AMIGOS DO PROFESSOR ZÉ WILSON

terça-feira, 24 de maio de 2011

GREVE DO MAGISTÉRIO: Piso de R$ 1.187 é rejeitado

24 de maio de 2011 | N° 9179
GREVE DO MAGISTÉRIO
Piso de R$ 1.187 é rejeitado

Sinte diz que a proposta do governo é um “achatamento” nos salários e mantém a paralisação
O governo do Estado vai pagar o piso nacional do magistério, de R$ 1.187, para os professores que ainda não recebiam isso no salário-base, além do pagamento dos abonos. A proposta, apresentada ontem em audiência, foi rejeitada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC (Sinte), por não acompanhar a progressão na carreira (do ensino médio à pós-graduação). Mesmo sem acordo, a medida provisória (MP) com o texto da mudança foi assinada, ontem, pelo governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira.

O novo valor do salário-base beneficia cerca de 35 mil docentes, 53% da rede estadual. Com a mudança, um professor de nível médio, que ganhava R$ 609 de salário-base, passa a ganhar R$ 1.187, com a manutenção do Prêmio Educar (R$ 200) e da regência de classe (40% ou 25% sobre o salário). Já para um professor pós-graduado, nada muda, porque o salário-base dele era acima do piso. A diferença salarial inicial entre um professor com ensino médio e um com doutorado passa a ser de R$ 305. Antes era de R$ 883.

Em percentuais, o salário inicial do profissional com doutorado era 145% maior do que aquele com ensino médio. Agora, a diferença cai para 25,6%.

A coordenadora do Sinte, Alvete Bedin, definiu a proposta como uma afronta, por não respeitar a progressão na carreira e o tempo de serviço, uma reivindicação dos professores. Ela não será encaminhada para votação em assembleia estadual. Com isso, a greve do magistério segue por tempo indeterminado.

– Para nós, não houve proposta, houve um achatamento na nossa tabela. Desestimula qualquer professor a buscar formação e qualificação – ressaltou a coordenadora.

O reajuste representa R$ 14 milhões de gasto a mais por mês, cerca de R$ 140,5 milhões em 2011.

O secretário de Educação, Marco Tebaldi, argumentou que a proposta está dentro do que o governo tem condições de pagar. Ele ainda disse que poderá discutir com o Sinte a questão da carreira, assim que os professores voltarem a dar aula.

Concentrados em frente à sede da Secretaria de Estado da Educação (SED), onde foi realizada a audiência, professores demonstraram indignação com a proposta apresentada.

– Achei ridículo! Como um professor pós-graduado vai ganhar o mesmo que um professor que só tem ensino médio? O governo quer nivelar todo mundo – protestou Marlene Spricigo, docente há 22 anos.

Assistente pedagógica há seis anos, Denise Scheid considerou a proposta de ontem um desrespeito:

– A gente sabia que a proposta não seria aquilo que a gente queria, mas não imaginávamos que seria tão desrespeitosa – afirmou.

Protestos seguem em outras cidades de SC

Cerca de 200 professores da rede estadual fizeram uma manifestação em Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, por mais uma tentativa de acordo salarial entre a categoria e o Estado.

Na região, quase 8 mil alunos estão sendo afetados pela greve. Nos 13 municípios de abrangência da Gerência Regional de Educação (Gered), professores de 21 escolas estão em greve parcial ou total. A passeata começou na Praça da Catedral. Os professores seguiram até a Gered, onde entregaram uma pauta de reivindicações à gerente de Educação. Além do piso nacional, eles querem outras melhorias. O plano de cargos e salários é uma delas, segundo a diretora executiva do Sinte em Joaçaba, Lourdes Tersch.

Em Blumenau, os professores do Vale do Itajaí voltam a se reunir hoje, às 14h, no Colégio Pedro II, para ouvir o resultado das negociações com o governo. Na sequência da assembleia, está programada uma passeata.

julia.antunes@diario.com.br

JÚLIA ANTUNES LORENÇO

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3321769.xml&template=3898.dwt&edition=17174§ion=213 - Acesso em 24/05/2011.

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