uma profunda reflexão sobre uma experiência como professora. O texto é longo, mas merece leitura e análise. Confira: “Moacir: Todas as vezes que procuro no seu blog informações sobre nosso movimento, fico imaginando o que pode pensar um jornalista quando recebe tantos textos, manifestações de apoio e até comentários desagradáveis, sobre uma categoria com tantas razões para lutar e ao mesmo tempo nem sempre entendida na sua busca. Mas o que mais me deixa satisfeita é saber que seu trabalho esta unindo numa só corrente professores do sul e norte, do leste e do oeste de Santa Catarina não só na luta mas também na possibilidade de ser informado quase em tempo real dos fatos ocorridos neste incansável trabalho do SINTE e Comando de Greve, junto a intransigência do Governo Colombo. Criticas sempre irão surgir, mas com certeza teremos maturidade para analisar, concordar, discordar sem ofender..
E-mail deveriam ser breves, rápidos mas não consegui conter minha vontade de falar, escrever e encaminho para você o texto que hoje elaborei:
No processo de seleção de várias empresas, os candidatos precisam responder a seguinte pergunta:
‘Você tem experiência’?
O texto abaixo foi adaptado por mim, de uma redação verdadeira desenvolvida por um dos candidatos a cargo em uma grande empresa. Ele talvez tenha sido aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e eu refletindo sobre esse texto coloquei aqui a minha experiência enquanto professora da rede estadual de educação de Santa Catarina.
Esta é a minha versão sobre o tema EXPERIÊNCIA:
Já desafiei o meu Pai e insisti em fazer curso superior na área de Educação.

Já aprendi com meus mestres da FURB – BLUMENAU, inúmeras práticas para trabalhar com Ed. Física, sempre com o melhor material.

Eu já peguei carona com várias pessoas em Blumenau para chegar ao local das aulas sem custos e sem atrasos. E assim consegui me formar em 1985, com muito estudo, esforço e determinação. Usando como espelho os meus professores do ensino fundamental e médio.
Já trabalhei em diversas escolas como ACT, até me efetivar por concurso na rede estadual de educação.

Já vibrei com o aluno que conseguiu pela primeira vez pular num pé só ou pular corda pela primeira vez.

Já vibrei junto com as professoras das séries iniciais, quando os alunos conseguiram ler as primeiras sílabas, e muito mais quando conseguiram escrever as primeiras palavras sozinhas.
Já corri para não perder o ônibus, para chegar no horário na escola.

Já passei do ponto muitas vezes, por ter dormido no ônibus.
Já tomei banho de chuva junto com meus alunos no pátio da escola, jogando bola.
Já almocei durante vários anos na escola.

Já trabalhei 60 horas.

Já fui diretora de escola, onde comunidade e escola caminhavam no mesmo sentido.

Já vendi rifa, bingo, já fui levar alunos para passeios de formatura em Hotel Fazenda.

Já fui a velórios de pais e avós de alunos e até de ex-alunos. E o mais doído, já fui a velórios de alunos.

Já levei alunos para competições, já subi em telhado para tirar bola, para arrumar telhas. Já subi em escadas para pendurar bandeirinhas de festa junina, e já coreografei várias danças.

Já trabalhei na APAE, e levei os alunos para competições onde ficaram alojados fora de casa.

Já organizei Corrida da Amizade, onde a pessoa dita normal corria ou acompanhava o portador de necessidades especiais no percurso estabelecido
Já comprei uniforme para dar aos meus alunos, já coloquei meu carro a disposição deles para não perder horário de competições.

Já participei de campanhas de alimentos para alunos carentes e até para professores.

Já fui buscar aluno em casa.

Já fui pegar aluno gazeando na rua.
Já chorei ouvindo a história de vida de meus alunos.
Já esqueci o nome de muitos alunos…

Já conheci os filhos dos meus alunos e até já dei aula para eles.
Já subi em árvore com meus alunos para pegar fruta.

Já tomei soco de aluno e ouvi do promotor público: “Ele é de menor”, não dá para fazer nada.
Já pensei em chutar o balde e desistir.
Já chorei sentado no chão do banheiro da escola, quando meu pagamento veio errado.
Já li mensagens do tipo: “Antes que chore a minha mãe, que chore a sua”.

Já enfrentei diretoras impostas pelo Governo, já organizei eleição de Diretores, Grêmio e Conselho Deliberativo.
Já comprei cuecas para alunos se trocarem, pois a GERED não licitou papel higiênico.

Já fiz denúncia para ouvidora do Estado e nada foi resolvido.

Já procurei o Ministério Público para denunciar obra da quadra inacabada e ainda não montei o processo.

Já vi meus amigos de profissão em greve (2008) e eu cumprindo horário.

Já vi traficantes na frente da escola, e quando busquei o apoio da Polícia e do Conselho Tutelar não tive respaldo.

Já vi meus alunos envolvidos com drogas… E muitas vezes sem força e apoio para tirá-los.
Já vi meus alunos adolescentes bebendo e fumando sem medo e nem responsabilidade…

Já separei briga de alunos, alunas e até de pais…

Já vi meus alunos dirigindo carro próprio…

Já senti medo de aluno e já enfrentei muitos.
Já os defendi em muitas situações.

Já socorri vários alunos machucados e com fraturas.
Já apostei corrida na praia com meus alunos, já joguei queimada, futebol, vôlei, handebol e basquete com meus alunos.

Já participei de gincanas, passeatas, manifestações.
Já precisei driblar paixões de alunos e alunas.

Já fiz material de sucata, para ser usado por alunos.

Já trabalhei com muito material disponível e com nada para trabalhar.

Já trabalhei em pátio de chão batido, grama, na rua, na praia e em quadra. Mas nunca trabalhei em local fechado, sempre em local aberto. E com isso já passei frio, já me queimei com o sol, já vi trovões e muita chuva.

Já dei aula em sala e no refeitório…

Já fiz escolinha de xadrez e levei meus alunos para competições.

Já fui chamada de Dona,de Profê, e até de Pro.

Já vi meu alunos acordarem as 3horas da manhã para recolher material reciclado, trabalhar até as 12:00 e estudar no período da tarde.

Já vi pais tirando alunos da escola para irem trabalhar…

Já vi alunos desanimados e sem objetivos…

Já vi pais irresponsáveis…

Já vi alunos chorarem pelo primeiro amor…

Já deitei na quadra com meus alunos para ensinar elefantinho, aviãozinho e outras artes mais

Já chorei ao ver amigos partindo da escola ou mesmo desta vida.

Já vi meus colegas chorando pelos filhos doentes, pelos filhos partindo.

Já acompanhei amigos de profissão lutando contra câncer, depressão e outros males. Eu mesma luto contra Síndrome do Pânico.

Foram tantas experiências, momentos fotografados pelas lentes da emoção.
E agora ao ler este e-mail fico pensando, relembrando essas experiências e os anos dedicados à educação e só uma pergunta ecoa no meu cérebro: experiência… experiência… Será que é necessário ter experiência?
Será que ainda vale a pena sonhar …
E encerrando esta releitura do texto preciso perguntar:

EXPERIÊNCIA PARA QUE?
SERÁ QUE ESCOLHI A PROFISSÃO ERRADA?
CURSOS, FORMAÇÃO CONTINUADA PARA QUE?

Como fiz a releitura de um texto que recebi, usei o mesmo na primeira pessoa, mas minha experiência não seria nada sem os colegas de Profissão: professores, especialistas, serventes, merendeiras e direção.
Será que um dia Educação será prioridade para algum governante desse Estado?
Será que são os professores que estão errados?
Será que a experiência que temos, que vivemos será desconsiderada e transformada em poucos reais?
Sinceramente….
Profª Elizete Ana Gadotti,E.E.B. Anita Garibaldi,Meia Praia – Itapema.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 - Acesso em 18/06/2011.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ANÁLISE SINCERA E CRUA SOBRE A EDUCAÇÃO EM SANTA CATARINA

sandra Romansini diz:
16 de junho de 2011 às 8:09 pm
Caro Moacir, com todo o respeito, você sabe como de fato está a educação em SC? Você já visitou escolas públicas? Aqui na minha região, tive o privilegio de visitar algumas em função da greve. E claro conheço a minha escola.
No que tange ao aspecto físico elas não são atraentes nem para professores nem para alunos. No caso da minha escola, não há espaço para os alunos lancharem. Então eles comem de pé no corredor. Quanto ao pedagógico não há rumo por parte da assessoria de direção. São pessoas que dependem exclusivamente de Quem Indica e com eles é que elas tem compromisso. Até o ano passado o teto estava para desmoronar devido ao excesso de cupins. A SDR mandou fazer uma reforma e a obra ficou muito mal feita. Nela não há nenhum extintor de incêndio. Para dar falta a professores descompromissados é uma piada, especialmente se estes forem apadrinhados políticos de algum coronel. Temos casos deste tipo que são escandalosos, desmotivadores. Os cargos de direção e assessoria de direção tem “donos” são vereadores dos partidos políticos que ora estão no poder. Minha escola disponibiliza espaço para 4 assessores de direção e um diretor geral, são 5 comissionados brigando, pois não há nem cadeiras e salas para todos.

Moacir Pereira diz:
16 de junho de 2011 às 8:20 pm
Prezada Sandra
Visitei várias escolas, acompanhei todas as assembléias dos professores, cobri todos os eventos e falo ao telefone ou pessoalmente com os dirigentes do Sinte e do comando de greve pelo menos de cinco a dez a vinte vezes por dia. Mas, sou sincero: pelos depoimentos que aqui moderei não imaginava que a situação das escolas públicas estaduais estava tão escandalosamente precária. É um dos fatos novos desta greve que cria outra consciência politica nos professores e na comunidae. Mas, pergunto: por que os professores, os servidores, os alunos não denunciaram esta realidade antes? Fraternalmente,Moacir Pereira

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/16/14753/?topo=67,2,18,,,67#comments - Acesso em 16)06)2011.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A realidade é dura e injusta

10-06-2011

Enquanto na Assembléia tramita em seus bastidores o projeto de incorporação das gratificações de função e chefia, os professores saem às ruas para lutar por um piso de R$ 1.187,00. Dá para acreditar!!! A Educação possui aproximadamente uns 50.000 servidores (ou mais) contando com ACT´s, se o valor que será utilizado para as incorporações das gratificações de chefia da ALESC, em torno de R$ 5 MILHOES, mais o valor destinado as já aprovadas incorporações de gratificação do TJ e TCE, fosse revertido para a educação, com certeza daria para pagar o piso dos professores. O ABSURDO é que o dinheiro que é utilizado para pagar a incorporação destas gratificações vem do FUNDEB e do FUNDO ESTADUAL DE SAUDE, dinheiro destinado a SAÚDE e EDUCA& Ccedil;ÃO. GENTE, onde estamos!!! Temos que acabar com esta corja de politiqueiros que só pensam em si e nos seus. Aqui em SC parece que política está no sangue ou nos laços familiares, virou hereditário, passando de pai para filho, de filho para neto, de marido para mulher, e assim vai. Nós Catarinenses temos que mudar as nossas escolhas, mas só poderemos fazer isto na hora do voto, depois é tarde demais!!

O Ministério Público tem que tomar alguma providencia imediata para não permitir mais que o dinheiro destinado a estes fundos sejam desviados para outros fins. Não tem mais nem menos, o dinheiro é destinado para o Fundeb e pronto, é só repassar para destinação correta. Esta conversa que entra no coeficiente total mais depois é repassado, e blá blá blá, é pura lorota. É SÓ PENSARMOS! O Dinheiro do FUNDEB deveria ser creditado em uma conta aberta para este fundo, com o nome Fundo Estadual da Educação, sendo o GESTOR deste fundo, o Secretario da Pasta, mas não é isto que acontece, vai para conta ÚNICA do Estado, ou será que vai para o "CAIXA 2"? Por isso que Procurador Jurídico da Assembléia ganha R$24.000,00 (mais que o salário inicial de um juiz federal) e tem servidor de nível médio (t&eac ute;cnico administrativo) na ALESC ganhando R$ 8.000,00, no TJ um técnico ganha em torno de R$ 6.000,00, enquanto na EDUCAÇÃO, PROFESSOR GRADUADO está brigando para receber R$ 1.187,00 e ainda querem diminuir a regência dos professores?! E os servidores da SAÚDE que possuem o vencimento de R$ 900,00, seco, e a SEGURANÇA PÚBLICA, é mais ou menos o mesmo valor.

É inacreditável tanta diferença!!!! Fora as diferenças nas gratificações: uma chefia na ALESC pode variar de R$ 1.000,00 até sei lá quantos, e no TJ e TCE, um CHEFE DE SEÇÃO ganha R$ 1.000,00 e pode incorporar, mas no Executivo uma CHEFIA DE SETOR (mesma coisa que chefe de seção) recebe R$ 311,00 e REZA pra não perder, agüenta até assédio moral. Por que tanta diferença? Os servidores da ALESC, TJ , TCE, Sec. da Fazenda trabalham mais que os da EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA PUBLICA E DAS OUTRAS INSTITUIÇÕES E ORGÃOS DO ESTADO?!!!
Sinceramente, temos que nos unir à Educação para que estes Governantes criem uma política de valorização do servidor publico estadual com o objetivo de diminuir as diferenças salariais dos servidores do estado, estabelecendo um salário justo para todos!!. Esta luta não é somente dos servidores da educação, são de todos os servidores públicos estaduais e do povo catarinense!
Essa realidade é dura e injusta, mas podemos mudá-la, BASTA QUERERMOS!!

Paula Fernandes/Florianópolis

http://www.pauloalceu.com.br/artigos_i?artigos=a-realidade-e-dura-e-injusta - Acesso em 15/06/2011.

BELÍSSIMO COMENTÁRIO

Marco A. Pereira diz:
15 de junho de 2011 às 2:34 pm

Boa tarde, Moacir e obrigado pelo espaço democrático.
Gostaria de tecer alguns comentários e dizer umas palavras ao nosso caro governante.

Comentando o seu post “A proposta do Governo”, percebe-se que a questão agora é: depois de uma MP e duas propostas onde o comando do Estado tentou enganar os professores, ninguém mais acredita na palavra desses senhores. Não têm credibilidade. Um deles inclusive, condenado por improbidade administrativa devido a mal uso de dinheiro público. Um fato vergonhoso. É essa a estirpe dos administradores deste governo?
Grupo de trabalho paritário… para RECUPERAR a regência de classe e a recomposição da tabela salarial? Em 2012? Se os professores acreditarem nisso devem ser todos sumariamente demitidos. Porque não demonstrarão senso crítico algum. Se voltarem para a sala de aula com o rabo entre as pernas, sinceramente, NÃO QUERO MEUS FILHOS EDUCADOS E FORMADOS POR GENTE ASSIM.
Quanto aos governistas, acho que essa turma está tentando desencavar da rede Globo o antigo programa do Jô, o VIVA O GORDO! Todos estão demonstrando grande talento para a comédia! Formulam propostas que são verdadeiras piadas. Mas na verdade, a questão é grave. Como gravíssimo é o descaso que estamos assistindo por parte do governo (extensivo a Assembleia do Estado também – embora não faça parte do executivo, curva-se a ele, não se manifestando 24 dias após o início da greve) na questão da greve da educação.
Acredito que os professores não concordarão com a recuperação da regência e da tabela salarial em 2012, porque, antes disso, não aceitam a PERDA desses itens, em 2011! Com toda a razão continuarão dizendo a mesma coisa, até que o governo se digne a pagar O QUE DEVE DA MANEIRA COMO DEVE PAGAR.
Os professores têm dito “Não entramos em greve para recolher alguns centavos, “penduricalhos”\". E eles têm toda a razão.
Por outro lado, se o atual administrador não tem competência para angariar fundos e efetuar o pagamento dos professores conforme manda a lei e nos moldes da tabela salarial do MEC, que se admita um INCOMPETENTE e se retire do palácio do Governo. Convoque eleições, pendure o boné e vá pra casa. A maioria dos que o elegeram já estão amargamente arrependidos. A sociedade já percebeu o despreparo dos que estão à frente do poder. Não se programaram em 3 anos, para remunerar seus professores. E ainda acenam com punições de forma “exemplar”. Francamente, trata-se de REMUNERÁ-LOS EXEMPLARMENTE, isso sim.
Sr. Governador, seu futuro político está se transformando em frangalhos. Em poucos meses, já se trata da pior administração das últimas décadas. São centenas de milhares de eleitores inconformados, INDIGNADOS com o seu desempenho PÍFIO na questão dos professores. Estes profissionais são IMPORTANTÍSSIMOS NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO DE SANTA CATARINA OU DE QUALQUER PESSOA EM QUALQUER PAÍS DO PLANETA. Não podem, portanto, Sr. Governador, ser tratados dessa forma. A EDUCAÇÃO DOS NOSSOS FILHOS NÃO TEM PREÇO, NÃO SE PODE COLOCAR UM PREÇO OU UM LIMITE ORÇAMENTÁRIO ESTADUAL QUE SEJA NA REMUNERAÇÃO DESSES PROFISSIONAIS. Ainda mais sendo público e amplamente comentado o DESVIO DE VERBAS FEDERAIS DESTINADAS A EDUCAÇÃO, PARA OUTROS ÓRGÃOS ESTADUAIS! ISSO É UM ESCÂNDALO QUE A SOCIEDADE CATARINENSE NÃO DEIXARÁ IMPUNE. O partido que o sr. ajudou a fundar já nasce sob o estigma da falta de transparência e credibilidade.

Entretanto, o sr. governador ainda tem uma chance de encerrar a questão de forma a sair menos arranhado e desmoralizado perante a sociedade. Demonstre um pouco de dignidade e feche o acordo conforme os educadores desejam. Trata-se de uma classe profissional digna, preparada, qualificada e que sofre há décadas com perdas salarias e condições de trabalho degradantes.
Será então, reconhecido como o Governador que após uma reflexão séria, resgatou o valor dos profissionais da Educação de Santa Catarina. Certamente, esse fato circulará por todo o país e em todas as conversas em todos os lugares e círculos sociais. Abra os cofres, pague aos professores EXATAMENTE COMO ELES SOLICITAM.
O sr. Raimundo Colombo ainda tem a chance de se sagrar como o primeiro governador que, em todo o país, teve o mérito de remunerar os professores de seu estado da forma como os PROFISSIONAIS E A SOCIEDADE entendem como o justo e mais do que merecido. Para o estado de SC isso seria de enorme valor; diversas empresas pretendem se instalar aqui, mas reclamam da falta de mão de obra qualificada. O fato de um estado pagar seus professores pelo piso aprovado em lei, mantendo suas conquistas salariais e respeitando a tabela do Ministério da Educação é fato digno de MÉRITO e extremo VALOR. E com certeza, alçaria o estado de SC a um nível de excelência de causar inveja aos outros membros da federação. O investimento trará grande retorno ao Estado, sem sombra de dúvida.
Pense, sr. Governador. O momento histórico ainda não se perdeu. Faça essa história terminar a favor de todos: professores, alunos, pais de alunos, governo e sociedade em geral.
Santa Catarina só tem a ganhar.
PS: Tenho lido palavras de conterrâneos do sr. Eles dizem: “Raimundo, mostre que és da Serra. Corte as amarras a LHS e Bauer e comande o Estado você mesmo.” Parecem entender que LHS e Bauer são nomes queimados com a sociedade. Eu adicionaria o seguinte: aproxime-se da nova ministra catarinense e do governo federal. Não precisa ser político para saber que Estado que rema contra a União só tem a perder. E não demonstra inteligência. Faça acordos acima do partidarismo, governador. E AÍ ENTÃO, O SR. PODERÁ REALMENTE BATER NO PEITO E DIZER QUE GOVERNA PARA AS PESSOAS.

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/15/a-proposta-do-governo/?topo=67,2,18,,,67#comments - Acesso em 15/06/2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

CARTA DE PROFESSORA E ASSISTENTE TÉCNICO PEDAGÓGICO

Denise R. F. Scheid diz:
14 de junho de 2011 às 12:10 pm

Olá Moacir,

Reproduzo aqui uma carta endereçada ao secretário Tebaldi. Tentei postar no blog dele e enviar pelo site, mas temo que não chegará até ele. É um tanto extensa, mas relato nela os graves problemas da gestão da educação catarinense. Compreendo se não for postada na íntegra, mas agradeço o espaço para discussão.

Ilmo. Sr. Marco Tebaldi
Secretário da Educação do Estado de Santa Catarina
Quero aqui expressar, a opinião de uma profissional que pensa que a educação pública de boa qualidade é fundamental para o desenvolvimento deste estado e que, por isto mesmo, tem orgulho de pertencer ao quadro do magistério estadual catarinense.
Creio que o senhor já percebeu que a greve do magistério não irá acabar se o governo não levar a sério as reivindicações da categoria. Diante disso é possível prevermos, com base em situações anteriores, que o senhor poderá radicalizar as ações de repressão aos grevistas. Isso é claro se o senhor seguir as diretrizes de seus antecessores e de alguns setores que lhe assessoram no exercício de seu cargo.
Como não faz muito tempo que o senhor assumiu a Secretaria da Educação, e nem seu histórico acadêmico, nem sua experiência na política colaboram, de fato, para que o senhor conheça o contexto da educação na rede estadual de ensino de Santa Catarina, há algumas contribuições que eu gostaria fazer para que o senhor entenda o que está acontecendo e possa planejar melhor as suas ações.
Desde o ano de 2006, quando assumi minha atual função na rede estadual de ensino, tenho percebido que seus antecessores foram muito ardilosos em relação a estratégias para manter a categoria do magistério intimidada. De forma declarada, o governo de SC defendeu nos últimos oito anos, a tão proclamada descentralização, que resultou na criação de secretarias regionais, ou seja, de verdadeiras agências eleitoreiras, empregando inúmeros funcionários comissionados encarregados de administrar recursos financeiros de modo a beneficiar seus padrinhos e afiliados correligionários.
Veja bem senhor secretário que em relação à educação a estratégia foi muito parecida, mantendo como base da gestão a indicação política de diretores das escolas, bem como dos gerentes, supervisores e diretores das GERED’s e da SED, contrariando os princípios da gestão democrática e autonomia promulgados pela legislação educacional vigente.
Perdoe a ironia secretário, mas como engenheiro sanitarista o senhor não deve conhecer muito a respeito da legislação educacional não é mesmo? Mas não se preocupe que eu posso lhe ajudar em algumas coisas, já que eu tive que estudá-la para passar no concurso que me efetivou, em minha graduação de licenciatura plena, e também no curso de especialização que com tanto sacrifício concluí.
Bem, o sistema nacional de educação é regido pela LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional datada de 1996. Em seus artigos 14º e 15º a LDB promulga que os sistemas de ensino deverão assegurar os princípios da gestão democrática e progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira às Unidades Escolares.
Nas escolas públicas estaduais de Santa Catarina, é possível observar uma série de medidas que desfavorecem a perspectiva da gestão democrática. Trata-se, primordialmente, da forma de provimento ao cargo de diretores, que ocorre por meio de indicação política. Esta prática é considerada por estudiosos como extremamente limitada e ultrapassada, uma vez que nem sempre considera a competência ou o respaldo da comunidade escolar.
Nas escolas é possível identificarmos as consequências desta prática nefasta. Creio que uma das mais graves é a desmotivação dos diversos segmentos escolares a participarem dos processos decisórios relacionados à Unidade Escolar. A compreensão de que a maior parte das decisões pertinentes ao contexto escolar é determinada por instâncias hierárquicas superiores, como as gerências e a secretaria da educação, ou mesmo pela figura da direção da escola, faz com que professores, funcionários, pais e alunos tomem uma postura de acomodação com a situação dada, seja ela favorável ou desfavorável ao bom funcionamento da Unidade Escolar.
Na verdade, a atuação dos Conselhos Escolares como a APP, o Conselho Deliberativo e as Agremiações Estudantis não conseguem vingar em uma sistemática de gestão que não é democrática. No caso das APP’s há ainda outros fatores que prejudicam a participação de pais e professores: a imensa burocracia que o estado, no caso da rede estadual de Santa Catarina, repassa para tais instituições. A meu ver é obrigação do Estado fornecer assistência contábil e jurídica para que as APP’s possam administrar os recursos provenientes do Governo Federal (as verbas dos diversos programas do PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola). Além disso, as APP’s são hoje responsáveis pela contratação e administração dos funcionários de serviços gerais nas escolas. Veja bem, as APP’s são entidades que não visam lucro, mas tem uma série de despesas a administrar todos os meses. Ao invés de arrecadarem fundos para realizar melhorias nas escolas, as APP’s precisam arrecadar fundos para pagar mensalmente inúmeros serviços bancários e contábeis. Deste modo, os pais de alunos ou professores que assumem estas instâncias de participação, acabam por assumirem responsabilidades burocráticas, que o estado deveria prover, não lhes restando condições de intervirem de modo significativo nos processos decisórios e de gestão da escola.
Perceba a contradição caro secretário, como as escolas terão gestão democrática se os diretores são indicados politicamente? Como haverá progressivos graus de autonomia das escolas se não há condições para participação nos processos decisórios do contexto escolar? Como o estado irá assegurar que se cumpram tais princípios se não há sequer articulação entre as reais necessidades das escolas, e as ações das GERED’s, da SED e das SDR’s?
Outra forte ferramenta de desarticulação da gestão democrática na educação em nosso estado é o imenso quadro de professores de contratação temporária nas escolas. Uma que estes profissionais têm inúmeros direitos negligenciados, como o plano de saúde, por exemplo. Precisam comprovar sua competência mediante provas e processos seletivos, e mesmo assim ficam desempregados todo o final de ano. Outra, que um professor ACT não mantém vínculo com a Unidade Escolar, atuando em diferentes escolas ao longo dos anos. Ou seja, este profissional não se sente motivado a participar de processos democráticos e de gestão da escola, pois não poderá participar da continuidade de tal processo quando o ano letivo se encerrar.
Veja bem senhor secretário. A sistemática de gestão da escola pública da rede estadual de Santa Catarina está falida! Não há articulação entre a escola, as Gered’s, a SED e as SDR’s, uma vez que tudo tem funcionado na base da politicagem. Diretores, supervisores e gestores têm feito uso da estrutura do magistério como alavanca para promoção política pessoal. Obviamente estes interesses não vão ao encontro da melhoria das condições de funcionamento das escolas e a melhoria da qualidade da educação pública.
A situação nas escolas está péssima em todos os sentidos, há falta de tudo: material, espaços físicos adequados, segurança, organização, diretrizes, e principalmente, há falta de material humano, de professores e também de profissionais de outros setores: serviços gerais, técnicos, especialistas, e até direção faltou este ano por conta das negociatas políticas. As supervisões da Gered da Grande Florianópolis estão indefinidas até hoje!
Enquanto isso, toda a vez que chove os alunos e professores de Educação Física da escola onde atuo, precisam dedicar parte do tempo das aulas para secarem com panos e rodos o imenso alagamento que se forma no ginásio de esportes. O mesmo se repete se chover aos finais de semana, quando a escola recebe a comunidade para atividades de lazer, cultura e esporte. Essa situação (bem com os problemas de acessibilidade para os dois alunos cadeirantes da escola) já foi informada por diversas vezes para a Gered, para a SDR, para a SED, e não obtivemos resposta. Quando sabemos que recursos que poderiam resolver estes problemas são gastos em coisas como o Projeto Lego, e o sistema Série (que poderia ser feito pela Ciasc) fica fácil perceber os problemas de gestão da educação pública catarinense.
Por essas e por outras, o clima de trabalho nas escolas vai de mal a pior… Professores sentem-se desrespeitados, cansados, desmotivados. Outros profissionais como AE’s, ATP’s, e os quase extintos especialistas são extremamente sobrecarregados de funções e responsabilidades que dificilmente se mantém saudáveis por muito tempo… Do mesmo modo, os desafios do cotidiano escolar são cada vez mais intensos. O aumento dos problemas sociais como a violência, a miséria e a desestruturação familiar se refletem no contexto escolar, que não apresenta condições estruturais para enfrentar tanta complexidade. Diante disso nos sentimos desamparados. Alunos e pais se solidarizam ou mesmo debocham das condições de vida que levamos, do pouco que ganhamos por termos que aguentar tantas coisas…
É claro que esta greve está sendo motivada por questões salariais, causa que seus antecessores empurraram com a barriga, e agora a bomba estourou em suas mãos! Mas veja bem, senhor secretário, antes de mais nada, educador é profissional por vocação. Se as condições de trabalho não estivessem tão ruins, a revolta dos profissionais do magistério não seria tão grande.
Esperamos por muito tempo que tudo melhorasse. Superamos as principais dificuldades que coibiriam uma greve tão forte. Temos uma imensa massa de professores ACT’s assumindo os riscos de uma greve. Temos uma classe mais unida do que nunca em busca do resgate da dignidade perdida. Temos inclusive, diretores indicados politicamente que estão apoiando de forma velada ou aberta esta mobilização da categoria. Outro ponto a considerar é que esta greve não é fruto de movimentos partidários e sindicais. Essa greve é fruto de um movimento de quase 100% da categoria do magistério que não suporta mais tanto descaso.
Enfim secretário, o senhor irá precisar rever algumas das posturas de seus antecessores. Além de resolver esta greve, comprometendo-se com o pagamento do piso integral na carreira, sem a perda de outros direitos adquiridos, em um prazo de tempo razoável, o senhor terá que melhorar as condições de funcionamento e gestão da educação catarinense. Há que se promover uma gestão eficiente, mas acima de tudo humana, respeitosa e democrática. Conheça as escolas, investigue, olhe com seus próprios olhos… Muito mais do que com este meu relato, o senhor poderá entender o que está acontecendo. Atenciosamente,
Denise R. F. Scheid
Ass. Téc. Pedagógico
EEB Rosa Torres de Miranda

Florianópolis 13 de junho de 2011.

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/14/greve-na-agenda-do-governador/?topo=67,2,18,,,67#comments - acesso em 14/06/2011.

GREVE DO MAGISTÉRIO

14 de junho de 2011 | N° 9200

Governo decide hoje o que fazer

Reuniões do governador Raimundo Colombo com base aliada e secretariado definem as ações para forçar fim da paralisação
O governo deve tomar hoje uma posição oficial sobre a greve do magistério na rede estadual, depois de uma reunião do governador Raimundo Colombo com os deputados da base aliada na Assembleia Legislativa e de outra com os secretários.

As duas reuniões, que seriam ontem, foram adiadas porque o governador viajou a Brasília, para a posse da ministra Ideli Salvatti na Secretaria Especial de Relações Institucionais. Na sexta-feira, o governo declarou o fim das negociações. A publicação da nota que oficializaria a decisão foi adiada para essa semana.

As medidas legais que o governo pretende tomar sobre a greve serão conhecidas só após os encontros.

– Cabe ao governo estudar alternativas, mas isso são análises feitas pela Procuradoria Geral do Estado – esclareceu o secretário-adjunto de Educação, Eduardo Deschamps.

Por enquanto, está mantida a medida provisória que garante o pagamento de um salário-base de R$ 1.187 para cerca de 35 mil educadores que ainda não recebiam essa quantia. Esta proposta foi rejeitada pela categoria, por achatar a tabela salarial. Como a folha de junho dos professores não rodou, ainda é possível alterar o valor ser pago.

A coordenadora estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Alvete Bedin, espera um novo encontro entre sindicato e governo, amanhã, para que o resultado da reunião seja encaminhado para as assembleias regionais, marcadas para amanhã à tarde. Hoje, os professores entregam um ofício aos deputados, pedindo que eles sensibilizem o governador a continuar as negociações. Ela diz não temer a ameaça de o Estado tentar declarar a greve ilegal.

– Ele não pode fazer isso, porque nosso movimento é legal, notificamos o governo sobre a greve, conforme manda a lei – ressaltou.

Sobre as faltas, Alvete explicou que o abono é negociado sempre ao fim de cada greve.

– Isso só não aconteceu na greve de 2008, quando o então secretário da Educação, Paulo Bauer, não abonou as faltas e as aulas não foram repostas – informou.

O secretário-adjunto não confirmou o encontro amanhã. De acordo com ele, para haver uma nova reunião com o sindicato é preciso haver uma pauta bem definida.

julia.antunes@diario.com.br

JÚLIA ANTUNES LORENÇO

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3351066.xml&template=3898.dwt&edition=17324§ion=213 - Acesso em 14/06/2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

OS BASTIDORES DO PODER

http://www.youtube.com/watch?v=dHasupoarcw

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O cargo e os encargos

O cargo e os encargos
9 de junho de 2011

Intitulado “PROFESSOR: único profissional que atende em grande grupo”, o comentário da professora Iara Schussler Nicolau, de Palmitos, oeste catarinense, merece destaque. Confira, porque é outra leitura, dentre milhares que aqui são transcritas, que merece reflexão:
“Atuo no ensino público estadual há 28 anos. Durante a semana 400 alunos frequentam minhas aulas de Língua Portuguesa e Estrangeira, são 14 turmas do ensino fundamental e médio. Em cada início de ano letivo planejo conteúdos, atividades, leituras, filmes, textos numa sistemática interdisciplinar. No ensino médio são três aulas semanais de Língua Portuguesa. Esta disciplina desdobra-se em quatro grandes eixos: literatura, leitura, interpretação/ gramática e redação (produção de diferentes tipos de textos). É preciso muito fôlego, saliva, dinamismo, criatividade, material, recursos em geral para dar conta de tudo. Os trabalhos anuais iniciam, os alunos esperam um professor preparado, uma aula dinâmica e interessante. E o docente acorda, olha-se no espelho e elabora um monólogo: “Vamos lá, você não pode parecer pálida, cansada, com olheiras, desanimada. Se passou a noite pensando em como consertar o sistema educacional, perdeu tempo. Não esqueça os óculos! Anime-se, a aposentadoria aos 25 anos é coisa do passado.” E além dos alunos, tem o sistema (quem assistiu ao filme Tropa de Elite sabe como qualificar o SISTEMA), e este é regido pelas leis. Segundo a Secretaria – o governo perto de você – as leis estão aí para ser cumpridas. E há também a tal da assiduidade (mais de três dias de atestado caracteriza a não assiduidade, watch out!). E a semana então transcorre, das 32 aulas ministradas, 08 (hora atividade) são dedicadas à leitura, preparação para a próxima semana, interação com colegas, avaliação de algum filme… Ao término dos estudos há as avaliações: produção de texto (2 por bimestre) aproximadamente 800 redações para corrigir coerência, coesão, ortografia, argumentação, exposição de ideias, criticidade etc, etc, etc. Ainda tem a avaliação da leitura da obra feita em cada bimestre, mais 400 trabalhos, e os exercícios de interpretação e gramática? Ah! Esses serão de múltipla escolha, mas preciso corrigi-los (mais 400). Esqueci da Literatura, vamos fazer discussão em grupos, na sala de aula… Enfim, ao fim de cada bimestre param em minhas mãos aproximadamente 1.600 trabalhos. E a recuperação para quem não alcançou a média? A lei é clara. Vamos marcar a recuperação. Explicar novamente o conteúdo, preparar nova avaliação e corrigir (duplamente). “Quando ler tudo isso? O que você faz depois das 22:30? E aos fins de semana ? Vamos lá! Meus alunos precisam de um retorno, afinal o ensino- aprendizagem é processual, dinâmico, recíproco. Durante as correções misturam-se distintos sintomas: (in)satisfação, prazer em ler um texto bem construído, náuseas, visão embaciada, preocupação, ansiedade, cansaço… Termina o bimestre, faz-se necessário deixar o diário “redondinho”, registrar faltas, atividades, conteúdos, notas parciais, fechar médias, registrar na tarjeta. “Ufa! Sobrevivi.”… E passados 28 anos de Dedicação Exclusiva, a grifar que esta não incide sobre o 12 A, caio na real de que o maior percentual dos 22 milhões vai para os cargos comissionados, que querem reduzir minha regência de classe, que não haverá mais prêmio castigo (denominação dada ao prêmio assiduidade por colegas) , nem prêmio de espécie alguma e que minhas especializações e cursos de capacitação estão sendo questionados. Será que ainda há alguém que precisa de esclarecimentos do porquê da mobilização dos docentes???? Professora Iara Mª Schussler Nicolau – Palmitos.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 - Acesso em 10/06/2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

VADIOS

Vadios
6 de junho de 2011

“Vadios”, é o título de comentário enviado por Márcio Roberto Góes. Seu texto: “Durante nossa greve, semana passada estivemos mobilizados no início de uma certa noite, no semáforo da parte baixa da Avenida Barão do Rio Branco, em Caçador, SC… Acompanhavam-nos faixas e cartazes expondo nossa indignação frente às atitudes de um governo estadual que não quer cumprir uma lei federal, fato que já constitui uma ilegalidade daqueles que deveriam lutar pelo cumprimento da lei, afinal foram eleitos pelo povo para representá-lo e defender seus princípios… Porém, existem outros interesses que precisam ser atendidos primeiro, principalmente daqueles que injetaram dinheiro, na maioria das vezes de procedência duvidosa, na campanha daquele que já foi eleito “co lombo” quente e obediente aos princípios do capitalismo que financiou seu pleito…
Lá estávamos nós, fazendo nossa parte, “botando a cara na rua”, pedindo que se cumprisse a lei… Muitos populares se aproximavam, alguns solidários à luta, outros de cara feia, afinal interrompíamos o caminho dos conformados… Virei-me, por um momento para trás e, por entre a vitrina de uma loja infantil que tem nome de bruxa, entre os manequins e mostruários, vi uma moça bonita, certamente vendedora, balbuciava algo de forma a deixar dúvidas sobre o fato de querer ser ouvida… Mas pude ler claramente em seus lábios: V a d i o s…
Pois bem, sou um vadio que passou a infância e adolescência numa família que precisava lutar diuturnamente pela sobrevivência até que um de seus filhos, após ser explorado num chão de fábrica, resolve abraçar a profissão que julgava a mais importante e digna de todas: Professor…
Sou um vadio que estudou todo o ensino fundamental em escola pública, tendo que juntar as moedinhas para comprar os materiais e livros didáticos que, na época, não eram fornecidos pelo governo… Alfabetizado pela própria mãe e complementado pelas cartilhas: Barquinho Amarelo, O menino azul e o livro: Português Dinâmico de quinta a oitava séries…
Sou um honorável vadio que cursou, com a mesma dificuldade, o magistério: quatro anos e meio de ensino médio me preparando para ser professor das séries iniciais… Aprendi lá, muita coisa que nem mesmo a faculdade me ensinou…
Este que vos escreve, é um digníssimo vadio, beneficiário do artigo 170, única opção para os menos abastados cursarem uma graduação no início dos anos 2000, ainda assim, com direito a apenas trinta por cento de desconto no valor das mensalidades…
Mas, a partir da primeira fase do curso de letras, sou um vadio, orgulhosamente atuante em sala de aula, com um infeliz intervalo de dois anos num cargo de confiança, que só me despertou desconfiança perante a politicagem que ainda impera nos bastidores desta política que só dá poder a quem já é poderoso e empobrece quem já é pobre…
Desde que me tornei educador, sou um vadio que trabalha quarenta horas semanais para garantir uma remuneração que não representa nem a metade daquilo que outros profissionais com o mesmo nível de graduação contemplam em seus contracheques…
Sou um magnífico vadio que investiu numa pós-graduação que me deu o título de especialista em análise e produção de texto, a fim de ajudar meus amados alunos a descobrirem o escritor em potencial que existe em cada um deles… Sou vadio do tipo que mostra a cara na rua e na capa do jornal com um único propósito: Dar uma aula de cidadania, com a ajuda de muitos companheiros que ainda alimentam o sonho de uma escola pública de qualidade…
Este magnífico escritor meia-boca encerra com um recado para esta querida vendedora, extensivo a todos que ainda nos incluem o adjetivo “vadio”: Se você tem um emprego digno hoje, se sabe se expressar a ponto de ser vendedora e ter vocabulário suficiente para convencer o cliente da qualidade daquilo se propõe a vender… Enfim, se você é uma cidadã de bem, entre outros, é graças aos vadios como eu que passaram pela sua vida quando esteve em sala de aula… Márcio Roberto Goes.”

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/page/7/?topo=67%2C2%2C18%2C%2C%2C67 - Acesso em 08/06/2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A resposta do governo ao Sinte na íntegra

A resposta do governo ao Sinte na íntegra
6 de junho de 2011

a) – Cumprimento da lei do Piso Salarial Profissional Nacional da seguinte forma:
• Manutenção de todas as gratificações constantes na carreira do Magistério;
• A incorporação dos Prêmios: educar, jubilar e assiduidade em percentual e de imediato.

Alteração da tabela de 03/06 com incorporação do prêmio educar e assiduidade alterando os percentuais da regência de classe e mantendo os demais valores de gratificação em 15%

CARACTERÍSITICAS DA PROPOSTA
Cumpre a lei do piso
100% dos servidores são beneficiados
Menor remuneração passa a ser de R$ 1.483,00
Um professor com titulação de nível superior recebe de vencimento inicial maior que um professor com nível médio.
Impacto financeiro de R$ 20 milhões/mês
Altera o valor da regência de classe de 40% para 25% e de 25% para 17%.

b) – Anistia das faltas da greve de 2008 e todas as outras mobilizações a partir de 2007.

O Governo aceita a solicitação considerando os casos onde houve reposição das aulas.

c) – Revisão do Decreto 3.593/2010, que trata da Progressão funcional.

O Governo aceita a reivindicação.

d) – Abono das faltas, mediante a reposição das aulas, respeitando a autonomia da comunidade escolar na definição do calendário.

O Governo mantém a posição da proposta de 03/06 de reposição nos períodos de recesso escolar. Ajustes neste calendário de reposição quando necessárioem virtude de peculiaridades regionais, deverão ser construídos em conjunto pela SED, GEREDs e Escolas..

Formação de um grupo de trabalho entre Governo e Sinte para, a partir da segunda quinzena de junho, com prazo de 60 dias:

Dada a complexidade do tema e a necessidade de se buscar novas fontes de recursos, o Governo entende que o prazo de 180 dias é o mais adequado, não impedindo que o grupo de trabalho encerre seus trabalhos antes deste prazo se for possível.

a) – Chegar ao valor do Piso Nacional na carreira, de forma gradativa, de abril até novembro/2011, de acordo com a tabela salarial vigente;

Assumir tal compromisso praticamente eliminaria a necessidade de atuação do grupo de trabalho proposto. Adicionalmente se o Governo vislumbrasse a possibilidade de realizar esta ação teria proposto antes de deflagrado o movimento e paralisação.

b) – Realização do concurso de ingresso no segundo semestre de 2011, com prazo máximo de realização das provas até outubro de 2011, para suprir as vagas excedentes e considerando o aumento da jornada da hora atividade para 1/3.

O Governo concorda com a realização de concurso com uma avaliação cuidadosa das vagas para as quais deve ser realizado o concurso. Entretanto, por ser ato administrativo de competência da SED e da SEA, o Governo não concorda em discutir este tema no grupo de trabalho.

c) – A partir do início do ano letivo de 2012, cumprimento integral da jornada de 1/3 da hora atividade, para todos os professores.

O Governo pretende aguardar o posicionamento final do Supremo quanto ao tema ou o projeto de reestruturação do sistema estadual de ensino em estudo na SED.

d) – Revisão da Lei 456/2009 (Lei dos ACTs).

De acordo com a realização de estudos no grupo de trabalho.

e) – Equiparação do valor do vale alimentação com o pago pela UDESC.

De acordo com a realização de estudos pelo grupo de trabalho para verificar formas de viabilizar a proposta, considerando as demais categorias vinculadas ao Governo do Estado.

f) – Demais pontos da pauta de reivindicação do SINTE/SC, conforme já apresentados para o Secretário de Educação;

De acordo em realizar sua discussão no grupo de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Governo reitera a necessidade de retomada urgente das aulas ainda esta semana (até 08/06).
Dada a complexidade do tema, a manutenção da paralisação em nada contribuíra para uma solução efetiva do problema antes dos estudos a serem realizados pelo grupo de trabalho proposto.

http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 - Acesso em 06/06/2011.

MOACIR PEREIRA - O futuro da educação

6 de junho de 2011 | N° 9192 MOACIR PEREIRA
O futuro da educação

O que acontecer na reunião de hoje entre os dirigentes do Sinte e os secretários Marco Tebaldi e Eduardo Deschamps poderá ser decisivo para o futuro da educação em Santa Catarina. Professores e governo estão diante de situações distintas. O governo comprometeu-se em oferecer uma resposta hoje à contraproposta do Sindicato. Ela é ampla, mas contém algumas prioridades, como a incorporação dos prêmios Educar e Jubilar e a manutenção da regência de classe. Como há uma certa flexibilidade em relação a estas duas reivindicações, o que se supõe é que o acordo está mais próximo, se o governo estiver mesmo disposto a acabar com a greve. Outra questão que o Sinte considera fundamental é a realização do concurso para o magistério. Como se trata de decisão política do governador, imagina-se que inexistem problemas para o entendimento.

Os professores enfatizam a importância desse concurso – e com toda a razão – porque o ingresso na carreira pode qualificar o ensino e evitar transtornos para as escolas. Além disso, os ACTs são tidos com os boias-frias da educação. Não têm direitos assegurados, perdem vantagens durante as férias, não saem do patamar salarial em que se encontram e, mesmo com especialização, aperfeiçoamento e pós-graduação, ficam sem perspectiva de sonhar com o plano de carreira.

O governo vem alegando que a municipalização do ensino fundamental recomendava a não realização do concurso. Para onde iriam os professores estáveis comprometidos com o ensino básico? Como há reação forte dos prefeitos contra a municipalização, e como os recursos do Fundeb estão vinculados ao número de alunos, nada impede que o governo autorize o concurso. Uma bandeira que tem legitimidade corporativa.

O JOGO

Atuando diretamente sobre o impasse da greve e respondendo pelo governo, o secretário adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, ficou ligado com os técnicos da Secretaria da Administração. Acompanhou as duas simulações sobre os pedidos prioritários do Sinte e as repercussões financeiras. As projeções estarão concluídas esta manhã e serão submetidas ao governador Raimundo Colombo, a quem caberá bater o martelo. Deschamps declara-se um “otimista incorrigível” e diz estar trabalhando por um entendimento.

A presidente do Sinte, Alvete Bedin, também espera que hoje venham boas notícias do Centro Administrativo. A premissa é simples: se o governo faz simulações é porque considerou a contraproposta do Sinte e, portanto, examina a possibilidade de aprová-la, em parte ou no todo.

Um delicado jogo político começa a ser travado a partir de hoje. O governo teve um pesado desgaste com a greve. Ficou claro que acabou surpreendido com a força do movimento dos professores e a qualificada atuação da nova diretoria do Sinte. Os parlamentares da base aliada estão sendo pressionados em suas bases, como se registrou no fim de semana em Lages. O líder do governo, Elizeu Mattos, do PMDB, foi cobrado outra vez por conterrâneos e eleitores. Até conselhos para que deixe a liderança do governo na Assembleia ele recebeu na região serrana.

Raimundo Colombo continua enfatizando que deseja a solução e que continuará as negociações. A greve já foi longe demais. Os professores, por seu turno, também têm limites na mobilização. Nesse enfrentamento, vale mais a competência das partes em avaliar até onde este cabo de guerra pode esticar. Numa greve como esta a capacidade de resistência é muito difícil de ser medida. Curioso é que, se os professores saírem vitoriosos, todos ganham: a educação, a sociedade e até o governo.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3338909.xml&template=3916.dwt&edition=17266§ion=134 - Acesso em 06/06/2011.
6 de junho de 2011 | N° 9192
EDUCAÇÃO
Duas reuniões decisivas hoje
Governo deve anunciar pela manhã se aceita contraproposta. À tarde, reúne-se com o Sinte
A decisão do governo do Estado sobre a contraproposta apresentada na sexta-feira pelos professores da rede estadual – que completam hoje 20 dias de greve – deve ser anunciada na manhã desta segunda-feira.

O Sindicado dos Trabalhadores da Educação em SC (Sinte) pediu a manutenção da regência de classe de 25% ou 40% sobre o salário base. Após passar o fim de semana com a área técnica fazendo simulações sobre o impacto do aumento nas contas do governo, o secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, irá entregar um relatório ao governador Raimundo Colombo e ao secretário Marco Tebaldi, que farão o anúncio.

– Sabemos da aflição de todos – disse Deschamps, que, até o fim da noite de ontem, não adiantou a provável decisão.

Os professores estaduais entraram em greve no último dia 18 pedindo o pagamento do piso nacional do magistério. O diálogo foi retomado na última semana quando o governo apresentou nova proposta, rebatida pelo Sinte. Uma nova reunião entre as partes deve acontecer hoje.

Segundo a coordenadora do Sinte, Alvete Bedin, após a reunião vão acontecer assembleias regionais na terça e um grande encontro estadual na quinta para decidir sobre a greve.

Retrospectiva
- Em 18 de maio, professores entraram em greve pedindo o pagamento do piso nacional do magistério, aprovado em 2008, e julgado procedente pelo Supremo Tribunal Federal, em abril deste ano.
- Em 23 de maio, professores rejeitam proposta do governo, que concorda em pagar o piso, porém não respeitava a
progressão de carreira do magistério,
- No dia 2 de junho, diálogo é retomado com nova proposta do governo. Agora há a garantia do aumento para todos os professores. Mas reduz o percentual da regência de classe para 15%.
- No dia 3 de junho, última sexta-feira, Sinte apresentou contraproposta pedindo a manutenção da regência de classe de 25% ou 40% sobre o salário.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3338686.xml&template=3898.dwt&edition=17266§ion=213 - Acesso em 06/06/2011.