AMIGOS DO PROFESSOR ZÉ WILSON

sexta-feira, 27 de maio de 2011

27 de maio de 2011 | N° 9182 MOACIR PEREIRA
Colombo: o retorno

O governador Raimundo Colombo está retornando hoje a Santa Catarina, depois de duas semanas viajando pela Europa. A agenda que programara antes da partida está suspensa. Os compromissos foram cancelados. A começar pela conferência que faria hoje na 11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, em São Paulo. Foi convidado pessoalmente pelos organizadores e pelo patrono, o empresário Maurilio Biagi Filho, que se deslocou com o jatinho particular do interior paulista especialmente para convidar o governador. Santa Catarina é o único Estado homenageado na mais prestigiada feira do livro do interior de SP. O escritor português José Saramago (in memoriam) é o autor-destaque. O Estado é, também, o único com direito a uma ampla área. Um estande foi montado pela Santur e pela Fundação Catarinense de Cultura. Ali, acontecerão sessões de autógrafos de autores catarinenses, exibição de esculturas tirolesas da artista Mariana Thaler e exibição da banda da Oktoberfest. A editora da UFSC estará vendendo seus livros numa barraca especial.

Colombo manteve-se conectado durante toda a viagem com os assessores sobre os desdobramentos da greve dos professores. Estava convencido de que o pagamento do piso aos níveis baixos, definido na medida provisória, iria provocar o retorno imediato dos grevistas às salas de aula. Nada disso aconteceu. Ao contrário. Segundo o Sinte, não houve nenhum refluxo da greve, mas fortalecimento do movimento, incluindo a adesão de professores das Apaes e de outros segmentos ligados à área educacional. Outros fatos inesperados marcaram as atividades desta semana.


CORRERIA

O primeiro foi o apoio da Assembleia Legislativa. O segundo, a impressionante reação de estudantes e setores da opinião pública a favor dos professores. Até agora não se ouviram críticas à reivindicação do magistério. No Legislativo, as três deputadas de oposição, Ana Paula Lima e Luciane Carminatti, do PT, e Angela Albino, do PC do B, centraram suas baterias na inconstitucionalidade da medida provisória. Ganharam destaque nos debates do plenário e causaram uma correria na base governista. Para não perderam o jogo no teatro político, os deputados do DEM – ou PSD – lançaram a proposta de abertura de negociações. Chegaram a anunciar uma audiência entre os líderes partidários na Assembleia e o governador interino, Eduardo Moreira. A iniciativa foi classificada, nos bastidores, de amadora. Iam atirar a batata escaldada no colo de Eduardo Moreira. Estes impasses só costumam ser levados ao governador, maior autoridade, depois que as negociações estão fechadas nos bastidores. A reunião foi, então, cancelada. O argumento: a única forma de acabar com a greve seria o governo fazer uma nova proposta, com descompressão parcial da tabela salarial. Os novos percentuais, contudo, dependem de decisão do governador titular. Temas tão delicados não costumam ser enfrentados e solucionados por telefone. Outra questão delicada: o governo tem limites financeiros no orçamento para melhorar a proposta e descomprimir a tabela. A legislação do magistério é um complexo emaranhado e qualquer benefício repercute intensamente na despesa. Finalmente, o temor do chamado efeito dominó ou cascata. Colombo tem reiterado disposição de melhorar os salários dos professores, mas receia que atendendo seus pleitos seja pressionado, em seguida, pelos servidores da saúde e pelos policiais militares, dois setores que ficaram credores no governo Luiz Henrique–Pavan. O movimento dos professores está fortalecido, mas ninguém sabe até onde sustenta os atuais níveis de oxigênio. O governo também contabiliza pesado prejuízo político. E todos temem perdas eleitorais. A decisão de Colombo, neste fim de semana, partirá destes cenários.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3325981.xml&template=3916.dwt&edition=17199§ion=134 - Acesso em 27/05/2011

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