RESUMO
O referido artigo tem por objetivo fazer uma pequena análise do uso do livro didático de história pelo professor e se estes se enquadram no que pede a Proposta Curricular de Santa Catarina e os Parâmetros Curriculares Nacionais. Para tal trabalho foi usado somente o que se refere ao período Renascentista e as mudanças na religião em comparação com a Idade Média. Os livros observados foram dos autores Mário Furley Schmidt e de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, ambos do Ensino Médio.
Palvras-chave: Aluno. História. LDB. Livro didático. PCN’s. Professor.
Hoje, em pleno ano de 2005 do século XXI, cabe a nós educadores ou futuros educadores uma “pequena-grande” pergunta que com certeza terá uma resposta não muito satisfatória a nós mesmos, mas, que porém devemos encarar não somente como desafio, mas também como obrigação de uma mudança a qual cabe principalmente a nós que estamos saindo “amanhã” da academia com toda a força e vontade como a que a de um soldado em seu primeiro dia no campo de batalha. A pergunta: nos anos 80, os conhecimentos escolares passaram a ser questionados e redefinidos por reformas curriculares. Até que ponto tais questionamentos e definições foram assimilados e aplicados pelos professores dentro da sala de aula? E mais, até que ponto o livro didático mudou em suas formas de apresentação os fatos e acontecimentos a serem estudados?
O primeiro questionamento não é de difícil resposta, pois fomos nós mesmos, os alunos que vimos e ouvimos por horas e anos os professores pré-80 nos fazendo decorar questionários, fazer resumos, ou melhor, cópias, que não nos levavam a nada, a não ser passar de uma série a outra, sem a mínima crítica de si ou de sua sociedade. O triste é pensar que muitos destes professores ainda não se aposentaram; ou, se isto aconteceu, optaram por continuar dentro da sala de aula, transformando-se em verdadeiros “dinossauros da educação” e meros repetidores de frases e datas decoradas.
O bom é que nada é eterno ou dura para sempre, tudo, portanto, muda e o que devemos agora é:
O referido artigo tem por objetivo fazer uma pequena análise do uso do livro didático de história pelo professor e se estes se enquadram no que pede a Proposta Curricular de Santa Catarina e os Parâmetros Curriculares Nacionais. Para tal trabalho foi usado somente o que se refere ao período Renascentista e as mudanças na religião em comparação com a Idade Média. Os livros observados foram dos autores Mário Furley Schmidt e de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, ambos do Ensino Médio.
Palvras-chave: Aluno. História. LDB. Livro didático. PCN’s. Professor.
Hoje, em pleno ano de 2005 do século XXI, cabe a nós educadores ou futuros educadores uma “pequena-grande” pergunta que com certeza terá uma resposta não muito satisfatória a nós mesmos, mas, que porém devemos encarar não somente como desafio, mas também como obrigação de uma mudança a qual cabe principalmente a nós que estamos saindo “amanhã” da academia com toda a força e vontade como a que a de um soldado em seu primeiro dia no campo de batalha. A pergunta: nos anos 80, os conhecimentos escolares passaram a ser questionados e redefinidos por reformas curriculares. Até que ponto tais questionamentos e definições foram assimilados e aplicados pelos professores dentro da sala de aula? E mais, até que ponto o livro didático mudou em suas formas de apresentação os fatos e acontecimentos a serem estudados?
O primeiro questionamento não é de difícil resposta, pois fomos nós mesmos, os alunos que vimos e ouvimos por horas e anos os professores pré-80 nos fazendo decorar questionários, fazer resumos, ou melhor, cópias, que não nos levavam a nada, a não ser passar de uma série a outra, sem a mínima crítica de si ou de sua sociedade. O triste é pensar que muitos destes professores ainda não se aposentaram; ou, se isto aconteceu, optaram por continuar dentro da sala de aula, transformando-se em verdadeiros “dinossauros da educação” e meros repetidores de frases e datas decoradas.
O bom é que nada é eterno ou dura para sempre, tudo, portanto, muda e o que devemos agora é:
Pensar sobre a possibilidade educativa da história, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o ofício de professor de história como uma forma de luta política e cultural. A relação ensino-aprendizagem deva ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais, entre a teoria e a política, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida.[1]
O segundo questionamento nos trás uma resposta um pouco mais animadora, mas que levanta outra questão que cada um terá a sua própria resposta sem que precise esta ser exposta aqui: até que ponto adianta uma metralhadora de última geração nas mãos de um soldado não treinado ou que não quer aprender a usá-la? Ou seja, deixando a metáfora de lado, adianta um bom livro didático nas mãos de um “dinossauro pré-80” que nunca procurou nada além dos conteúdos prontos desses mesmo livros, não tentando fazer um cruzamento de informações?
É claro, não estamos aqui generalizando e colocando todos em uma vala comum, pois existem vários profissionais que foram verdadeiras fontes de inspiração e que nos fizeram um dia sonhar com academia de História e isto, diga-se de passagem, sem um bom livro ou sem nenhum livro pelo qual poderiam guiar suas aulas. Mas estes lembravam que a biblioteca desde a antiguidade é um espaço público e de acesso a todos. Foram estes que colocaram lá na LDB que:
O conhecimento histórico é uma construção de vários sujeitos, permitindo uma prática educativa que vincule o conhecimento teórico e as questões da vida real, co cotidiano, ampliando a compreensão do sujeito histórico. É processo de produção científica e interdisciplinar.[2]
Tudo que se escreveu ou se escreve não é inventado aleatoriamente, mas usado o que foi produzido socialmente e culturalmente com o passar dos anos nas mais diversas sociedades, desde o surgimento do ser humano até mos dias atuais.
Os livros didáticos pesquisados de Mário Schmidt (2000) e de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo (2002), nos trazem informações ricas e com detalhes sobre o tema Renascimento, mesmo tendo abordagens diferentes sobre o assunto.
O livro Nova História Crítica de Mário Schmidt, volume único do Ensino Médio deixa transparecer uma ideologia marxista calcada em um discurso extremamente crítico e que leva o leitor a questionar sobre o modo em que se apresentam os textos nele descritos. Ambos autores demonstram preocupação em mostrar o quanto as mentalidades estavam mudando no período do Renascimento, daí o “aparecimento de novas visões de política, ciência, moral e religião”.
O quesito religião talvez foi o que mais mudou em comparação com o período anterior, ou seja, Vicentino:
O Renascimento pode ser caracterizado como uma tendência cultural laica (isto é, não eclesiástica), racional e científica, que se estendeu do século XIV ao XVI. Inspirando-se na cultura Greco-romana, rejeitava os valores feudais a ponto de o período medieval ser chamado de a “Idade das Trevas”. Para os homens renascentistas, a época obscura seria abolida por um “renascimento” cultural posterior, justamente o momento em que estavam vivendo[3]. (VICENTINO, 2002).
O que os autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo não fizeram em comparação com Mário Schmidt foi a leitura das obras sacras com as obras feitas na Idade Média, assim como também não argumentaram que a Idade Média não é um período de trevas। Schmidt mostra uma preocupação em detalhar as diferenças entre um período e outro, coisa que os autores do livro História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil, não fazem, detendo-se somente na análise das obras no Movimento Renascentista propriamente dito। Schmidt faz até um quadro comparativo entre as duas visões de mundo, a Medieval e a Renascentista, o que ao nosso ver, é de grande valia e que facilita o entendimento dos alunos e professores que forem usá-lo.
O segundo questionamento nos trás uma resposta um pouco mais animadora, mas que levanta outra questão que cada um terá a sua própria resposta sem que precise esta ser exposta aqui: até que ponto adianta uma metralhadora de última geração nas mãos de um soldado não treinado ou que não quer aprender a usá-la? Ou seja, deixando a metáfora de lado, adianta um bom livro didático nas mãos de um “dinossauro pré-80” que nunca procurou nada além dos conteúdos prontos desses mesmo livros, não tentando fazer um cruzamento de informações?
É claro, não estamos aqui generalizando e colocando todos em uma vala comum, pois existem vários profissionais que foram verdadeiras fontes de inspiração e que nos fizeram um dia sonhar com academia de História e isto, diga-se de passagem, sem um bom livro ou sem nenhum livro pelo qual poderiam guiar suas aulas. Mas estes lembravam que a biblioteca desde a antiguidade é um espaço público e de acesso a todos. Foram estes que colocaram lá na LDB que:
O conhecimento histórico é uma construção de vários sujeitos, permitindo uma prática educativa que vincule o conhecimento teórico e as questões da vida real, co cotidiano, ampliando a compreensão do sujeito histórico. É processo de produção científica e interdisciplinar.[2]
Tudo que se escreveu ou se escreve não é inventado aleatoriamente, mas usado o que foi produzido socialmente e culturalmente com o passar dos anos nas mais diversas sociedades, desde o surgimento do ser humano até mos dias atuais.
Os livros didáticos pesquisados de Mário Schmidt (2000) e de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo (2002), nos trazem informações ricas e com detalhes sobre o tema Renascimento, mesmo tendo abordagens diferentes sobre o assunto.
O livro Nova História Crítica de Mário Schmidt, volume único do Ensino Médio deixa transparecer uma ideologia marxista calcada em um discurso extremamente crítico e que leva o leitor a questionar sobre o modo em que se apresentam os textos nele descritos. Ambos autores demonstram preocupação em mostrar o quanto as mentalidades estavam mudando no período do Renascimento, daí o “aparecimento de novas visões de política, ciência, moral e religião”.
O quesito religião talvez foi o que mais mudou em comparação com o período anterior, ou seja, Vicentino:
O Renascimento pode ser caracterizado como uma tendência cultural laica (isto é, não eclesiástica), racional e científica, que se estendeu do século XIV ao XVI. Inspirando-se na cultura Greco-romana, rejeitava os valores feudais a ponto de o período medieval ser chamado de a “Idade das Trevas”. Para os homens renascentistas, a época obscura seria abolida por um “renascimento” cultural posterior, justamente o momento em que estavam vivendo[3]. (VICENTINO, 2002).
O que os autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo não fizeram em comparação com Mário Schmidt foi a leitura das obras sacras com as obras feitas na Idade Média, assim como também não argumentaram que a Idade Média não é um período de trevas। Schmidt mostra uma preocupação em detalhar as diferenças entre um período e outro, coisa que os autores do livro História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil, não fazem, detendo-se somente na análise das obras no Movimento Renascentista propriamente dito। Schmidt faz até um quadro comparativo entre as duas visões de mundo, a Medieval e a Renascentista, o que ao nosso ver, é de grande valia e que facilita o entendimento dos alunos e professores que forem usá-lo.
Visão de mundo medieval
Visão de mundo Renascentista
Teocentrismo
Antropocentrismo
A verdade está na Bíblia, na tradição e na autoridade da Igreja Católica.
A verdade é obtida pela experimentação, pela observação e pela razão.
A vida material é pouco importante. A vida dedicada à religião é tudo. Afinal a realidade é explicada somente pela vontade de Deus.
A vida terrena e material também é importante. Deve-se explicar a realidade terrestre pelo que acontece aqui na terra.
Conformismo: todas as mudanças são contrárias à vontade de Deus.
O homem pode e deve progredir, tanto material como culturalmente.
Conhecer para contemplar a realidade.
Conhecer para transformar a natureza.
A natureza é fonte de pecado e deve-se ficar afastado de suas tentações.
A natureza é maravilhosa e o homem faz parte dela.
Ascetismo: vida simples e afastada dos prazeres e desejos.
Hedonismo: valorização do corpo e dos prazeres materiais e intelectuais.
Filosofia Escolástica
Filosofia Renascentista
Adaptação que São Tomás de Aquino fez do pensamento de Aristóteles.
Contestação da escolástica. Busca de novas verdades, questionando dogmas tradicionais.
Dogmatismo: aceita certas “verdades” sem discutir.
Separação entre fé e razão: uma cuida do céu e outra da terra.
A razão é serva da fé.
Revalorização do estudo dos clássicos greco-romanos.
FONTE: SCHMIDT, Mário Furley। Nova História Crítica: moderna e contemporânea: Ensino Médio। São Paulo: Nova Geração, 2000. P. 46.
Da análise feita aqui, acreditamos que não cabe elogiar uma obra e desmerecer outra। Ambas são de grande valia, assim como aquele velho livro usado em um determinado tempo histórico – na ditadura militar, por exemplo – também o é. O que tem que ser analisado e criticado é o uso que o profissional de história faz desse material, cruzando esse material com suas próprias pesquisas ou conforme escrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais:
Considera-se que o saber histórico escolar reelabora o conhecimento produzido no campo das pesquisas dos historiadores e especialistas do campo das Ciências Humanas, selecionando e se apropriando em parte dos resultados acadêmicos, articulando-os de acordo com seus objetivos। Nesse processo de re-elaboração, agrega-se um conjunto de “representações sociais” do mundo e da história, produzidos por professores e alunos। As “representações sociais” são constituídas pela vivência dos alunos e professores, que adquirem conhecimentos dinâmicos provenientes de várias fontes de informação veiculadas pela comunidade e pelos meios de comunicação [4] (PCNs, 2002).
Contudo, podemos concluir o seguinte: não existe livro didático ruim ou bom. O que existe são livros de tópicos para melhor guiar o docente e é este que vai fazer do que está em suas mãos um bom ou mau uso dessa fonte histórica. Consideramos que o livro didático deve e pode ser usado em sala de aula, desde que o professor saiba o caminho que deve trilhar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONSECA, Selva G. Didática e prática do ensino de história. 2 ed. São Paulo: Papirus, 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: história e geografia/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001, 166p.
Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Diretrizes 3: organização da prática escolar na educação básica: conceitos científicos essenciais, competências e habilidade. Florianópolis: Diretoria de Ensino Fundamental/Diretoria de Ensino Médio, 2001, 130 p.
SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica: moderna e contemporânea: Ensino Médio. São Paulo: Nova Geração, 2000. P. 46.
SILVA, Marco A. Repensando a história. 6 ed. São Paulo: Marco Zero, s/d.
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2002.
[1] FONSECA, Selva G. Didática e prática do ensino de história. 2 ed. São Paulo: Papirus, 2003.
[2] Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Diretrizes 3: organização da prática escolar na educação básica: conceitos científicos essenciais, competências e habilidade. Florianópolis: Diretoria de Ensino Fundamental/Diretoria de Ensino Médio, 2001, 130 p.
[3] VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2002.
[4] Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001, 166p.
Contudo, podemos concluir o seguinte: não existe livro didático ruim ou bom. O que existe são livros de tópicos para melhor guiar o docente e é este que vai fazer do que está em suas mãos um bom ou mau uso dessa fonte histórica. Consideramos que o livro didático deve e pode ser usado em sala de aula, desde que o professor saiba o caminho que deve trilhar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONSECA, Selva G. Didática e prática do ensino de história. 2 ed. São Paulo: Papirus, 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: história e geografia/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001, 166p.
Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Diretrizes 3: organização da prática escolar na educação básica: conceitos científicos essenciais, competências e habilidade. Florianópolis: Diretoria de Ensino Fundamental/Diretoria de Ensino Médio, 2001, 130 p.
SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica: moderna e contemporânea: Ensino Médio. São Paulo: Nova Geração, 2000. P. 46.
SILVA, Marco A. Repensando a história. 6 ed. São Paulo: Marco Zero, s/d.
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2002.
[1] FONSECA, Selva G. Didática e prática do ensino de história. 2 ed. São Paulo: Papirus, 2003.
[2] Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Diretrizes 3: organização da prática escolar na educação básica: conceitos científicos essenciais, competências e habilidade. Florianópolis: Diretoria de Ensino Fundamental/Diretoria de Ensino Médio, 2001, 130 p.
[3] VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2002.
[4] Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001, 166p.
nada a ver com nada, eu não pedi isso
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